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A Esfera Pública e Privada

Por:   •  23/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  5.493 Palavras (22 Páginas)  •  260 Visualizações

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TEXTO 1 - Esfera Pública e Privada – Hannah Arendt

Ação política: pluralidade de opiniões (origem grega), espaço com o outro -> lugar da fala e da expressão (busca pelo diálogo), diversidade e divergências de pensamentos, nascemos apolíticos, pois tal ato se realiza na relação com o outro. (SER DEMOCRÁTICO) -> liberdade (cidadania), igualdade (direito da palavra para todos, com o mesmo peso p pessoas da mesma esfera política).

Politicas apolíticas: Com violência, fascismo, não existe o diálogo, a pluralidade, a liberdade, não é democrático, etc.

Público: Aquilo que é comum aos cidadãos -> Visto e ouvido por todos, constitui a realidade (das coisas e do mundo), é relevante (ganha resistência), espaço da fala,

* Deixar o lar e a família manifestava a mais importante virtude política - a coragem. No oikos, o homem defendia a sua sobrevivência biológica. Na polis, o homem tinha de ter coragem para arriscar a própria vida libertando-se do servilismo do amor à vida. A polis era o espaço de afirmação e reconhecimento de uma individualidade discursiva.

Privado: Aquilo que é próprio ou do domínio da casa (necessidade humana) - > É incomunicável (alheia ao senso de realidade), é irrelevante (não tem força), homogêneo, princípios particulares, olhar de um ponto de vista, não pode ser parâmetro para decidir interesses coletivos, status social, recompensa monetária. (NÃO podem ser pautas públicas por isso – democracia – olhar comunidades não interesses específicos)

  • Quando o privado invade o público e toma frente nas políticas, o público vai se tornando irrelevante e banal, já que não é mais pauta de discussão coletiva e pluralidade. O ato da política passa a não ter diversidade de público.
  • Na pré modernidade a propriedade privada estabeleceu conexão com esfera privada, passou a ter um caráter sagrado, função extra econômica, define o lugar do indivíduo no corpo político (pertencimento a cidade), lugar das necessidades biológicas.

Trabalho: necessário para sobrevivência biológica

Pobreza: mantém o indivíduo preso às necessidades do corpo, impedindo de agir politicamente (não vive esfera pública). Não tem nem como pensar em política.

Riqueza: libera o sujeito de preocupa-se com a sobrevivência, com condições (livres) de controlar as necessidades do corpo, porém presos a necessidade de acumular e favorece seu ingresso na vida pública. (propriedade como fonte de riqueza, cidadania como privilegio)

Livre: pode sacrificar sua liberdade involuntariamente em busca de mais riqueza.

Capitalismo: outras necessidades tornam-se biológicas e físicas (simbólicas) ex: celular (nos escravizam, torna-se necessidade)

Produção: produz objetos duráveis partilhando o seu saber de fabrico com os outros homens

Ação: é a caracterização matricial da vida humana em sociedade

*Os homens agem e interagem uns com os outros no seio de uma vida política em sociedade. Só a ação é a única característica da essência humana que depende exclusivamente da contínua presença de outros homens. Arendt enquadra o trabalho e a produção no domínio da esfera privada, enquanto a ação está exclusivamente no plano da esfera pública (política). O privado é o reino da necessidade. O público é o reino da liberdade. A ação (política) nunca é equivalente a um trabalho necessário à sobrevivência biológica ou à produção técnica. A ação é uma atividade comunicacional mediada pela linguagem da pluralidade de opiniões no confronto político e efetivada através da retórica.

Igreja: Sem preocupação com a política no sentido real,

Chegada do SOCIAL: Nasce da junção da esfera publica e privada, é uma extensão dos assuntos privados, existem um interesse do privado pela propriedade publica, e a riqueza comum torna-se privada e pra isso o governo passa a proteger os proprietários um dos outros na luta competitiva pela riqueza (tal acumulo tornou-se mais importante que a propriedade) – Acontece um esvaziamento da vida politica e tudo passa a ser privatizado, perdendo a diversidade e qualidade (politicas publicas devem garantir o acesso, inclusão, direitos constitucionalmente assegurados, reduzir desigualdade – ex: cotas- é um impacto estrutural que deve-se mudar a configuração social e promover matriz curricular (mudar universidade)).

Social e político:  Existe uma relação mútua entre a ação humana e vida em comum na comunidade ou sociedade. os homens se associam para viver juntos em função de fins específicos (por exemplo: para dominar os outros ou para cometer um crime). Deste modo, existe uma diferença substancial entre a polis dos gregos como espaço de afirmação da política, através da liberdade e igualdade dos cidadãos, e a sociedade dos romanos como um espaço de dominação do poder imperial sobre os cidadãos e restantes súbditos do Império Romano.

- Mas a capacidade dos cidadãos da polis (pais da família) confrontarem opiniões através do discurso. Contrariamente, todos os que viviam fora da polis (mulheres, crianças, escravos e bárbaros) estavam impedidos não da faculdade de falar, mas do poder de discursarem publicamente uns sobre os outros confrontando opiniões.

- Para Arendt, a confusão entre o social e o político decorre da moderna concepção da sociedade, a qual encara a política como um espaço de regulação da esfera privada. O Estado nacional tende a regular a vida doméstica mediante uma "economia nacional", "economia social" ou "administração doméstica coletiva". Atualmente, a economia política do Estado nação efetiva-se no controlo do poder estatal sobre a família e a administração doméstica do lar. Trata-se de um processo contraditório, pois originariamente a economia pertencia ao domínio do chefe da família e a política à cidadania na polis.

- Deste modo, segundo Arendt o pensamento medieval, que concebia a política e a família subordinados ao fim divino, foi incapaz de compreender o abismo originário entre a esfera privada e a esfera pública.

- Arendt assegura que Maquiavel foi o único autor pós-clássico que reconheceu a separação entre a esfera privada e a esfera pública. Em O Príncipe, Maquiavel defende, tal como os gregos, a coragem como uma qualidade política essencial. E procura restaurar a identidade clássica da política através da figura do Condottieri (mercenário), o qual passa da privacidade das circunstâncias naturais existentes em todos os indivíduos para o domínio público do Principado.

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