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A Psicologia Hospitalar

Por:   •  18/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.967 Palavras (8 Páginas)  •  124 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE JOÃO BAGOZZI – UNIBAGOZZI

PSICOLOGIA

Caroline Sambulski

 Kaliandra Bianca Silva

 Leandro Antonio Scapini

 

PSICOLOGIA HOSPITALAR

CURITIBA

2022

  1. INTRODUÇÃO

A Psicologia por definição é entendida como o estudo da alma, ou melhor, como a ciência que estuda alma. Existem ainda outras formas de definir essa ciência, tais como: estudo da psique, ou da mente e/ou do comportamento. Porém ao longo dos anos e das diversas pesquisas, foi-se entendendo que seu alcance poderia chegar a todos os ambientes e perpassar os espaços clínicos e/ou de laboratórios de experimentação, investigação e estudos específicos sobre a mente, as emoções e o comportamento humano. Atualmente, os espaços de atuação da Psicologia são os mais diversos e, portanto, o presente trabalho tem como intuito conhecer um pouco mais enquanto ciência e, de maneira especial, como ela se desdobra no contexto hospitalar.

A Psicologia Hospitalar tem como foco ou objetivo principal a ajuda ao paciente, primeiramente para lidar com as dificuldades de seu adoecimento, cirurgias de alto risco e diagnósticos inesperados, que podem ser o estopim para distúrbios mentais que necessitam de acompanhamento profissional e atendimento psicoterapêutico. Por outro lado, todo esse processo deverá ser estendido a sua família que acaba enfrentando as dificuldades com o ambiente hospitalar e os cuidados para com a pessoa que está em recuperação. O psicólogo deverá atuar ajudando as pessoas a aceitarem esse novo momento, perceberem como se dá a limitação da autonomia da família e do paciente, a perda da rotina e as privações decorrentes da doença (ASSIS, FIGUEIREDO, 2019, p. 506-507).

A entrada do psicólogo no hospital ocorreu há algumas décadas, começando por São Paulo, pelo que sabemos, com Mathilde Neder na década de cinqüenta (Coelho, 1998), foi se ampliando para outros estados.

O psicólogo hospitalar realiza avaliações psicológicas e dá suporte aos enfermos, seus familiares e também, a outros profissionais de saúde quando necessário. Sua atuação se estende ao ambulatório, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e semi-intensiva, UTI pediátrica, neonatal, enfermarias, pronto-socorro e centros cirúrgicos, no pré e no pós-operatório. A importância desse profissional dentro dos hospitais é incalculável e pode fazer toda a diferença na recuperação e qualidade de vida do doente.

Seguindo o entendimento de Angerami–Camon (2009), a Psicologia Hospitalar ganhou reconhecimento da comunidade científica, contribuindo para a humanização da prática dos profissionais da saúde, sendo essa uma das determinantes mudanças da postura médica diante das patologias. A partir das novas contribuições aportadas pelos profissionais da Psicologia, aspectos emocionais passaram a ser considerados no quadro geral do paciente. Por outro lado, as inovações na maneira de compreender o contexto da realidade institucional hospitalar, levou por sedimentar com maior amplitude a compreensão de como cuidar do paciente, tendo em vista uma visão mais sistêmica dos seus aspectos clínicos.

A Psicologia Hospitalar é mais que uma atuação determinada por uma localização na área de trabalho, é um campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento. Não tratando apenas das doenças com causas psíquicas, mas sim dos aspectos psicológicos de toda e qualquer doença, compreendendo desde o quadro de restabelecimento do paciente hospitalizado, até mesmo estabelecendo a dimensão de seus medos, angústias e fantasias.

O hospital é um espaço de experiências humanas muitas vezes extremas. Lugar onde nos defrontamos com a fragilidade do corpo, com a dor, com o sofrimento, perdas e tristezas, caracterizando-se como uma clínica da urgência (Decat de Moura, 2000). Por outro lado, a possibilidade de superar este lugar de desamparo, pode trazer momentos importantes e gratificantes tanto para quem assiste, quanto para quem é assistido. 

Claramente o Psicólogo pode fazer muito pouco em relação à doença em si, dado que este é o campo de trabalho do médico, mas pode fazer muito no âmbito da relação do paciente com seu sintoma: essa sim sendo uma das funções do Psicólogo inserido em um hospital geral.

Neste trabalho vamos apresentar duas entrevistas com profissionais da área, para elucidar um pouco mais sobre a profissão.


  1. ENTREVISTA

  • Iniciais do profissional (ou nome fictício se assim o entrevistado desejar)

Aléxia Fortes do Amaral e Maria Clementina

  • Idade: Alexia – 47 anos e Maria – 72 anos
  • Gênero: Feminino
  • Tempo de formação em psicologia: Alexia – 14 anos e Maria – 39 anos
  • Se formou-se em instituição pública ou privada: Instituição privada
  • Formação: anterior em outra área e/ou alguma pós-graduação: Não
  • Área de atuação: Psicologia Hospitalar
  • Local de atuação profissional: Alexia, Fundação Hospitalar São Lucas. Maria, atualmente encontra-se aposentada.
  • Tempo de atuação na área: Alexia – 12 anos e Maria – 39 anos. Maria ressaltou que antes de iniciar o curso de Psicologia já havia trabalhado em Hospital Psiquiátrico e durante a formação fez estágios com Nise Magalhães da Silveira** e participou de estudos de casos com a mesma.
  • Atividades que desenvolve profissionalmente: As duas entrevistadas disseram que atuam de acordo com o tripé da Psicologia Hospitalar, paciente, família e equipe; No âmbito hospitalar as atividades são desenvolvidas nas diversas áreas, ou seja, na UTI, maternidade, cardiologia, neurologia, doações de órgãos e doentes terminais.
  • Objetivos da intervenção profissional da área: Diminuir o impacto da hospitalização, auxiliar no processo de perdas, adesão ao tratamento, preparo para alta hospitalar, encaminhamento para outros profissionais ou serviços quando necessário. Maria disse ainda que nas suas experiências, a melhor terapia é a psicoterapia breve porque as respostas são mais imediatas.
  • A formação da graduação foi suficiente para atuação na área? Não. A faculdade de Psicologia, na maioria das vezes, apenas apresenta as áreas de atuação ao aluno e clarifica as possibilidades de atuação. É necessário buscar uma especialização ou até mesmo uma residência na área para fortalecer esse conhecimento.

** Nise Magalhães da Silveira,  médica psiquiatra brasileira. Reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil

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