A Psicologia Hospitalar
Por: cscarlossantos • 11/11/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.369 Palavras (6 Páginas) • 276 Visualizações
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CARLOS SANTOS
JOÃO MEDINA
SÉRGISON ARAÚJO
ENTREVISTA COM PSICÓLOGA HOSPITALAR
Professora Mireilly Moura
Outubro, 2017
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CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA HOSPITALAR[pic 4]
PROFª: Mireilly Moura
DATA: 23/09/2017
Grupo: Carlos Santos, João Medina e Sérgison Araújo
RELETÓRIO DA ENTREVISTA COM O PROFISISONAL
DESCRIÇÃO DO LOCAL: Por questões de logística e burocracias, a entrevista foi realizada no consultório particular da psicóloga que está situado no Derby em Recife. O local embora pequeno é bastante acolhedor e a entrevista seguiu um curso muito proveitoso. A entrevistada mostrou-se totalmente disponível a esclarecer todas dúvidas e demonstrou estar satisfeita em poder contribuir com a nossa formação.
NOME DO(A) PSICÓLOGO(A): Marta Batista de Souza Neta
Psicóloga Clínica Hospitalar Neuropsicóloga
CRP: 02/13314
ANÁLISE CRÍTICA
A atividade foi bastante proveitosa e conhecer um pouco mais da Psicologia Hospitalar através de uma profissional que já atua há anos foi muito enriquecedor. Foi possível alinhar várias das coisas faladas com os conteúdos estudados em sala e perceber que é uma área de atuação rica é muito interessante. Apreender através da experiência da entrevistada tornou o conteúdo mais palpável e acreditamos que sua prática está alinhada com aquilo que temos estudado como sendo ético, teoricamente embasado e o melhor de tudo respeitando o sujeito hospitalizado. Abaixo segue informações colhidas durante a entrevista.
Bem, trabalho na área há 15 anos e atuo em um hospital privado e um público, acredito ter sido escolhida pela área, é encantador e desafiador. A minha rotina é sempre assim, para realizar o atendimento dentro do hospital, deve haver a solicitação do médico. Caso não haja a solicitação direta do médico, consulto a equipe de enfermagem e técnicos de enfermagem que compõe a equipe multiprofissional que está atenta observando cada paciente e sinaliza quando há uma necessidade para atendimento. O trabalho como psicóloga hospitalar convida necessariamente à estar perto, seja da equipe, seja da família e principalmente do sujeito hospitalizado. Fazer-se presente é extremamente necessário para que o nosso trabalho seja conhecido e reconhecido. O psicólogo hospitalar que fica dentro de uma sala, aguardando apenas ser chamado, nunca será lembrado, é preciso proatividade e interesse pelos sujeitos que naquele momento estejam hospitalizados.
A abordagem que utilizo para atuação em psicologia hospitalar é a terapia breve focal. Isso de maneira alguma quer dizer que o atendimento tenha necessariamente de ser breve, rápido, curto, do contrário, o tempo de atendimento varia de acordo coma demanda de cada sujeito (podendo varia de 15 minutos até 1 hora ou mais). Por falar em demanda, com a experiência que tenho dentro de hospitais públicos e privados, por mais incrível que pareça, as demandas são as mesmas, os problemas são os mesmos. Lido com questões do uso problemático de drogas, transtornos como depressão, há muitos casos de ideação suicida e até tentativas de suicídio, pacientes terminais em cuidados paliativos, entre outras questões. O sofrimento não tem classe, nem cor, tanto no hospital privado quanto no público há muito sofrimento, com a diferença de que no privado a família tenta cada vez mais esconder problemáticas relacionadas a suicídio e uso de drogas, por vergonha talvez, enquanto no hospital público essas problemáticas são mais escancaradas e denunciada durante o atendimento.
É preciso compreender que, embora sejam campos distintos de atuação, a psicologia hospitalar não está distante da compreensão clínica integral do sujeito. Ao atender um paciente hospitalizado é preciso entender que junto consigo ele trás uma história que é subjetiva, mas que também é social e familiar e isso faz toda diferença. A família está implicada no processo de hospitalização e sofre tanto quanto o paciente.
As técnicas utilizadas são a escuta terapêutica e ativa, atenta e acolhedora. Através de uma escuta ativa pode-se identificar possíveis dificuldades e também pontos fortes que adicionados ao prontuário deixarão mais claras as possibilidades daquele paciente para toda a equipe de saúde envolvida. É preciso identificar-se ao paciente, verificar se o mesmo está disponível a ser atendido naquele momento, respeitar sempre a sua vontade afim de permitir que ainda que hospitalizado, seja sujeito de si mesmo e compreendido em sua humanidade, desejos e afetos.
Na atualidade é preciso fazer críticas e pensar sobre a psicologia hospitalar de maneira mais abrangente, tendo em vista que o que caracteriza o atendimento hospitalar é o setting, que num resumo é a instituição, o hospital. Mas numa compreensão mais ampla podemos pensar em psicologia da saúde, que vai compreender o paciente de maneira total, em seu estado físico, emocional e espiritual, entendendo que o adoecimento de uma dessas instâncias afeta diretamente as outras.
Dificuldades não tenho, me relaciono super bem com os médicos e com o restante da equipe, tanto do hospital público quanto do privado. Tenho uma postura ativa dentro da equipe, questiono, opino, busco informações, também não tenho dificuldades com os pacientes atendidos. No que toca as especificidades, muda muito do hospital público para o privado. Por exemplo, num apartamento particular posso solicitar que família se retire para que o atendimento seja apenas com o paciente, já no hospital público as vezes é mais difícil que a família se retire por não haver espaço para essa família e ainda quando a família se retira ainda assim os leitos são coletivos, então sempre haverá alguém, algum interlocutor, além de mim e do sujeito hospitalizado. Dessa maneira tento não entrar em detalhes muito profundos sobre a vida do paciente para não expor suas questões. Isso se dá também pelo tipo de abordagem teórica utilizada, detalhes demais talvez não façam diferença na psicoterapia breve, questões muito clínicas sobre estruturação de personalidade, Édipo, entre outras.
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