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A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO: UMA REFLEXÃO SOBRE AS NOVAS FORMAS DE SOFRIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE

Por:   •  1/11/2022  •  Artigo  •  4.514 Palavras (19 Páginas)  •  277 Visualizações

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FAVENI

FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

PSICOLOGIA SOCIAL

CRISTINA REAL RAMOS

A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO: UMA REFLEXÃO SOBRE AS NOVAS FORMAS DE SOFRIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE

ROLÂNDIA

2022

A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO ATRAVESSADO POR NOVAS FORMAS DE SOFRIMENTO NA CONTEMPORANEIDADE

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais.

RESUMO- O objetivo deste trabalho é a reflexão das novas formas de sofrimento na contemporaneidade, visto que, os novos arranjos sociais e os avanços tecnológicos ocasionaram e reatualizaram novas formas de sofrimento. Dessa forma, se faz necessário o questionamento e a reflexão sobre um tema tão relevante que é o do sofrimento humano que se reatualiza e necessita de respostas para a tentativa de compreender e buscar por possíveis caminhos que clarifiquem e revelem novas formas de abordagens aos pacientes adoecidos. Para a realização desta proposta a autora buscou conceitos da teoria psicanalítica com autores que refletem sobre a constituição da subjetividade do sujeito, sua inserção na comunidade onde faz laços, participa das instituições, portanto, se constitui e é atravessado pelas questões e pela dinâmica dos grupos sociais, questões essas que é de seu tempo histórico, cultural e político considerando que, o modo de produção capitalista e o neoliberalismo reproduzem discursos hegemônicos que permanecem e alicerceiam novos arranjos sociais e consequentemente contribuem para as novas formas de sofrimento.

PALAVRAS-CHAVE: Sujeito. Psicanálise. Mal-estar. Contemporaneidade.

INTRODUÇÃO

Somos constituídos no seio de nossa família que nos oferece os cuidados vitais, carinho, amor e nos prepara para que tenhamos um desenvolvimento esperado para sermos inseridos na sociedade.

Nas mais variadas culturas, esse cuidado primário se diferencia e vai se modificando com o passar do tempo histórico criando novas formas de subjetividade, de forma que, é necessário o conhecimento da constituição dos sujeitos ao longo do seu tempo histórico e ao que é próprio da cultura em que está inserido.

As diversas mudanças ocorridas nas organizações moldaram e impactaram de várias formas a constituição dos sujeitos, por vezes, de maneira benéfica, e em outras, de maneira maléfica.

Mudanças causam estranhamento e exigem adaptação, nem todos estão preparados ou suportam o novo, se adaptam, mesmo que essas mudanças sejam constituídas num processo longo e leve um bom tempo para se solidificar.

A tendência nos comportamentos é de adaptação e conservação daquilo que já é conhecido, mesmo que não sejam processos totalmente confortáveis produzindo quase sempre resistência a aceitar o novo e diferente.

O surgimento da ciência moderna se sobrepôs à autoridade religiosa e das autoridades mudando a forma com que o homem se organiza e as relações de poder na sociedade.

Predomina na atualidade um novo laço social norteado por um saber que não está organizado e repassado pela autoridade verticalizada do mestre, o conhecimento, dessa forma, passou a ser regido pela horizontalidade e acessível a todos que se interessarem.

Nesse sentido, é apropriada a consideração de que, diante de tantas possibilidades ofertadas pela mídia, tantas variedades existentes e oferecidas para serem consumidas, mas que não estão ao alcance de todos, propõe um gozo impossível como ideal a ser atingido que produz mais angústia do que gozo, mais violência do que fruição, já que sabemos ser impossível de se adquirir e assimilar todas as informações ofertadas e disseminadas em grande volume na atualidade.

O grande número e variedades de produtos que são ofertados com a promessa de felicidade e realização pessoal, o padrão de vida que é publicado nas fotos das redes, ostentam uma falsa realidade. As cobranças por sucesso, pelo corpo ideal, comportamento ideal, são metas difíceis que causam o sentimento de inadequação, insatisfação e angustiam a todos.

Dessa forma surge a inquietação em entender: Quais as novas formas de sofrimento na atualidade? Por que as pessoas sofrem tanto a ponto de adoecerem? Qual o caminho a trilhar para tentar retroceder as os sofrimentos e angústias da sociedade contemporânea?

De acordo com Birman, 2006, a hiperatividade e a falta de reflexão pautam a ação que é levada a uma indeterminação e a incompreensão da sua própria forma de agir. A ação é marcada pelo excesso que impele à explosividade e a uma irritabilidade constante na forma de ser e agir aumentando as formas de violência.

Silva (2017) vem com a proposta de contrapor aos valores capitalistas com a recomendação psicanalítica da recuperação do laço social e do resgate da palavra, do confronto do direito à insatisfação e da inexistência do objeto de satisfação.

A partir daí, pôde se concluir a importância de descrever a constituição da subjetividade através da perspectiva da influência do inconsciente, na tentativa de compreender a constituição dos sujeitos, suas novas formas de se relacionar, seus valores, e, portanto, as reconfigurações dos sofrimentos para um melhor entendimento que possibilite a contribuição da reflexão de técnicas efetivas e atualizadas no acolhimento e busca pela cura dos sintomas e adoecimentos.

Para a realização deste trabalho utilizou-se pesquisa bibliográfica para o embasamento em conceitos da teoria psicanalítica retirados de artigos e livros contendo o tema proposto.

O SUJEITO DO INCONSCIENTE

Com a passagem do

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