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A Motivação Segundo As Perspectivas Históricas e Contemporânea

Por:   •  18/9/2019  •  Resenha  •  983 Palavras (4 Páginas)  •  858 Visualizações

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RESENHA

A Motivação Segundo As Perspectivas Históricas e Contemporânea


DIOGO FREITAS OLIVEIRA
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE
PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS

Reeve, J. A motivação segundo as perspectivas histórica e contemporânea. In; Motivação e Emoção. Quarta edição. Tradução Luis Antônio Fajardo Pontes E Stella Machado. Rio de Janeiro: LTC, 2016, p. 14-42.

Iniciando com uma apresentação histórica breve, o autor apresenta como se deu a construção dos estudos acerca da motivação, trazendo as origens filosóficas dos conceitos motivacionais. Para isso ele apresenta três grandes teorias: a Vontade, o Impulso e o Instinto, discorrendo sobre como essas se estruturaram e como contribuíram passa o desenvolvimento dos conceitos relacionados.
Com relação à primeira teoria, a Vontade, o autor traz como referência os pensamentos de Descartes, que acreditava que havendo condições de entender a vontade, seria possível compreender a motivação. Descartes dizia que a vontade direciona a ação, ou seja, é ela quem irá decidir a ação. Como consequência desse pensamento de vertente mecanicista a motivação foi reduzida à compreensão da vontade. Porém, a vontade se mostrou tão difícil de ser compreendida quanto a razão, um obstáculo conceitual a mais na busca de elucidar a motivação e na busca de um princípio mais simples viram na fisiologia o instinto como um conceito a ser explorado.
      A partir do sucesso da teoria do determinismo biológico de Charles Darwin, os cientistas acabaram por se aproximar cada vez mais de conceitos genéticos e mecanicistas e se distanciarem cada vez mais de conceitos motivacionais mentalísticos como a vontade. Saindo do conceito de vontade William James busca explicar a motivação a partir de um fator fisiológico e considerado mais simples: o instinto. Baseado nos conceitos de Darwin, James acreditava que a motivação surgia a partir da necessidade do indivíduo em determinado ambiente, sendo necessário apenas um estimulo natural e instintivo para desencadear a motivação. Na geração seguinte, William McDougall surge com uma outra abordagem sobre a teoria instintiva, reduzindo todo e qualquer motivação humana a um instinto inicial, o que acabou por ser bastante questionado pela necessidade de nomear cada vez mais instintos e ser um fator excludente as diferentes individualidades humanas.
O Impulso, a terceira grande teoria, é um conceito motivacional que substitui o instinto. Introduzido por Woodworth em 1918, o impulso tem suas raízes na biologia funcional e caracteriza que a função do pensamento está a serviço das necessidades corporais. As teorias que mais representavam o impulso eram a de Sigmund Freud (1915) e Clark Hull (1943): 1) Freud acreditava que todo comportamento é motivado e seu propósito seria a satisfação de necessidades; 2) Hull já compreendia o impulso como uma fonte de energia agregada, integrada por déficits/distúrbios momentaneamente experimentados pelo corpo.
     A teoria do impulso tanto pra Freud quanto pra Hull se baseava em três pressupostos fundamentais sendo eles:
1- O impulso emerge de necessidades corporais, 2- A redução do impulso é reforçada e produz a aprendizagem, 3- O impulso energiza o comportamento. Porém no decorrer dos anos 50, o teste desses pressupostos encontrou alguns pontos de apoio, mas por outro lado encontrou diversos motivos que os invalidavam. Por fim o declínio da teoria do impulso foi inevitável, mas a busca pelo entendimento da motivação continuou presente.
   Após o período da teoria do impulso, diversas outras teorias surgiram na tentativa de serem alternativas a ela. Os pesquisadores acabaram por fim percebendo que a busca por uma teoria única acabava por limitar o descobrimento de uma justificativa para a motivação, e acabaram por fim adotando diversas miniteorias que justificavam fenômenos específicos, sendo divididas por partes e não mais numa tentativa de abranger todo o comportamento motivado, mas servindo de contribuições suficientes para explicar a ação motivacional.
Entender a construção histórica e teórica da motivação é fundamental para entendermos seu lugar de estudo nos dias atuais, entender o que foi absorvido e descartado de cada uma das teorias nos permite entender o processo de formação das miniteorias que servem como base para estudos atuais, do desenvolvimento das mesmas e do avanço da psicologia dentro deste campo. O processo de busca por teorias que melhor justifiquem      a motivação permitiu o estudo de outros campos adjacentes e permitiu um pensar crítico sobre a mesma a partir de diversas vertentes.
        Desde o surgimento da busca por uma justificativa a motivação, teorias como a da vontade, instinto e impulso, todas como eventos que precediam a motivação e que por fim acabaram por serem ao mesmo tempo que retardadores no processo de busca de uma justificativa para mesma, acabaram por também serem degraus no avanço de seu estudo.
         Por fim com a coletânea de estudos realizados por pensadores como Descartes, Freud, Khun e muitos outros, o estudo da motivação desde as mini teorias entrou e declínio e a mesma acabou por ser descrita em um estágio pré-paradigmático de desenvolvimento, e apresentada  como uma disciplina não tão madura ou avançada como outras estudadas na época. Desde então em declínio, o estudo da motivação voltou a obter foco a partir da década de 70 quando a revolução cognitiva trouxe a uso estudos no âmbito da motivação. Com isso pesquisadores da área passaram a trabalhar conceitos de processos mentais internos.
       Analisando um contexto contemporâneo, o estudo da motivação ainda se faz presente, mas aproximando-se cada vez mais das ciências sociais e distanciando-se das ciências naturais. Mesmo após séculos de estudo, o estudo da motivação é ainda uma área considerada complexa, jovem, e em processo de desenvolvimento constante, se fazendo necessário o fortalecimento de outras teorias adjacentes da psicologia para a continua busca por uma explicação para a motivação.

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