A Lista de Exercícios para Revisão
Por: Stefany Lohn • 18/5/2020 • Trabalho acadêmico • 1.872 Palavras (8 Páginas) • 198 Visualizações
Lista de Exercícios para Revisão
Disciplina: Psicopatologia II
Instruções:
Na sequência, encontra-se uma lista com 15 perguntas, envolvendo os temas: função paterna e materna, estruturas psíquicas gerais, a questão do diagnóstico em Psicanálise, a estrutura neurótica histérica e a estrutura neurótica obsessiva.
Perguntas e respostas:
1. O que significa dizer que a mãe é um ser em falta? Qual a importância dessas características da mãe para a constituição da psiquê do filho?
R: A criança é tratada como uma solução para a falta feminina, já que o falo é o significante que faz da mulher um ser em falta. Ser mãe é correlato da falta do objeto essencial para a mulher: o falo.
Para a mãe, a criança, longe de ser apenas a criança, é também o falo. Ao tomar este valor de falo, ela se identifica com o significante do desejo materno. Resta saber de que modo a criança vai se instalar na relação da mãe com sua falta a ter do falo. Como a criança vai se engajar, se introduzir e se substituir ao apetite materno pelo falo faltoso.
Do ponto de vista da mãe, o filho é tomado como seu único objeto de desejo. O desejo, a rigor, não tem objeto. Trata-se de uma busca constante por algo a mais.
O desejo é (um)a falta. É fundamental que a mãe se mostre como um ser incompleto, permeada pela falta.
2. O que significa dizer que a mãe e o bebê têm uma relação dual?
R: O que caracteriza o modo dual de relação é a indistinção entre o si e o outro. Trata-se mais de uma demarcação do próprio corpo do que de uma individualidade. Não se trata de um corpo biológico. Mas sim, imaginário, formado pelas inscrições maternas.
Ser o desejo, do desejo do outro é o que caracteriza a criança nessa etapa da vida. Esse momento corresponde à entrada do pai em cena, e a formação da família. É o momento do édipo.
Segundo Lacadée (1996, p. 74), os pós-freudianos, orientados pela relação de objeto, pela relação primária mãe-criança e pelo narcisismo primário, consideram que a relação mãe-criança é essencialmente dual. A criança é vista, por estes teóricos, como um ser em via de desenvolvimento, um objeto parcial, pronto para a satisfação com o objeto “adequado e harmonioso” que a mãe deve ser, ao aprender a interagir com a onipotência da criança. O centro desta teorização está na interação e adaptação da criança a seu meio, e é necessário ensinar a mãe a ter uma capacidade “elevada” de interagir com a criança.
3. Defina o significante “Nome do pai”, trazido por Lacan. Qual é a lei do pai?
R: Lacan (1958/1999) afirma que o Nome do pai está no cerne da questão edipiana. Isso significa que a criança não será mais o falo da mãe, o que indica que a mãe segue desejante e não plena, pois o desejo é sinônimo de falta, de castração. Nesse ponto, é como se a criança se questionasse sobre seu lugar no desejo do Outro, o que o Outro quer dela. A resposta a essa questão aponta para a estruturação psíquica do sujeito.
Portanto, o Nome do pai se apresenta como o significante que define as estruturas clínicas, neurose, psicose e perversão, cada uma delas sendo o modo pelo qual o sujeito lida com a castração, respondendo à questão sobre o desejo do Outro. Trata-se de uma referência à lei de proibição ao incesto. O complexo edípico instaura a lei paterna.
4. Qual a importância da figura paterna na constituição saudável da psiquê do filho? O que acontece com a relação dual estabelecida até então?
R: A entrada do pai na relação mãe-bebê é fundamental no estabelecimento do psiquismo. Ao pai cabe a função da lei, da regra (apreende que tem coisa que pode e coisa que não pode). Com a entrada do pai na relação, a mãe é colocada na função de mulher, de proibida. Trata-se de uma função simbólica de separação da mãe-bebê.
5. Caracterize, de forma genérica, a Estrutura Neurótica. E indique como a função paterna contribui para o seu desenvolvimento.
R: A assimilação do “Nome do pai” é fundamental na estrutura neurótica. De Pai real (não conheço), Pai imaginário (rival), para Pai Simbólico (desejo da mãe).
Para que a lei seja fundada no pai (incesto), é preciso o assassinato do pai. O pai que promulga a lei é o pai morto.
6. Caracterize, de forma genérica, a Estrutura Psicótica. E indique como a função paterna contribui para o seu desenvolvimento.
R: A restrição ao “Nome do pai” é fundamental na estrutura psicótica. Caracterizado pela falha no recalque primário. Fracasso na entrada do simbólico ou na linguagem, tornando-se o sujeito imaginário. O sujeito não é submetido à castração edipiana.
7. Caracterize, de forma genérica, a Estrutura Perversa. E indique como a função paterna contribui para o seu desenvolvimento.
R: A recusa do “Nome do pai” é fundamental na estrutura perversa. O perverso recusa a castração mantendo uma relação particular com a lei, manifestando um gosto especial em transgredir, desafiar e gozar.
A castração foi recusada e, ao mesmo tempo, afirmada. Demonstra aceitar a lei, porém, somente para gozar. É uma estrutura associada ao fetichismo.
8. Apresente algumas características do diagnóstico em Psicanálise. O que significa dizer que o diagnóstico da estrutura se dá na forma como a pessoa faz a gestão do seu desejo?
R: Existe ambiguidade em torno do diagnóstico no campo da clínica psicanalítica:
- Estabelecer um diagnóstico precoce para decidir e conduzir um tratamento, sua pertinência só pode ser confirmada após certo tempo de tratamento.
Um diagnóstico é um ato médico mobilizado por dois objetivos: determinar a natureza de uma doença, a partir de uma semiologia.
Com base em sinais e sintomas, localizar um estado patológico no quadro de uma nosografia. A partir de uma determinada classificação para as doenças. As referências diagnósticas estruturais são testemunhas da economia do desejo. Portanto, a avaliação diagnóstica deve estar sobre o modo como há gestão do desejo
A economia do desejo pode induzir, sob a influência da função fálica, os tipos de estruturas. A memória dos amores edipianos ganha
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