A Fenomenologia Existencialista

A ruptura com o manicômio é um problema cultural devido a um circuito do controle que define quais são os comportamentos normais e patológicos na sociedade. Tem participação de diversos atores sociais, novas tecnologias de controle, medicalização, estigmação das pessoas. A partir de uma lógica reducionista pune e exclui os indivíduos do convívio social, a fim de serem domesticados e neutralizados.  

        Com essa prática, há retirada da autonomia e liberdade desrespeitando a subjetividade do indivíduo. Estão expostos á um ambiente de violência, tortura, tratamentos de eletrochoque, insulinoterapia com aplicação de doses excessivas de insulina para provocar convulsões e até levar ao coma. Há relatos de sentirem-se aprisionados, despersonalizados, humilhados, revoltados, paralisados, constrangidos, defeituosos, torturados e desmoralizados. Isso produz grande sofrimento físico, psíquico e perda de laços sociais irreversíveis.

        Outra instituição que participa é a da família, essa, reproduz a ideia de prevenção do sofrimento familiar, que tem interpretações equivocadas ao escolher a internação de indivíduos que apresentam alguns sintomas considerados anormais sendo que está exposto a um contexto familiar defasado e que geram os gatilhos para esses determinados comportamentos. A prova disso, é a escolha do indivíduo considerado doente de ir ou retornar ao manicômio para atender suas questões sociais e estarem longe do ambiente que o leva ao adoecimento.

Tem-se então o “circuito de atenção” que visa a produção de novas formas de cuidado e de sociabilidade com reconhecimento e aceitação dessas pessoas que são classificadas como ‘’loucas’’ e vistas pelas instituições e sociedade com um olhar de julgamento e classificação que foram produzidos pelos meios de controle. Devemos lutar contra essa forma de tratamento para que seja possibilitado dignidade e alternativas de cuidado, que não o internamento, favorecendo a inserção social __________

referencias: Nunes, M. O., Torrenté, M., & Carvalho, P. A. L. (2022). O circuito manicomial de atenção: Patologização, psicofarmaceuticalização e estigma em retroalimentação. Psicologia: Ciência e Profissão, 42, 1-14. https://doi.org/10.1590/1982-3703003241846

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FRASE:

Sonhos interrompidos, controle dos passos e portas giratórias se retroalimentam em um circuito manicomial de atenção.

‘’ As pessoas batem na gente, as pessoas acham que a gente é um nada, um lixo’’..