A História Moderna da Psicologia Social
Por: Daniel Brito • 19/3/2020 • Resenha • 1.240 Palavras (5 Páginas) • 465 Visualizações
Mead e a Escola de Chicago / A escola de Iowa
É de grande importância ressaltar as duas escolas que tiveram forte influência no desenvolvimento da psicologia social sociológica, onde se deu origem a duas diferentes correntes teóricas: a escola de Chicago e a escola de Iowa.
A Escola Sociológica de Chicago, ou Escola de Chicago, surgiu nos Estados Unidos, na década de 1910, por iniciativa de sociólogos americanos que integravam o corpo docente do Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, fundado pelo historiador e sociólogo Albion W. Small.
Blumer era um sociólogo que, após a morte de Mead, assumiu seu curso anual de aulas de psicologia social na escola de Chicago. Foi ele quem desenvolveu os primeiros conceitos teóricos do interacionismo simbólico baseados nas ideias extraídas da psicologia social, que foram inicialmente escritas pelo filósofo e cientista social Georg Hebert Mead, e as aplicou nos estudos realizados dos comportamentos coletivos.
Historicamente como ocorre com as correntes de pensamentos científicos, no auge de crescimento do interacionismo, houve também uma significativa diversificação. A criação da Escola interacionista de Iowa, disposta a introduzir processos quantitativos nas pesquisas, expressa uma das facetas desse processo de diversificação interna do interacionismo.
Manford H. Kuhn criou uma escola de pensamento em interação simbólica, conhecida como Escola de Iowa, que fez do eu social seu conceito central e que incentivou a pesquisa empírica sistemática. Em suas ideias, Kuhn afirmava que as expectativas da sociedade a respeito do desempenho de determinados papéis limitavam as interações sociais ao exercer influência sobre as concepções que as pessoas desenvolviam acerca de si próprias e dos outros, sobre as definições das situações e sobre os significados que as pessoas construíam.
As duas nuances mais relevantes do interacionismo simbólico são criadas pelas escolas de chicago e Iowa. Se notarmos as propostas de ambas as escolas, pode-se dizer que Iowa, distancia -se mais das ideias de Mead do que a escola de Chicago, mas que ao mesmo tempo, passou a ocorrer um diálogo recíproco entre o interacionismo simbólico e as diferentes vertentes explicativas do mundo social, tais como fenomenologia, etnometodologia, teoria pós-moderna, feminismo, semiótica etc. Embora, podemos perceber também pontos de divergência entre suas ideias.
Desenvolvimento da Psicologia Social na Europa
No ano de 1964, nos Estados Unidos, criou-se um Comitê Transnacional com o intuito de fomentar a internacionalização da psicologia social (Moscovici e Marková, 2006).
O comitê era composto por seis psicólogos norte-americanos e dois europeus. Tinha como intuito, promover o desenvolvimento da psicologia social na Europa através de encontros científicos e treinamentos para psicólogos sociais europeus e exercendo papel ativo na construção e na Consolidação da Associação Europeia de psicologia experimental. Com isso, desde os anos de 1970 a psicologia social europeia vem crescendo progressivamente em tamanho e influência.
A princípio a psicologia social caminhava lado a lado com a psicologia social psicológica, mas com o tempo, passou a consolidar sua própria identidade e a manifestar uma atenção maior com as estruturas sociais. Com isso, os estudos se direcionaram mais para as relações intergrupais, a identidade social e a influência social, que remetem a uma psicologia dos grupos (Graumann, 1996). Pode-se destacar como autores fundamentais dessa moderna psicologia social europeia, Henri Tajfel (1919 -1982) e Serge Moscovici.
A teoria da identidade social surge na literatura sociopsicológica com Henri Tajfel, que procura enfatizar a dimensão social do comportamento individual e grupal, ao postular que o indivíduo é moldado pela sociedade e pela cultura. Nesse sentido, defendem que as relações intergrupais estão intimamente relacionadas a processos de identificação grupal e de comparação social.
Segundo Moscovici (1981), as representações sociais englobam um conjunto de conceitos, imagens e explicações que se originam do senso comum, no contexto das interações e comunicações interpessoais. Nesse sentido, elas vão se modificando à medida que novos significados vão sendo acrescentados à realidade. Essa teoria foi bastante difundida nas décadas posteriores, até mesmo no Brasil, sendo definida hoje como uma das primordiais tendências da psicologia social europeia.
Desenvolvimento da Psicologia Social na América Latina
A psicologia foi exercida na década de 1970 na América Latina, foi fortemente influenciada pelo paradigma da psicologia social psicológica de natureza experimental, dominante à época dos estados unidos.
Nesta mesma época, na América Latina, Moscovic busca a internacionalização da psicologia social, e através de contatos com psicólogos sociais latino-americanos cria-se então em seguida um comitê local.
A partir da década de 1970, os psicólogos sociais brasileiros também participam ativamente do movimento de ruptura com a psicologia social tradicional ocorrido na América Latina. A publicação do livro da Silvia Lane abriu portas para muitos outros na perspectiva da psicologia crítica.
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