A Construção Do Eu Na Modernidade Cap 1
Ensaios: A Construção Do Eu Na Modernidade Cap 1. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gabidrigues • 26/3/2015 • 583 Palavras (3 Páginas) • 418 Visualizações
Desde que o homem pensa, ele pensa sobre si mesmo, sobre o que é alma, desejo, liberdade, etc. Mas foi apenas no final do século XIX que surgiram os projetos de se realizar uma ciência da
mente, nos moldes que conhecemos hoje. Para uma primeira aproximação com o campo da Psicologia, é essencial que se procure pensar no motivo pelo qual nasceu a demanda por um profissional, dentro dos moldes da ciência, para dar conta das crises de identidade ou do controle dos comportamentos.
Como se sabe, a Psicologia é composta de uma grande quantidade de teorias diferentes, que mal conseguem se comunicar entre si. Este estado não parece ser passageiro, mas próprio da 'Psicologia e de outras ciências humanas. Ao compreendermos o sentido do surgimento da Psicologia, talvez também possamos entender o motivo dessa dispersão.
Essa história é imensa. Ela remonta à filosofia grega e acompanha toda a reflexão filosófica posterior e, mais recentemente, alcança as teorias psiquiátricas até o início de nosso século. Por isso, tomamos algumas teses sobre o assunto para organizar nosso percurso. Está longe de nossa pretensão realizarmos uma obra totalizadora ou sequer de nos aproximarmos disso. Trata-se simplesmente de perseguir um fio nesta rede, na esperança de que ele convide os leitores a explorar outras vias. Como será possível perceber, cada época tem um número de correntes de pensamento paralelas e um número de formas de expressão desses pontos de vista. A seleção dos autores e temas obedeceu à orientação de alguns comentadores clássicos, de um lado, e a motivos menos nobres, de outro, como o ponto de vista do conhecimento prévio do autor. Muitas discussões essenciais são apenas mencionadas, como a questão da Modernidade, algumas passagens da própria história; muitas questões paralelas às vezes sequer são mencionadas. Peço desculpas ao leitor mais bem informado e reafirmo o caráter meramente didático deste projeto.
A tese básica que orienta este percurso é a de Luis Cláudio Figueiredo, em "Psicologia. Uma introdução". Ele propõe a idéia de que houve duas pré-condições para o surgimento de um projeto de Psicologia como ciência. A primeira seria o surgimento de uma noção clara de subjetividade privada (ou seja, uma afirmação da idéia de que as pessoas são indivíduos livres e, enquanto tais, indivisíveis, separados, independentes uns dos outros e donos de seus destinos. A segunda seria a de que essa concepção de sujeito teria entrado em crise, gerando assim um sujeito em crise de identidade e a procura de um profissional que lhe pudesse restituir a estabilidade. De momento, essa tese pode parecer obscura, mas gradativamente ela irá sendo explicitada.
De uma forma genérica, podemos dizer que noção de subjetividade privada data do início da
Modernidade, ou seja, do Renascimento. Será justamente na passagem da Idade Média para o Renascimento que iniciaremos esse percurso. A afirmação do sujeito chegará a seu ponto máximo no século XVII e, a partir de então, iniciará uma longa crise até o final do século XIX.
No final do século XIX, surgirão os primeiros projetos de Psicologia, já com algumas características definitivas da diversidade que marca esta ciência. Wundt cria condições para a criação de uma Psicologia
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