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50 Anos Da Psicologia

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Por:   •  17/3/2014  •  890 Palavras (4 Páginas)  •  562 Visualizações

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Comemoramos, em 2012, os cinquenta anos da regulamentação da Psicologia no Brasil. É dispensável dizer que a Psicologia brasileira não começou nessa data, a da promulgação da lei, e que ela é uma profissão centenária. Os historiadores da Psicologia brasileira, particularmente Massimi (1986, 1990, 1999) e Antunes (1999, 2004), defendem a tese de que havia no Brasil um saber psicológico antes da chegada da Psicologia científica como elaborada em solo europeu. No Brasil se dá um processo diferente do ocorrido no México, no Peru e na Bolívia, para citar locais que também foram ocupados e colonizados. Nesses, a população indígena passou a fazer parte, de maneira significativa, da composição étnica da população, e os saberes dessas culturas foram integrados de forma mais sistemática e constante do que no caso brasileiro. A organização tardia das profissões universitárias, dadas as condições em que era mantida a colônia pelo império português, é responsável direta pelo atraso do desenvolvimento de massa crítica em solo brasileiro. Somente os filhos dos colonizadores aqui residentes, e os mais ricos, tinham alguma possibilidade de estudos mais avançados, e, mesmo assim, em Portugal ou em outros países europeus. Foi a transferência da sede da corte portuguesa, em 1808, para o Brasil o fato que alterou rápida e profundamente essa realidade.

Sem a alternativa de Coimbra ou de outras universidades europeias, foi necessário abrir condições imediatas para a elite portuguesa instalada no Brasil continuar usufruindo de suas benesses. Foi assim que nasceu o curso de Medicina e o de Engenharia, e, logo depois, já no período imperial brasileiro, os cursos de Direito. Mais adiante, a escola de Belas-Artes complementa o circuito da possibilidade de formação universitária em solo brasileiro. A abertura dos portos e a liberação da imprensa garantem o futuro contato com o mundo. Nesse momento, podemos dizer, nascem as profissões universitárias brasileiras, de forma inconsistente, precária, elitizada e que ainda dependiam da formação de seus melhores quadros no exterior.Continuamos sem autonomia científica, sem política de Estado e dependentes das figuras da elite e de sua vontade de melhorar as condições de vida dos brasileiros.

Com a criação dos cursos superiores de Medicina, Engenharia e Direito, esse comportamento ousado se ampliou, e novos personagens aparecem no cenário das recém-inauguradas ciências brasileiras, evidentemente, fruto da nascente organização do Estado brasileiro e da consolidação do Império e do governo de D. Pedro II.

O surgimento das profissões no Brasil.

Tudo aqui chegou tardiamente: a industrialização, a formação, o saneamento. Sintetizando, a organização capitalista não vicejava nestas plagas, a despeito de termos servido para acúmulo de riqueza que a produziu na Europa e de termos aparecido sob o signo da modernidade (não havia feudalismo no Brasil). O enriquecimento das famílias nobres que exploravam a agricultura, a pecuária e a mineração passou a exigir um padrão mais sofisticado de vida, e foi preciso trazer artesãos especializados em construção e buscar o desenvolvimento de materiais compatíveis com o tipo de arquitetura ibérica. De acordo com o autor, em 1838, com o Império bem instalado, ainda não havia um mercado liberal para médicos, engenheiros e advogados. A população da cidade do Rio de Janeiro, metrópole e capital do Império, “era ‘feia e suja’, segundo todos os cronistas da época... os escravos eram 38% da população” (1999, p. 72). Assim, não havia cidadãos em condições de pagar consultas que

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