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Psicologia Da Saúde X Psicologia Hospitalar: Definições E Possibilidades De Inserção Profissional

Trabalho Universitário: Psicologia Da Saúde X Psicologia Hospitalar: Definições E Possibilidades De Inserção Profissional. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  24/5/2014  •  5.373 Palavras (22 Páginas)  •  664 Visualizações

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Psicologia da saúde x psicologia hospitalar: definições e possibilidades de inserção profissiona________________________________________

RESUMO

No presente trabalho, apresentamos a definição de Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar, esta última como especialidade exclusivamente brasileira. Refletimos, também, sobre a formação acadêmica, o mercado de trabalho e a realidade da saúde no País. Consideramos que existem incongruências entre a formação de base, a nossa realidade social e a inserção de psicólogos no ramo da saúde. Discutimos a inclusão da Psicologia Hospitalar na Psicologia da Saúde, área ampla que utiliza os conhecimentos das Ciências Biomédicas, Psicologia Clínica e Psicologia Comunitária para intervir em distintos contextos no âmbito sanitário.

Palavras-chave: Psicologia hospitalar, Psicologia da saúde, Formação profissional, Mercado de trabalho, Realidade social brasileira.

________________________________________O questionamento sobre Psicologia Hospitalar x Psicologia da Saúde começou com a experiência do doutorado no exterior, onde descobrimos, surpreendidas, que a tão difundida especialização na Psicologia, denominada no Brasil de Hospitalar, é inexistente em outros países. A aproximação ao que seria no Brasil a Psicologia Hospitalar é denominada Psicologia da Saúde em outros países. Entretanto, esses dois conceitos não são equivalentes, em primeiro lugar, pelo próprio significado de tais termos – saúde e hospital. Enquanto saúde se refere a um conceito complexo relativo às funções orgânicas, físicas e mentais (WHO, 2003), hospital diz respeito a uma instituição concreta onde se tratam doentes, internados ou não. Assim, o próprio significado da palavra saúde leva-nos a refletir sobre a prática profissional centrada na intervenção primária, secundária e terciária1 . Já quando nos referimos ao hospital, automaticamente, pensamos em algum tipo de doença já instalada, só sendo possível a intervenção secundária e terciária para prevenir seus efeitos adversos, sejam eles físicos, emocionais ou sociais.

Essas diferenças fizeram-nos refletir sobre a nossa própria formação e prática profissional, o que fez surgir algumas perguntas:

• O que é, afinal, Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar? Existem diferenças?

• Qual a origem desses dois conceitos?

• A formação básica universitária e a pós-graduação preparam o psicólogo para a atuação nessas áreas?

• A nossa formação é condizente com a demanda e as necessidades do País na área da saúde?

• O mercado de trabalho consegue absorver esses profissionais?

A partir dessas perguntas, no decorrer do trabalho, buscamos aporte teórico como base para refletir sobre cada questionamento proposto .

O que é Psicologia da Saúde

A Psicologia da Saúde tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença (APA, 2003). Na pesquisa contemporânea e no ambiente médico, os psicólogos da saúde trabalham com diferentes profissionais sanitários, realizando pesquisas e promovendo a intervenção clínica. Complementar a essa definição, o Colégio Oficial de Psicólogos da Espanha (COP, 2003) conceitua a Psicologia da Saúde como a disciplina ou o campo de especialização da Psicologia que aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos científicos para avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir os problemas físicos, mentais ou qualquer outro relevante para os processos de saúde e doença. Esse trabalho pode ser realizado em distintos e variados contextos, como: hospitais, centros de saúde comunitários, organizações não-governamentais e nas próprias casas dos indivíduos. A Psicologia da Saúde também poderia ser compreendida como a aplicação da Psicologia Clínica no âmbito médico.

A Psicologia da Saúde já é uma área consolidada internacionalmente, e, no Brasil, está conquistando cada vez mais seu espaço. Historicamente, a American Psychological Association (APA, 2003) foi a primeira associação de psicólogos a criar um grupo de trabalho na área da saúde em 1970. Em 1979, foi criada a divisão 38, chamadaHealth Psychology, cujos objetivos básicos são avançar no estudo da Psicologia como disciplina que compreende a saúde e a doença através da pesquisa e encorajar a integração da informação biomédica com o conhecimento psicológico, fomentando e difundindo a área. A APA publica, desde 1982, a revista Health Psychology, a primeira oficial da área. Seguindo a tendência, em 1986, formou-se, na Europa, a European Health Psychology Society (EHPS, 2003), uma organização profissional que visa a promover a pesquisa teórica e empírica e suas aplicações para a Psicologia da Saúde européia. Cada país-membro possui, ainda, sua associação de Psicologia da Saúde, que realiza atividades como congressos, simpósios, pesquisas etc. Foram criadas várias revistas especializadas:British Journal of Health Psychology (Reino Unido), Revista de Psicologia de la Salud (Espanha), Psicologia della Salutte (Itália), <i>Gedrag & Gezondheid</I> (Bélgica), entre outras.

Na América Latina, a Psicologia da Saúde também está desenvolvendo-se em alguns países. O primeiro encontro de profissionais da área da saúde ocorreu em 1984, em Cuba, reuniu cerca de 1000 psicólogos interessados e foi um marco propulsor para o avanço e o reconhecimento da área (Remor, 1999). A partir desses encontros, constitui-se a ALAPSA, (2003), uma associação que reúne diversos países latino-americanos. Os congressos promovidos pela ALAPSA são recentes, sendo que o primeiro deles ocorreu em 2001, no México, e o segundo, em 2003, na Colômbia (Flórez-Alarcon, 2003). Vinculados à ALAPSA, alguns países latino-americanos possuem também sua própria associação de Psicologia da Saúde, como, por exemplo, Colômbia, Cuba, México, Venezuela e Brasil (ALAPSA, 2003). A Psicologia da Saúde na América Latina teve um rápido crescimento em recursos humanos, mas uma insuficiente incorporação dos psicólogos nos setores de saúde. Apesar disso, essa área é a que mais absorveu psicólogos nos últimos 15 anos, no Brasil e em outros países latino-americanos, principalmente na Argentina, mas a produção científica continua escassa. Em nível mundial, as pesquisas em Psicologia da Saúde estão sendo incrementadas, e 90% delas correspondem

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