A Gestalt Terapia
Por: Jonh Lennon • 29/5/2019 • Pesquisas Acadêmicas • 590 Palavras (3 Páginas) • 122 Visualizações
A Gestalt terapia surgiu nos meados de 1950, é importante pensar nesse momento histórico pois nesse período estava sendo vivenciado a pós-guerra. Neste período surgiu um terceiro movimento dentro da psicologia, chamado corrente humanista onde não concorda com o reducionismo do behaviorismo e também não concorda com o determinismo da psicanálise. Por exemplo: Não é porque eu passei por determinadas circunstâncias e experiências, que eu tenho que me tornar uma pessoa assim e também eu não me reduzo somente a comportamentos, não sou uma caixa-preta, onde chega um estímulo e eu vou dar determinada a resposta.
A Gestalt-terapia vai trazer um olhar para presente, é claro que o passado do indivíduo e suas experiências é muito importante, porém é a partir de hoje, aqui- agora
Na nossa contemporaneidade, as demandas sociais têm implementado o impedimento do indivíduo ser o que é. Os padrões sociais já são registrados ao longo do tempo, construindo padrões que deveriam existir, tabelados como correto para a sociedade. Por exemplo: Ser bonito atualmente, é ser magro, ter um cabelo liso, ter olhos azuis e etc. E muitas vezes, esses padrões que estão registrados no social como perfeição, fazem o indivíduo sofrer. Onde o mesmo tenta sempre pertencer a esse modelo, lutando muitas vezes contra si mesmo para entrar em um padrão que não será o dela.
É necessário reorganizar e reestruturar essa personalidade, que possivelmente não conseguiu assimilar com as experiências do meio. De uma forma geral é entendível que o sujeito carrega muito lixo emocional, muitas introjeções que não foram absorvidas corretamente. Desde pequenos nossos pais, a sociedade e a cultura como um todo nos ensina a como se vestir, como se comportar, como nós podemos ser. Até mesmo no próprio ciclo familiar um menino é ensinado a como ser um menino, qualquer semelhança ao brincar ou a se comportar com o sexo oposto, é tomado como uma aberração. Menino tem que gostar de azul, falar grosso, não pode andar se rebolando, não pode cruzar pernas. Os padrões sociais modulam os comportamentos das pessoas, perdendo-as a apenas determinadas experiências, separando e definindo o que é certo e errado, o que deve ser feito ou não a partir de classes sociais, raça, sexualidade. Somos obrigados a engolir, sem mastigar, experiências incompatíveis com as nossas necessidades, elementos tóxicos que vão contribuir para a alienação de partes importantes da personalidade de cada um.
A Gestalt-terapia com o auxílio do terapeuta, quer que o cliente possa integrar as suas partes e consequentemente fazer todo esse processo de auto regulação. É necessário pensar que dentro da terapia, o terapeuta precisa trabalhar com esse material de introjeção com o cliente, fazer todo um trabalho de reorganização e ressignificação. Muitas vezes nesse processo de agressão, o sujeito fica muito preso nessa questão do que deve ou não ser feito. Possivelmente muitas vezes o cliente acaba nesse lugar de autopunição e certamente isso trás muitos danos para a sua personalidade.
A existência precede a essência, aquilo que desejamos nos tornar, desejamos trazer à tona a nossa autenticidade, é o que forma a nossa essência. Os indivíduos não nascem prontos, o que nós somos, é a contribuição a partir do meio que está inserido e de suas escolhas que o mesmo vai criando sua personalidade.
É fundamental na Gestalt-terapia a relação que se demonstra entre o terapeuta e o cliente. É muito importante procurar construir uma relação autêntica, verdadeira, regulado pelo diálogo de pessoa para pessoa, no decorrer da qual, pouco a pouco, o cliente vai aumentando sua percepção e atribuindo seus próprios significados.
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