A INFLUÊNCIA DO OUTRO PARA O DESENVOLVIMENTO DO HOMEM.
Por: Róbson Menezes • 8/8/2017 • Projeto de pesquisa • 1.291 Palavras (6 Páginas) • 480 Visualizações
A INFLUÊNCIA DO OUTRO PARA O DESENVOLVIMENTO DO HOMEM.
Andressa Moraes
Curso de Psicologia.
Resumo: Pensando na pergunta que nos move sobre, “o que é o homem” este artigo tem por objetivo mostrar a importância, e a influência que outro tem para o desenvolvimento do ser humano. Nesta interação social do homem com o outro partirei da abordagem sócio-interacionista de Lev Vygotsky, bem como a mediação entre o sujeito e a cultura onde está inserido. No decorrer do desenvolvimento do sujeito e constituição da sua subjetividade, pensando nessas diferentes formas de se fazer homem, acredito ser fundamental o respeito para com a diferença subjetiva do outro e para tal afirmação usarei o conceito de alteridade.
Palavras-chave: Alteridade. Teoria histórico-cultural. Subjetividade. Sócio-interacionista.
1 INTRODUÇÃO
Desde o desenvolvimento do capitalismo, marcado pelo enriquecimento individual as pessoas vêem se tornando cada vez mais individualistas, acreditam poder fazer tudo sozinhas. Estamos em um mundo marcado por vários conflitos relacionados a este aumento do individualismo. Partindo desta individualidade do ser da modernidade, busco mostrar o quanto a vivencia do outro é necessária para que possamos nos fazer humano. E nessa constituição do ser que pode variar conforme a sua cultura, nos tornamos seres diferentes um dos outros.
Vygotsky afirma que as funções psicológicas superiores do ser humano se originam da relação do individuo com seu contexto cultural e social.
Desde quando nascemos temos a necessidade do outro para podermos sobreviver, Segundo (STREY 2002, p. 59), citado por (UNITINS, p.125) ao nascer o individuo “encontra-se num sistema social criado através de gerações já existentes e que é assimilado por meio de inter-relações sociais”. E é essa assimilação do individuo que forma a sua subjetividade o seu modo de pensar, é isso que nos faz únicos. Porém essa diferença que temos uns com os outros nos trás desconforto, mesmo estando em grupo que aparentemente teríamos o mesmo pensamento. As pessoas não conseguem lidar com o outro pensando diferente. E é neste ponto que entra o conceito de alteridade, o outro como ser único, não como um outro do eu. As minhas atitudes o meu modo de ser, muito pode influenciar sobre o modo do outro, porém não pode ser determinante para que ela também pense daquela forma.
E nesta forma de pensar o outro, que coloco em questão essa soberania absoluta do sujeito moderno que pretende ter total controlo de si de do outro.
2 O OUTRO PARA O DESENVOLVIMENTO DO HOMEM
Para entender a necessidade, o grande papel que o outro tem em nossa vida é preciso entender como se da o nosso desenvolvimento. Pois só ao perceber a influência do outro sobre a nossa vida seremos capazes de respeitar uns aos outros.
Segundo (VIGOTSKY,1991), a criança nasce apenas com funções psicológicas elementares e, a partir do aprendizado da cultura estas funções tornam-se em funções psicológicas superiores. Para ele a formação se dá a partir do dialogo entre o sujeito e a sociedade ao seu redor. Os processos psicológicos que nos diferenciam dos animais, como a fala, só se dá através da aprendizagem. Sendo a fala a função superior do homem. "Uma criança nasce com as condições biológicas de falar, mas só desenvolverá a fala se aprender com os mais velhos da comunidade", diz Teresa Rego. O homem é um ser ativo, um ser social. O sujeito é construído ao longo de sua vida a partir da sua relação com meio (sua atividade). Ele não é autônomo no sentido de ter um desenvolvimento independente. Cito aqui alguns casos reais, bastantes conhecidos como o de Kaspar Hauser da comunidade de Nuremberg e o de Victor de Aveyron em 1788, onde ambos foram privados do convívio social, não se desenvolvendo física e nem biologicamente como humano, sendo considerados como selvagens. Como já dizia (OLIVEIRA, 1992, P.68) “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”. Deixando claro assim que para o desenvolvimento do ser humano é mais importante o grupo social do que questões biológicas. Contrariando Piaget (1978;1990) que diz que todo organismo/ser vivo, possui uma inteligência inata capaz de lidar com o ambiente de forma espontânea, há qual discordo pois sem o outro, apenas com nossas estruturas não nos tornaríamos seres civilizados inseridos no meio social. Dando mais importância aos processos internos do que interpessoais.
3 O OUTRO PARA A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE
Pensando no outro e na sua importância para que possamos viver e nos inserir no meio social, acredito ser importante trazer outro ponto. O outro para além de nosso desenvolvimento, o outro sobre influencia do nosso modo de pensar e agir. (MIRANDA, 2008, p.75) “Na edificação da subjetividade do sujeito , a alteridade já se fez inscrição como responsabilidade”. Visto que o homem se constitui conforme o contexto histórico-social, conforme a cultura onde se está inserido. Somos resultados do que a sociedade nos impõe, do que o outro nos transfere.
[...] da própria vida e de uma forma global, determina a apreensão de seu desenvolvimento em circunstâncias objetivas, isto é, como resultado da atividade subjetiva condicionada por condições objetivas [...] a personalidade de cada indivíduo, não é produzida por ele isoladamente, mas, sim, resultado da atividade social. (MARTINS, 2004a, p. 85)
O ser humano se constrói através de um conjunto de acontecimentos na história da humanidade. O ser humano se apropria da cultura e atua sob ela. Somos diferentes uns dos outros, pois levamos um pouco de cada um, aquilo que é melhor para nós que nos faz mais sentido interiorizamos. O homem se apropria de todos os significados sociais, mas por ser ativo atribui também os seus significados, ou seja, ele se apropria da história, apreende o mundo e a partir disso atribui um novo sentido. E é esse processo de apropriação do mundo social que permite o desenvolvimento da consciência no homem.
...