A Psicanálise
Por: Djeny123 • 29/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.617 Palavras (7 Páginas) • 137 Visualizações
Atividade Individual de Revisão I
O objetivo desta atividade é desenvolver uma leitura crítica dos textos, salientando as questões mais importantes para a disciplina. Além de revisar o conteúdo ministrado, serve como roteiro de estudo para a prova. Vale de 0 a 3,5 pontos. Boa atividade!
Questão 1 – O que é o Édipo para a psicanálise? Explique a partir da leitura de NASIO (2007, p. 9 a 17); LAPLANCHE & PONTALIS (1998) e ROUDINESCO & PLON (2001). ½ Ponto.
R: As relações do filho com sua mãe são para ele uma fonte continua de excitação e satisfação sexual, a qual se intensifica quanto mais ela lhe der provas de sentimentos que derivem de sua própria vida sexual como beijá-lo, niná-lo, considerá-lo substituto de um objeto sexual completo. O Édipo é um desejo sexual próprio de um adulto, vivido na cabecinha e no corpinho de uma criança de quatro anos e cujo objeto são os pais. A criança em sua inocência, sexualiza os pais, incluindo-os em suas fantasias como objetos de desejo e imitando sem pudor nem senso moral os gestos sexuais de adultos. Depois a criança edipiana, seja menino ou menina, recalca vigorosamente fantasias e angústias, pára de tomar seus parentes por parceiros sexuais e torna-se com isso disponível para conquistar novos e legítimos objetos de desejo.
Questão 2 – Como a psicanálise entende a passagem do menino pelo Édipo? Explique a partir da leitura de NASIO (2007, p. 19 a 43); LAPLANCHE & PONTALIS (1998) e ROUDINESCO & PLON (2001). ½ Ponto.
R: Com aproximadamente três ou quatro anos, todos os meninos focalizam seu prazer sobre o pênis, vivido ao mesmo tempo como órgão, objeto imaginário e emblema simbólico. Nessa idade, o pênis torna-se a zona erógena dominante. A pregnância imaginária do pênis é tamanha que o menino faz dele seu objeto narcísico mais precioso, que tem orgulho de possuir. Excitado sexualmente e orgulhoso do seu poder, o menino tem um impulso desconhecido: o desejo de ir em direção a seus pais, para nele encontrar prazer. Existe um desejo imperioso, esse impulso cuja fonte são as excitações penianas, cujo alvo é o prazer e cujo objeto é o corpo de um dos genitores, esse impulso é expressão do mítico desejo de incesto. Todas as fantasias de prazer que o menino adota, apesar de fazer a criança feliz, também desencadeia nela uma profunda angústia, o menino teme ser punido por seu pecado, punido com mutilação do seu órgão, sendo chamada de “angústia da castração”, onde essa ameaça de ser punido e essa angústia são fantasiadas pela criança. Esse par de sentimentos, prazer e medo de ser punido está na base de toda neurose, o próprio Édipo é uma neurose infantil. Então sob ameaça, o menino angustiado precisa escolher entre proteger a mãe ou o pênis. O pênis é o que ele protege e abandona a mãe e ao renunciar a mãe, dessexualiza globalmente os dois pais e recalca os desejos, fantasias e angústias.
Questão 3 – Como a psicanálise entende a passagem da menina pelo Édipo? Explique a partir da leitura de NASIO (2007, p. 45 a 64); LAPLANCHE & PONTALIS (1998) e ROUDINESCO & PLON (2001). ½ Ponto.
R: A menina quando descobre que não tem ó pênis, percebe que é diferente do corpo masculino. A reação da menina é imediata, fica decepcionada por não possuir o mesmo apêndice que o menino, duvida de suas sensações e julga que a fonte do poder não está nela, mas no corpo do outro, no sexo do menino. A menina fantasia, sofrendo com a dor de ter sido privada do falo, chamado de “fantasia da dor de privação”. Enquanto o menino sai do Édipo para proteger seu narcisismo, a menina entra no Édipo, vai ao encontro do pai pra pedir-lhe que faça um curativo em seu narcisismo ferido. Então o narcisismo da imagem de si abre para o Édipo. A menina magoada volta-se ao pai para se refugiar e se consolar, mas também para lhe reivindicar seu poder e sua potência. Essa pretensão ao pai de sua fantasia opõe uma recusa inapelável e essa recusa do pai recebida pela filha põe fim a toda esperança de um dia conquistar o mítico, então a menina quer ser, ela própria e por inteiro, o falo precioso, quer se tornar a favorita do pai. Em virtude do “não”, que é a primeira recusa paterna, a inveja ciumenta de deter o falo do pai dá lugar agora ao desejo incestuoso de ser possuída por ele, ser o falo do pai. Ao sexualizar o pai, a menina fantasia o desejo edipiano de ser possuída pelo pai e a de ser sua mulher, e também nesse momento a mãe entra em cena, ela admira a mãe como mulher amada e modelo de feminidade. Espontaneamente a menina então se aproxima da mãe e identifica-se com ela. No fim desse Édipo a menina mata seu pai fantasiado, mas o tem como modelo de identificação, a menina impregna-se de atitudes, gestos e até mesmo desejos e valores morais que caracterizam seu pai no real, se tornando o “retrato escarrado do pai”.
Questão 4 – Explique os conceitos de Falo e Castração a partir da leitura de NASIO (1997, p. 13-41); LAPLANCHE & PONTALIS (1998) e ROUDINESCO & PLON (2001). ½ Ponto.
R: O falo para a psicanálise não representa o órgão sexual masculino em si, mas o pênis fantasiado, que seria um símbolo de poder. Quando dizemos que as crianças na fase fálica acreditam que todos são fálicos como elas, estamos querendo dizer que as crianças acreditam que todos os seres são tão poderosos e impositivos quanto elas. O menino acredita que todos os seres devem ter o mesmo órgão peniano e a mesma sensação de força que ele.
Já o complexo de castração acontece de formas diferentes para o menino e a menina. Para o menino a castração ocorre a partir do medo da amputação de seu órgão peniano, o que o faria perder também seu falo, ele teme a castração devido a suas fantasias de conquistar a mãe, que podem acontecer de três formas: a primeira é a fantasia do prazer, onde o menino gosta de morder a mãe, tem o desejo de possuí-la, e nessa fantasia o pai seria então um repressor temido; a segunda é a fantasia de prazer, onde o menino tenta seduzir a mãe para ser possuído por ela, aqui o pai representa um tarado temido; já a terceira fantasia consiste no desejo de afastar o pai da mãe, onde o pai se tornaria um rival temido. Qualquer uma dessas fantasias gera no menino a angustia inconsciente do medo de perder seu pênis. Na menina a castração ocorre por meio da privação, onde esta pode se voltar contra a mãe, por não tê-la dado o pênis, que representaria o poder fálico.
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