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A Microfísica do poder

Por:   •  11/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.107 Palavras (5 Páginas)  •  317 Visualizações

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Livro: A microfísica do poder – Michel Foucault

Capítulo VI – O nascimento do hospital

Hospital da Idade Média

• Hospital de caridade;

• Morredouro de pobres;

• Espaço em que não se pretendia a cura, mas a salvação (religiosidade) da alma do pobre e daquele que a garantia;

• Assistência espiritual – garantia do último sacramento.

Hospital de caridade - funcionava na Europa desde a Idade Média e não atuava como um meio para a cura. Funcionava essencialmente como uma instituição de assistência aos pobres, promovendo sua separação e exclusão da sociedade. O pobre era visto como aquele que necessita da assistência já que carrega consigo os perigos de uma doença. Assistência essa que se transforma em exclusão para proteger a todos dos perigos da pobreza.

Hospital Geral - lugar de internamento, onde se justapõem e se misturam doentes, loucos, devassos, prostitutas. Ainda em meados do século XVII, atua como uma espécie de instrumento misto de exclusão, assistência e transformação espiritual, em que a função médica não aparece.

Hospital x Medicina

Hospital – instituição assistencial essencial para vida urbana no ocidente (não médica)

Medicina – prática não hospitalar (individualizada)

Prática médica: relação individual entre o médico e o doente

• Médico – prognosticador, árbitro e aliado da natureza contra a doença;

• Medicina não científica;

• A pratica não se dava empiricamente, tratava-se da transmissão de receitas e intervenção na crise;

• Observação do doente e da doença para intervenção na crise, prevendo a evolução e favorecer na medida do possível a vitória da saúde e da natureza sobre a doença.

• Crise – momento em que a natureza sadia do indivíduo e o mal que o ataca se afrontam.

• Cura – jogo entre a natureza, a doença e o médico.

NOVIDADE do final do século XVIII- Aparecimento do hospital médico terapêutico

Medicina hospitalar/ hospital médico

1780 – Hospital assume caráter de cura.

Nova prática: visitas e a observações sistemáticas e comparativas por hospitais, prisões e lazaretos por toda Europa entre os anos 1775 e 1780.

Essas viagens possuiam várias características:

• Definir depois do inquérito empírico um programa de reforma e reconstrução dos hospitais. Apenas a ida ao campo torna possível construir um plano de funcionamento para o hospital. Nenhuma teoria médica ou abstrata pode dar conta desse papel. Afinal, pouco se conhece dele até aquele momento, ambiente esse que tem grande influência sobre as doenças e que assim como pode levar a cura, pode agravar as doenças.

• O foco da pesquisa se dá nas descrições funcionais do hospital, como: a cifra de doentes por hospital, o número de leitos e a área útil do hospital, a extensão e altura das salas, a taxa de mortalidade e de cura.

• Novo olhar sobre o hospital considerado como máquina de curar (médica) que se vier a produzir efeitos patológicos, deve ser corrigido - relação entre fenômenos patológicos e espaciais.

Como se deu a transformação, isto é, como o hospital foi medicalizado e a medicina pôde tornar−se hospitalar?

1º passo: Anulação dos efeitos negativos do hospital. Portanto, mais que medicalizar, a primeira providência foi purifica-lo de seus efeitos nocivos. Efeitos esses que podiam suscitar doenças nas pessoas ali internadas e até se espalharem pela cidade.

Século XVII - O ponto de partida da reforma hospitalar se deu nos hospitais militares e marítimos.

• Locais de desordem econômica, o que leva a criação de regulamentos nesses espaços que possibilita um primeiro esquadrinhamento econômico.

• O problema da Quarentena: doenças epidêmicas que as pessoas que desembarcavam podiam trazer.

• Hospital para impedir desordem econômica ou médica.

O mercantilismo tornou o preço do homem cada vez mais elevado. A formação do indivíduo, sua capacidade, suas aptidões passam a ter um preço para a sociedade.

EXEMPLO : Exercito – com o surgimento do fuzil o exército torna−se muito mais técnico, sutil e custoso. O que acarreta em um maior custo para a formação de um soldado. Portanto, deixa-lo morrer gera um prejuízo, sua morte só pode se dar em batalha e não de doença.

Logo, não se pode perder aquilo que se formou. Então como garantir que essas pessoas não morram, desertem ou finjam doenças?

Isso foi realizado essencialmente, a partir de uma

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