A RELIGIOSIDADE COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO PARA JOVENS EX-DEPENDENTES QUÍMICOS
Por: Neide04 • 8/6/2017 • Projeto de pesquisa • 1.539 Palavras (7 Páginas) • 391 Visualizações
A RELIGIOSIDADE COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO PARA JOVENS EX-DEPENDENTES QUÍMICOS[pic 1]
1 INTRODUÇÃO
O uso de drogas pode ser encarado de diversas maneiras de acordo com as diferentes culturas. No Brasil, esse consumo pode ser considerado um dos maiores problemas sociais, pois, além de causar danos à saúde física e psíquica dos jovens usuários ira afeta as famílias e o meio em que convive. Diante disso muitos estudos retratam os fatores de riscos ocasionado ao uso das substâncias, porém, poucos estudos vem dando importância a fatores de proteção e intervenção para a recuperação desses usuários.
Com as constantes mudanças no dia a dia o indivíduo busca estabelecer seu bem-estar desenvolvendo habilidades para lidar com situações de estresse, pensando nessa perspectiva a estratégia de enfrentamento ou coping é definido como esforço cognitivo e comportamental que um indivíduo utiliza para lidar com situações de danos, ameaça ou desafios. Em relação entre o consumo de drogas e as estratégias de enfrentamento, o indivíduo busca na droga estabelecer o seu bem estar, abrir mão de habilidades desenvolvidas para lidar com as situações de estresse e para se adaptar a elas, o indivíduo ao se tornar dependente tem como objetivo curar dores e sofrimento, sendo essas as estratégias de enfrentamento. Porém é através da religiosidade que o indivíduo passa a se esforçar para lidar com essa situação de dano, devido aos valores e normas que a religião influência tanto na vida pessoal, como também na identidade de defender os princípios religiosos. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo compreender o papel da religião como estratégia de enfrentamento de dependentes químicos em processo de recuperação, investigando sua influência e analisando os pontos positivos e negativos da sua intervenção em usuários químicos.
A religião vem sendo um grande meio resolutivo para a recuperação dos usuários de substância químicas, atuando por meio de evangelização levando a palavra de Deus nas comunidades em que existem “bocas de fumo” e em CT (comunidades terapêuticas). Essa intervenção tem como objetivo o tratamento religioso onde substitui outros tratamento como medicamentosa. Estudos iram dizer que além de auxiliar na recuperação de dependentes de drogas a religião pode atuar como um determinante para que o indivíduo se torne ou não dependente químico, pesquisas demostram ainda que crianças e adolescentes que frequentou ou frequenta algum tipo de religião tem menos possibilidade de experimentar qualquer tipo de substâncias psicoativas, isso por diversos motivos, seja por não sentir vontade ou por que é considerado algo errado a qual a religião não permite denominando como pecado.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Consumo de drogas por jovens
A adolescência é caracterizada como uma fase de descobertas, busca por liberdade, preparação e acesso ao novo. Fase na qual ocorrera diversas transformações corporais e emocionais, onde irá despertar nos jovens sentimentos de estranheza e ansiedade. Diante disso a adolescência que não é devidamente acompanhada é considerada uma etapa de riscos para a experimentação e uso abusivo de drogas. (Baus et al (2002), Santos e Beentlin (2005).
Ainda de acordo com os autores, na adolescência há uma necessidade de busca por novos conhecimentos o que acaba gerando conflitos familiares fazendo com que as amizades sejam mais valorizadas.
Se por uma lado a família é citada como um ambiente que propicia fatores protetores ao uso de drogas, onde fornece laços afetivos, entre seus membros, construção de comportamentos adequados e monitoramento das atividades e amizades dos adolescentes, (Hanson, 2002). No outro ela vai aparecer como um fator de risco quando é apresentada com dificuldades de comunicação familiar, conflitos frequentes, castigos excessivos e o consumo de entorpecentes pelos pais que repercutem na vida dos filhos, faz com que os jovens busquem alivio para seu sofrimento em algumas substancias psicoativas (Musitu, Jeménez & Murgui, 2007).
Em contra partida o jovem pode buscar o desenvolvimento religioso como enfrentamento para as situações difíceis citadas a cima, com a intenção de encontrar um novo significado para a vida e uma nova forma de ver a si mesmo (Rox, Meeu, 1991& Silva, 2007). Diante disso pode-se ver que o envolvimento religioso exercer um papel importante no desenvolvimento saudável na adolescência atuando como um poderoso protetor.
2.2 A religiosidade como enfrentamento para jovens ex-dependentes químicos em processo de recuperação
Oliveira 2014, aborda que “a religião é um fenômeno de intensa importância para a vida dos seres humanos que irá se manifestar através de diferentes formas”. Pensando nisso, o coping religioso, é o processo de interação entre o indivíduo e ambiente, onde descreve o modo como os mesmos utilizam sua fé para administrar o estresse e os problemas da vida, assim, como emoções negativas. É o uso de crenças e comportamentos religiosos para facilitar a solução de problemas, atuando como antídoto para fatores que alterem a saúde física e emocional (Santos, 2012).
Assim, estudos apontam que a religiosidade além de ser um elemento importante na recuperação de jovens dependentes químicos tem uma forte atuação no que diz respeito aos fatores de prevenção ao consumo inicial das drogas (Carter, 1998; Francis, 1997; Miller, 1998). Diante disso a religião pode ser um grande protetor contra o uso de drogas e/ou como forma de estratégias, visto que, quanto mais religioso o indivíduo for menor será seus interesses pelo consumo.
Autoras abordam que a religião também “parecer ser a responsável por reduzir os primeiros impacto dos eventos estressantes na vida dos adolescentes, que é determinante para o início do consumo de substâncias psicotrópicas” (Will et al, 2003 apud Varjão; Soares; Souza, 2015 pag: 4).
Fazendo-se a relação entre o consumo de droga e as estratégias de enfrentamento, a religiosidade pode ajudar os dependentes químicos a lidar com situações de danos reparadores e sofrimentos. Atando por meio de suas normas e valores com o intuito de influenciar na identidade dos seus adeptos (Farris, 2009; Heatherton, 2005).
Constantemente usuários químicos procuram a religião com o propósito de ter uma mudança na vida, em busca da “cura”, paz e segurança. De retorno a religião irá dá a resposta para sua própria existência, oferecendo amparo e ajudando na reflexão no seu futuro (Wills et al. 2003). Muitas das vezes usuários de substâncias psicoativas são descriminados por toda a sociedade e não são todas as famílias que sabem lidar com esse fenômeno, diante disso, familiares de usuários recorrem as CT (Comunidades Terapêuticas) onde faz o uso da religião por meio de orações com fins de reabilitar esses indivíduos sem o uso de medicamentos.
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