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A Psicologia, A Saúde E A Educação

Artigo: A Psicologia, A Saúde E A Educação. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/11/2014  •  Artigo  •  951 Palavras (4 Páginas)  •  184 Visualizações

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Este artigo busca refletir sobre a Educação Especial no contexto da Modernidade e

problematizar a Educação chamada Inclusiva. Considera que as promessas de emancipação

pretendidas pela razão iluminista, desembocam na incorporação de concepções e práticas

educativas fortemente influenciadas pelo modelo de racionalidade derivado das ciências

empírico-matemáticas, revestindo-se de um caráter classificatório e excludente, ao não

considerar as contingências do processo educativo e, em particular, dos diferentes sujeitos

envolvidos neste processo.

Palavras-chave: Educação especial; Educação inclusiva; Exclusão; Inclusão;

Diferença.

O mundo moderno, ao separar a natureza da cultura, ou da sociedade, estabeleceu,

acima de tudo, uma forma de raciocinar e de compreender o mundo, ou melhor, os mundos

natural, de um lado, e social, do outro. Para Santos:

1

Doutoranda em Educação pela UFRGS. Professora da Faculdade de Educação da PUCRS. Coordenadora do

curso de Pedagogia da Instituição Educacional São Judas Tadeu, Porto Alegre/RS. E-mail:

rozek@cpovo.net ; marlene.rozek@pucrs.br.O paradigma da ciência moderna, sobretudo na sua construção positivista, procura

suprimir do processo de conhecimento todo elemento não-cognitivo (emoção, paixão,

desejo, ambição, etc.) por entender que se trata de um fator de perturbação da

racionalidade da ciência. Tal elemento só é admitido enquanto objeto da investigação

científica, pois se crê que dessa forma será possível prever e logo neutralizar os seus

efeitos. A verdade, enquanto representação da realidade, impõe-se por si ao espírito

racional e desinteressado. Mesmo a paixão da verdade, que, em si, representa a fusão

de elementos cognitivos e não-cognitivos, é avaliada apenas pela sua dimensão

cognitiva. A paixão é incompatível com o conhecimento científico, precisamente

porque a sua presença na natureza humana representa a exata medida da incapacidade

do homem para agir e pensar racionalmente (1989, p. 117).

Esse modo de pensar a relação homem/natureza contribuiu para a afirmação do

homem como existência, ao proporcionar-lhe a sensação de dominação sobre a natureza e o

mundo. O estatuto científico das ciências físicas e naturais foi o instrumento utilizado para

garantir ao homem seu novo lugar perante o universo, “desvencilhado do cárcere doutrinário

da Igreja, que buscava controlar não só a ação humana, mas, acima de tudo, o seu

pensamento” (MARQUES; MARQUES, 2003, p. 224).

No entanto, para Santos:

Na fase de emergência social da ciência moderna, entre o século XVII e meados do

século XIX, a reflexão epistemológica representou uma tentativa genuinamente

frustrada de investigar as causas da certeza e da objetividade do conhecimento

científico, para daí deduzir a justificação do privilégio teórico e social dessa forma de

conhecimento. Tratou-se de uma tentativa genuinamente frustrada porque se frustrou

enquanto realização do que efetivamente se propunha: a investigação das causas como

base de justificação. A necessidade da epistemologia nesta fase foi a de criar uma

consciência científica, a consolidação, no interior da emergente comunidade científica,

da idéia de um saber privilegiado a que se submetia a própria filosofia quando dele

não se defendia em posição de fraqueza (1989, p. 224).

Para o autor, trata-se de um movimento frustrado, em que o equívoco encontra-se na

sua própria concepção, ao pretender reduzir o conhecimento científico às possíveis causas dos

fenômenos naturais observados. Essa pretensa “explicação de tudo” pelo saber científico deu

ao homem, em nome da ciência, o poder sobre o outro, principalmente daquele colocado na

condição de desviante do padrão absoluto de normalidade. Neste contexto, se formulou e se

impôs um discurso de incapacidade produtiva e de inferioridade existencial do sujeitodeficiente.

A Modernidade, descrita por Foucault (1989) e Bauman (1998) como sociedade

disciplinar ou normalizadora pode ser compreendida como um ambiente de sucessivos

confinamentos, cada qual com suas próprias leis e sanções disciplinadoras. A

instituição da norma absolutiza atitudes e pensamentos e o controle

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