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A Psicologia Hospitalar

Por:   •  16/8/2019  •  Ensaio  •  1.994 Palavras (8 Páginas)  •  261 Visualizações

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Assunto: Produção Textual:

Psicologia Hospitalar

A psicologia como ciência, tem o dever de contribuir para a promoção da saúde dos sujeitos, respondendo também às necessidades da instituição hospitalar. O trabalho do psicólogo no contexto hospitalar depende de sua formação teórica e de sua atenção prática.

De acordo com Anastasi (1972, apud Cantarelli 2009), após a Segunda Guerra Mundial, a única familiaridade que o psicólogo tinha com a medicina prendiam se apenas às funções diagnósticas, sendo que subsequentemente iniciaram-se os encaminhamentos feitos por pediatras, obstetras e endocrinologistas. Entretanto, ainda com o propósito apenas de psicodiagnosticar a pessoa que ali se encontrava na condição de estar doente, olhando apenas à parte que se estava em instabilidade. Na metade do século passado a atuação do psicólogo era rigorosamente clínico e quando se aumentaram as funções não somente diagnóstica, ampliaram-se os contatos entre médicos e psicólogos. Desta maneira o psicólogo passou então a fazer parte da equipe hospitalar.

Campos (1995, apud,  Mozel e cols. 2012), nos traz que sendo o psicólogo um conhecedor da área da saúde, ele desempenha um papel clínico, social, organizacional e educacional, buscando sempre a promoção, prevenção, recuperação do bem-estar do paciente, no seu contexto geral, o que faz com que aspectos físicos e sociais sejam considerados em interação contínua na composição do psiquismo desse mesmo paciente.

Angerami-Camon (2001, apud, Mozel e cols. 2012) relatam que o propósito da psicologia hospitalar é reduzir o sofrimento gerado pela hospitalização, pela doença e sua consequente desordem emocional, tanto do paciente como a de seus familiares. Visto que o trabalho do psicólogo vai além do atendimento ao paciente e seus familiares, ele atuara também nas equipes multidisciplinares, executando o papel de mediador na relação paciente-família-profissional.

Inaba, Silva e Telles (2005), reconhecem que o acompanhamento da família junto ao paciente, pode beneficiar a adequação frente a hospitalização.

A presença da família é muito importante para aliviar a ansiedade, o desconforto e a insegurança. O profissional de saúde não pode, de maneira alguma, negar o núcleo no qual o paciente vive, e o familiar é muito importante para que se possa entendê-lo e, por esta razão, ajudar na tarefa de reequilibrar e re-harmonizar o doente. (INABA, SILVA e TELLES, 2005, p. 424)

Para Marini (2006), o trabalho do psicólogo hospitalar não tem somente grande valia para pacientes e familiares, mas também para toda a equipe hospitalar, pois objetiva ás possíveis soluções para problemas psicológicos observados durante o período de internação como um fator importante para a recuperação e auto estima do paciente e também um melhor relacionamento entre os profissionais da saúde que o atendem, além da compreensão das probabilidades de tratamento e recuperação.

De acordo com Sebastiani (2005, apud, Mesquita et al 2013), investigações indicam o Brasil como o pioneiro mundial da Psicologia Hospitalar, uma nova especificidade que utiliza os conhecimentos da Psicologia para emprega-los nos processos doença-internação-tratamento, os quais correlacionam,  paciente-família-equipe de saúde e utiliza teorias e técnicas exclusivas para o cuidado às pessoas hospitalizadas com demandas psicológicas ligadas a tais processos, como também os comportamentos que podem dificultar o problema do paciente ou agravar o processo de recuperação.

        Porém quando o assunto é a infância, visto ser esta é a fase em que o indivíduo começa a construir a sua relação com seu próprio corpo e com o mundo externo, através das vivências pessoais, sociais e familiares e ocorre um caso de hospitalização, as privações e limitações exigidas às crianças podem desencadear grande sofrimento psíquico. Oliveira (2009, apud, Mença e Sousa 2013).

Calvett (2008, apud, Mença e Sousa 2013), assegura que o estudo da pediatria surgiu no final dos anos 1800, sob a influência do médico Abraham Jacobi (1830-1919), que é apontado como o Pai da Pediatria. Jacobi elaborou novas pesquisas na investigação científica e clínica das doenças da infância, onde criou diversas compreensões de como ajudar a criança no processo saúde-doença. Collet, Oliveira e Vieira (2002, apud, Mença e Sousa 2013), reintegraram que essas perspectivas exerceram grande influência na visão dos especialistas sobre o ser criança, a função da família, a dimensão da assistência, a composição e o inter-relacionamento da equipe de saúde.

Por conseguinte, Castro (2007, apud, Mença e Sousa 2013) reitera que a Psicologia Pediátrica aflorou do entendimento da relevância dos aspectos psicológicos para os problemas da saúde infantil, assim como da certificação da necessidade do estudo do desenvolvimento infantil e da inquietude em realizar intervenções breves e eficazes com as crianças.

A criança hospitalizada desencadeia na família momentos de angustia e desespero, pois esta acaba vivenciando uma interrupção em sua estrutura e funcionamento onde os pais percebem perder o poder sobre esta que passa a pertencer temporariamente à equipe da unidade, como também tendo que remanejar seu tempo entre o filho internado e os demais que se encontram em casa.  Rousso e Angelo (2001) p. 175-176

        Quando um sujeito está hospitalizado, ocorre uma ruptura com seu ambiente rotineiro, que acaba por modificar os seus costumes, os seus hábitos e também, a sua eficácia na auto-realização. Estando em um ambiente desconhecido, onde sente-se inseguro, em primeiro lugar, pela sua doença e, depois, por sua história de vida. Tudo envolta é novo e não sabe como deve atuar em cada momento, dependendo das pessoas que os rodeia como seus familiares e os profissionais da saúde. Ocasionalmente, devido à dificuldade da doença, estes pacientes transfiguram-se em “doentes difíceis” de tratar, já que a sua expectativa de cura é a sensação de falta de capacidade, podem transformar suas reações ocasionando atitudes de rebeldia ou de abandono, ou até mesmo ambas. Estes sentimentos podem interceder no quadro clínico, simulando uma “conduta de doença”, que não é compatível necessariamente com o estado real da doença López, (1998, apud Mozel e cols.  2012)

        Já a doença e a hospitalização para uma criança estabelecem as primeiras crises com as quais elas se defrontam. As crianças, durante os primeiros anos de vida, são essencialmente indefesas a crises de doença e hospitalização, porque o estresse simboliza uma mudança do estado usual de saúde e das práticas cotidianas e elas possuem um número restrito de mecanismos de defrontamento para resolver os eventos estressores. As reações destas a estas crises são motivadas por sua idade de desenvolvimento, experiências com a doença, separação ou hospitalização, habilidades de enfrentamento inatas e adquiridas, a gravidade do diagnóstico e o sistema de suporte disponível.  Whaley e Wong, (1999, apud,  Mozel e cols, 2012).

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