A Personalidade na Psicanálise
Por: Pndm • 29/8/2019 • Resenha • 2.027 Palavras (9 Páginas) • 163 Visualizações
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo atender tarefa definida pela professora da disciplina Psicologia da Personalidade ll, construindo um resumo do capítulo referente as teorias da personalidade na visão de Carl Gustav Jung (1874-1961).
Fica evidente a grande contribuição do autor citado, na construção da psicologia como ciência e também como foi evidente sua admiração por Freud e também a ruptura dessa amizade, consequência da discordância das teorias Freudianas por parte de Jung.
A psicologia analítica trouxe uma nova visão dos conceitos da psicanalise dando uma visão mais humanista de homem. Durante esse trabalho iremos explorara essas teorias de forma compacta abrindo espaço para as discussões em sala de aula, conforme previsão do planejamento da disciplina.
CARL GUSTAV JUNG (1874-1961)
Sigmund Freud designou Carl Jung como seu herdeiro espiritual, mas ele desenvolveu uma teoria da personalidade que deferia drasticamente da psicanalise ortodoxa, criando uma nova e elaborada explicação da natureza humana diferente de qualquer outra, que ele chamou de psicologia analítica.
Primeiro ponto que ponto que Jung discordou de Freud foi quanto ao papel da sexualidade. Jung ampliou a definição de libido, redefinindo-a como uma energia psíquica mais generalizada, que incluiu o sexo, mas não se restringe a ele.
A segunda principal área de discordância diz respeito à direção das forças que influenciam a personalidade. Enquanto Freud via os seres humanos como prisioneiros ou vítimas de eventos passados, Jung argumentou que somos moldados tanto pelo nosso futuro como pelo nosso passado.
O terceiro ponto significativo de divergência gira em torno do inconsciente. Um vez de minimizar o papel do inconsciente, como fizeram outros dissidentes neopsicanalistas, Jung o enfatizou mais que Freud. Ele investigou mais profundamente o inconsciente e acrescentou uma nova dimensão; as experiências herdadas das espécies humanas e pré humanas.
BIOGRAFIA
Carl Gustav Jung nasceu em 1875, na Suíça. Religiosa, sua família influenciou bastante na psicologia que seria desenvolvida pelo psicólogo, e também levando Carl a procurar leituras sobre filosofia e religião desde cedo. Entrou na universidade de Medicina e já nesse tempo começou a se interessar pelos fenômenos psíquicos. Foi em 1900 que Jung passou a ser interno na Clínica Psiquiátrica Bugholzli, localizada em Zurique.
Quatro anos depois, já tinha montado um laboratório experimental, onde surgiu o seu famoso teste para o diagnóstico psiquiátrico de associação de palavras, reestruturado e usado por inúmeros profissionais. A partir daí, Jung foi criando uma boa reputação no meio, exemplo disso foi o convite para a cátedra de professor de psiquiatria na Universidade de Zurique, em 1905. E é exatamente nessa época que se inicia o contato entre Jung e Freud. Ambos dividiam ideias e objetivos, de tal forma que se tornou inevitável a aproximação e relação de colaboração que os dois passaram a estabelecer.
Porém, a colaboração dos dois chegou ao fim, com Jung de um lado, sem aceitar potente influência que Freud atribuía aos traumas sexuais e Freud, por outro lado, sem admitir os fenômenos espirituais - usados por Jung - como fontes de estudo. E assim cada um seguiu seu caminho. Jung destacou-se no uso das técnicas de estudos de desenhos e sonhos, ou seja, o estudo do inconsciente humano. Seus estudos foram reunidos no livro "A Psicologia do Inconsciente", publicado em 1917. Tendo publicado dezenas de outros estudos e trabalhos, Jung escreveu, aos 80 anos, um livro de memórias, aclamado pela crítica especializada.
O pai da psicologia analítica morreu em 1961, em Zurique, mas o seu legado permanece até hoje, influenciando campos do conhecimento como antropologia, sociologia e, claro, a psicologia.
ENERGIA PSÍQUICA: OPOSTOS, EQUIVALÊNCIA E ENTROPIA
Um dos primeiros pontos nos quais Jung discordou de Freud foi a natureza da libido. Jung não concordava que a libido era uma energia sexual. Para ele se tratava de uma energia de vida ampla e indiferenciada.
Jung utilizou o termo libido de duas maneiras: o primeiro como uma categoria de vida difusa e geral, e depois, baseando-se numa perspectiva semelhante à de Freud, como uma energia mais restrita que alimenta o trabalho da personalidade, que chamou de psique. É por meio da energia psíquica que as atividades psicológicas, como a percepção, o raciocínio, os sentimentos e os desejos, são executadas.
Libido – Para Jung, uma forma mais ampla e generalizada de energia psíquica.
Psique – Termo utilizado por Jung para personalidade.
O princípio dos opostos é encontrado em todo sistema Junguiano. Ele observou a existência de opostos ou polaridades na energia física do universo, como calor versus frio, altura versus profundidade, criação versus decomposição. O mesmo acontece com a energia psíquica. Todo desejo ou sensação tem o seu oposto. Essa oposição ou antítese, esse conflito entre as polaridades, é o principal motivador do comportamento e agregador de energia. Na verdade, quanto maior o conflito entre as polaridades, maior a energia produzida.
Princípio da oposição – Conceito de Jung de que o conflito entre tendências ou processos opostos é necessário para a geração de energia psíquica.
Para o seu princípio da equivalência, Jung aplicou o princípio físico da conservação da energia aos eventos psíquicos: afirmou que a energia gasta para trazer à tona um problema não é perdida, mas sim transferida para outra parte da personalidade. Portanto, se o valor psíquico em determinada área enfraquece ou desaparece, essa energia é transferida para outra parte da psique. Por exemplo, se perdermos o interesse em uma pessoa, um hobby ou uma área de estudo, a energia psíquica investida anteriormente nessa área é transferida para uma nova.
Princípio da equivalência – Redistribuição continua de energia dentro de uma personalidade. Se a energia gasta em certas condições ou atividades enfraquece ou desaparece, ela é transferida para outro lugar na personalidade.
Principio de entropia – uma tendência ao equilíbrio dentro da personalidade. O ideal é uma distribuição igual da energia psíquica por todas as estruturas da personalidade.
Jung aplicou essa lei à energia psíquica e propôs que há uma tendência ao equilíbrio na personalidade. Se dois desejos ou crenças diferirem muito em intensidade ou valor psíquico, a energia fluirá do mais forte para o mais fraco. Idealmente, a personalidade tem uma distribuição igual de energia psíquica por todos os seus aspectos, mas esse estado ideal nunca é atingido. Se o equilíbrio perfeito fosse alcançado, a personalidade não teria energia psíquica, porque, como observamos anteriormente, o princípio de oposição requer conflito para que a energia psíquica seja produzida.
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