A Psicologia do Desenvolvimento
Por: marcilio_costa • 8/5/2024 • Artigo • 724 Palavras (3 Páginas) • 61 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO – UEMANET
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: Psicologia do Desenvolvimento
ALUNO: Marcílio Câmara Costa
ATIVIDADE I – Estabeleça conexões entre as ideias de Jean Piaget e Lev Vygotsky, destacando as diferenças e semelhanças em suas abordagens, com ênfase nos aspectos relacionados ao pensamento e à linguagem.
Antes de dissertar sobre as relações que se estabelecem entre as ideias desses dois autores, é preciso compreender a teoria construtivista de Piaget e as teorias socioculturais de Vygotsky, separadamente.
A teoria construtivista de Jean Piaget, descreve o desenvolvimento cognitivo infantil em termos de estágios nos quais as crianças participam ativamente do mundo ao seu redor, através de processos de assimilação e acomodação. Assim, assimilar é incorporar novas informações ou experiências a um esquema mental já existente. E acomodar é modificar os esquemas existentes para incorporar novas informações ou experiências que não podem ser assimiladas. Desse modo, Piaget assegurou que sua teoria da aprendizagem é um processo de amadurecimento do sistema nervoso central, por isso propôs que, ao longo do desenvolvimento, a criança passa por estágios cognitivos. Em cada um desses estágios, o pensamento se organiza de uma maneira específica. Piaget garantiu que não é possível pular estágios nem retroceder. E que, todas as pessoas passam por todos os estágios na mesma sequência.
Lev Vygotsky, por sua vez, nos revela a importância das interações sociais na formação das habilidades cognitivas e na construção do conhecimento, como aspecto central das teorias socioculturais do desenvolvimento. Vygotsky argumentou que as interações sociais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo humano. Por isso, introduziu os conceitos de zona do desenvolvimento proximal (ZDP), mediação cultural, uso de linguagem, aprendizagem colaborativa e modelagem de comportamento, afirmando que as interações sociais favorecem oportunidades para aprendizagem, repertório cultural, observação e imitação de comportamentos e colaboração. Ao participar de interações sociais significativas, as crianças constroem conhecimento, desenvolvem habilidades cognitivas e aprendem a se adaptar e prosperar em seus ambientes sociais e culturais.
Jean Piaget e Lev Vygotsky são dois dos teóricos mais influentes no campo da psicologia do desenvolvimento. Embora suas abordagens tenham essas diferenças significativas, que já foram citadas, também compartilham algumas semelhanças, especialmente quando se trata da relação entre desenvolvimento humano, pensamento e linguagem.
A principal semelhança é que tanto Piaget como Vygotsky compartilham um grande interesse em estudar o desenvolvimento cognitivo das pessoas desde o momento que nascem. Ambos entendem que o aprendizado das pessoas nunca cessa, pois o desenvolvimento humano lhes permite continuar aprendendo. Dessa maneira, o aprendizado nunca termina, pois as pessoas vivem em constante desenvolvimento.
Os dois pesquisadores propõem suas teorias a partir de um paradigma construtivista. A partir do construtivismo, entende-se que para o processo de aprendizagem é fundamental que os indivíduos sejam participativos, dinâmicos e interativos. Tanto Piaget quanto Vygotsky reconhecem a importância da interação com o ambiente no desenvolvimento cognitivo. No entanto, enquanto Piaget enfatiza a interação direta da criança com o ambiente físico, Vygotsky destaca a interação social e cultural.
Ambos os teóricos reconhecem a importância da linguagem no desenvolvimento cognitivo, mas suas abordagens são diferentes. Vygotsky considera que a linguagem existe desde o momento em que nascemos, referindo-se a esta linguagem como a linguagem social, que nos permite interagir com o ambiente para poder nos expressar (por exemplo, quando choramos, nos comunicamos). Pelo contrário, Piaget considera que as crianças, a princípio, desenvolvem uma linguagem egocêntrica, ou seja, com esta linguagem, as crianças não são capazes de perceber as coisas de um ponto de vista diferente do seu, dificultando, assim, a interação social. Piaget a vê como um reflexo do desenvolvimento cognitivo, enquanto Vygotsky a considera uma ferramenta crucial para a construção do pensamento.
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