A Avaliação de Personalidade
Por: vinsimay • 21/5/2022 • Resenha • 2.922 Palavras (12 Páginas) • 142 Visualizações
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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
FACULDADE DE PSICOLOGIA
MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM PSICOLOGIA II
"Teorias Fatoriais da Personalidade"
CUIABÁ
2022
INTRODUÇÃO
Personalidade é um padrão geral de comportamento, interação, formas de enfrentamento e relacionamento e de percepção da realidade que cada indivíduo possui.
Cada pessoa é uma pessoa e tem seu jeito de ser. As diferenças em como as pessoas tendem a pensar, sentir e se comportar fazem parte do que chamamos de personalidade.
A personalidade se relaciona com como a pessoa tende a pensar, sentir e agir em diferentes situações e ao longo do tempo.
Para descrever as pessoas criamos vários adjetivos(simpático, engraçado, arrogante, agressivo, legal, etc.), a psicologia usa estes adjetivos (traços de personalidade), para entender como as pessoas diferem entre si. Considerando que existem muitos adjetivos e que muitos deles tem significados parecidos, ao longo dos anos, alguns estudiosos se perguntaram se os adjetivos não poderiam ser resumidos a alguns agrupamentos mais amplos. Por exemplo; gentil, cooperativo e solidário talvez pudessem formar um agrupamento diferente de falante, sociável e extrovertido. Se pegassem todos os adjetivos que descrevem as pessoas e fizessem grupos com adjetivos parecidos, quantos grupos encontrariam?
Foi assim que surgiu o modelo dos Cinco Grandes Fatores. Ele teve sua origem em um conjunto de pesquisas sobre personalidade, que surgiram de várias teorias fatoriais e de traços de personalidade conforme veremos a seguir.
Desenvolvimento
Os proponentes das teorias fatoriais, começaram investigando os descritores psicológicos (adjetivos) como comportamentos e atitudes, através de estudos focados nas milhares de características que já estavam descritas no método estatístico da época e que era conhecido como analise fatorial. Era uma metodologia que desencorajava o uso, pois o método exigia uma grande complexidade de cálculos para serem executados, e o uso da computação ainda não estava em alta, além de apresentarem grandes chances de erros.
Foi com a ajuda dos antecedentes do modelo dos Cinco Grandes Fatores – CGF que desmembraram às teorias da personalidade desenvolvidas. As teorias baseavam-se na hipótese léxica que afirmava que se uma característica humana é relevante pra ser notada por outros e importante para as interações sociais, então era descrita por meio de um termo especifico. Após muitos estudos e a colaboração de grandes nomes, foi criado o modelo que descreve a personalidade humana em termos de grandes dimensões, cada uma reunindo uma variedade de traços psicológicos. Um consenso foi alcançado em relação ao conteúdo das dimensões, independentemente do país, instrumento utilizado e da pessoa que é avaliada. Este padrão já foi encontrado em mais de 50 culturas e países diferentes, incluindo o Brasil.
Não podemos falar sobre o modelo dos Cinco Grandes Fatores, sem antes entender o trabalho de grandes nomes que antecederam as avaliações da personalidade a partir de Teorias Fatoriais de Personalidade, como veremos a seguir;
OS DESCRITORES DE PERSONALIDADE
Gordon Allport (1897 – 1967) - Fez importantes contribuições para a psicologia. Foi um dos primeiros e mais influentes pesquisadores dessa área da psicologia. O desenvolvimento de suas ideias sobre os traços pessoais, que chamou de disposições pessoais foi o que mais o destacou, já que ele sugere a existência de traços peculiares a cada pessoa, de forma a considerar a possibilidade de um número infindável de traços.
Segundo Allport, esses traços são influenciados por nossas experiências originadas na infância, nosso ambiente atual e a interação entre ambos como se fosse uma interação entre o que foi herdado biologicamente com o meio no qual o indivíduo foi exposto.Em 1936, Allport juntamente com Odbert selecionaram aproximadamente 18 mil descritos de personalidade de dois dicionários e reduziram em apenas um que continha 4.500 palavras (adjetivos) que descreviam diferentes traços de personalidade.
Surge então a teoria dos traços de personalidade de Allport, classificando em três níveis; cardinais, centrais e secundários.
Traços cardinais
É o mais elevado, dominando e modelando o comportamento. As pessoas com tais personalidades podem se tornar tão conhecidas por esses traços que seus nomes geralmente estão associados a essas qualidades. Entre algumas figuras históricas que demostraram possuir um forte traço cardinal estão Aisten, pela sua persistência, o Marquês de Sade pelo sadismo e Joana D’Arc por seu ato de altruísmo. Allport sugeriu que os traços cardinais são raros e tendem a se desenvolver com o passar dos anos.
Quando estão presentes, os traços cardinais moldam a pessoa, no sentido que elas têm de si mesmas, sua composição emocional, suas atitudes e seu comportamento. Isso é tão claro que podemos inclusive chegar a identificá-las historicamente por eles, como no caso do Marquês de Sade.
Traços centrais
Os traços centrais são as características gerais que formam os fundamentos básicos da personalidade. Esses traços, ainda que não sejam tão dominantes quanto os traços cardinais, seriam as principais características que podem ser usadas para descrever um indivíduo. Segundo a teoria dos traços de personalidade de Allport, cada pessoa tem entre 5 e 10 traços centrais, que estão presentes em diversos graus em cada um. Incluem traços comuns (empatia, de timidez, confiança, mau humor, honestidade), e seriam condicionantes principais na maioria de nossos comportamentos.
Traços secundários
Os traços secundários são os traços que às vezes se relacionam com atitudes ou preferências, ou seja, aparecem frequentemente em determinadas situações ou em circunstâncias específicas.Por exemplo, um indivíduo cujo traço cardinal seja a assertividade pode demonstrar sinais de submissão quando a policia o detém por excesso de velocidade ou de uma estudante dedicada que tira notas baixas devido seu alto nível de ansiedade.Segundo Allport, esses traços secundários são bastante difíceis de detectar porque são estimulados por uma escala menor de estímulos equivalentes.
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