A IMPORTANCIA DA MUSICOTERAPIA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM TEA
Por: ubirajara borges • 31/5/2021 • Trabalho acadêmico • 7.255 Palavras (30 Páginas) • 180 Visualizações
A IMPORTANCIA DA MUSICOTERAPIA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM TEA
RESUMO: Este artigo surgiu com o objetivo de destacar a importância da musicoterapia como uma nova modalidade de tratamento para crianças com transtornos do espectro do autismo (TEA); mostrando um novo olhar , em que a musicoterapia vem sendo aplicada como ferramenta terapêutica e seus benefícios.A musicoterapia surge como uma nova terapia complementar e integrativa de tratamento usando a música como recurso terapêutico, promovendo alterações físicas, mentais e sociais, repercutindo na recuperação e resposta ao tratamento. Possibilitando aos pacientes, uma boa melhora nos distúrbios que interferem na assimilação de conteúdos nos processos de aprendizado humano. Conseguindo solucionar algumas dificuldades.
A pesquisa caracteriza-se como uma revisão de literatura, utilizando bancos de dados eletrônicos, scielo e literatura de outros autores sobre o tema.
Palavras-chave: autismo- aprendizagem –musicoterapia - integrativa
ABSTRACT: This article appeared with the objective of highlighting the importance of music therapy as a new treatment modality for children with autism spectrum disorders (ASD); showing a new look, in which music therapy has been applied as a therapeutic tool and its benefits. Music therapy emerges as a new complementary and integrative treatment therapy using music as a therapeutic resource, promoting physical, mental and social changes, with repercussions on recovery and response to treatment. Enabling patients, a good improvement in disorders that interfere with the assimilation of content in human learning processes. Managing to solve some difficulties.The research is characterized as a literature review, using electronic databases, scielo and other authors' literature on the subject.
Keywords: autism- learning –musicotherapy - integrative
INTRODUÇÃO
A etiologia do TEA ainda é desconhecida mas há vários estudos em genética e neuropsicologia que definem como biologicamente determinada. Revista Brasileira de Musicoterapia - Ano XIX n° 23 ANO 2017 VINCENZI, A.; ARAÚJO, G.; GATTINO, G. Autismo e o empoderamento materno através da Musicoterapia Improvisational (p. 45-64) 47 Gattino (2015) relaciona as causas do TEA a dois principais fatores: genéticos e ambientais. As causas genéticas seriam as anormalidades cromossômicas, sendo que há uma prevalência do autismo associado a síndromes cromossômicas como Síndrome Down, Síndrome de Turner, Síndrome de Angelman, Síndrome de Prader-Willi. As causas ambientais seriam idade avançada dos pais, uso de medicação materna durante a gestação, hemorragia materna, diabete gestacional, hipóxia neonatal, ordem de nascimento, pré-eclâmpsia, infecções virais no período neonatal e doenças na criança que podem aparecer na infância, como sarampo, meningite, intoxicação por chumbo, dentre outras. Vários trabalhos vêm sendo desenvolvidos na área da musicoterapia e autismo, sendo comprovada a eficácia do tratamento com pessoas com autismo. Algumas publicações de artigos científicos relatam os benefícios que as intervenções trazem para vida desses pacientes, ficando claro a intensa relação da música, descobrindo um caminho de expressão e comunicação.
O termo vem sendo substituído por Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com a publicação da quinta edição do DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 2013), o termo se consolidou, estabelecendo novos critérios para diagnóstico do TEA (GATTINO, 2015). A Classificação Internacional de Doenças e Problemas relacionados com a Saúde em sua décima edição (CID10) apresenta o Autismo Infantil e o Autismo Atípico com pertencente ao grupo de Transtornos Globais do Desenvolvimento e os TGD-SOE (GATTINO, 2015, p. 10).
Como definição para musicoterapia, a Federação Mundial de Musicoterapia sugere o seguinte: A Musicoterapia é o uso profissional da música e seus elementos como uma intervenção em ambientes médicos, educacionais e cotidianos com Revista Brasileira de Musicoterapia - Ano XIX n° 23 ANO 2017 VINCENZI, A.; ARAÚJO, G.; GATTINO,
Recurso terapêutico usado desde a Antiguidade, a música contribui para o desenvolvimento de autistas, já era utilizada como uma possibilidade terapêutica desde a Antiguidade. No entanto, sua aplicação como profissão, com um corpo de estudo estruturado, se consolidou há pouco tempo – no Brasil, começou em 1970. A prática possui em suas fundamentações teóricas um caráter multidisciplinar, com estudos que vão além do campo musical e abrangem psicologia, educação, filosofia e, inclusive, disciplinas biológicas.
É importante destacar que a música não é, por si só, uma terapia. Ela é uma ferramenta que, ao ser aplicada sistematicamente por um profissional qualificado, pode possibilitar o alcance de objetivos terapêuticos. Tais objetivos são, portanto, a grande diferença entre a musicoterapia e a musicalização.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para essa pesquisa foi à utilização de livros específicos sobre a musicoterapia e autismo. Foi feito um estudo de literaturas bibliográficas onde obtivemos respostas para a resolução do problema. Destaca-se como principal teóricos: Gustavo Schulz Gattino , que aborda especificamente sobre a história da musicoterapia e suas funcionalidades no tratamento de indivíduos com autismo.
TÓPICO I
BREVE HISTÓRICO DO AUTISMO
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.
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