A RESSIGNIFICAÇÃO DA IDENTIDADE NA APOSENTADORIA
Por: DC123 • 19/11/2017 • Monografia • 11.442 Palavras (46 Páginas) • 367 Visualizações
A RESSIGNIFICAÇÃO DA IDENTIDADE NA APOSENTADORIA
Guarulhos
2013
A RESSIGNIFICAÇÃO DA IDENTIDADE NA APOSENTADORIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Psicologia das
Guarulhos
2013
“Maldita seja a terra por tua culpa! Com fadiga tirarás dela o teu sustento todos os dias de tua vida. Ela te dará espinhos e cardos, e comerás a erva dos campos. Com o suor do teu rosto comerás o pão, até que retornes à terra da qual foste formado. Porque pó és, e ao pó voltarás”. (Gênesis, apud, Ovejero, pág.20)
RESUMO
O presente estudo intitulado “A Ressignificação da Identidade na Aposentadoria.
Tem como objetivo pesquisar o significado da aposentadoria e sua influência na vida do indivíduo, considerando o trabalho como fator principal para a construção da Identidade, a aposentadoria poderá trazer conflitos consideráveis no contexto biopsicossocial. Para melhor compreensão desta relação e chegar aos objetivos proposto, foi utilizado pesquisas literárias sobre os conceitos históricos do trabalho, Identidade e aposentadoria, utilizando juntamente a análise do filme As Confissões de Schmidt que apresenta em seu contexto, um enredo apropriado para a questão discutida. Através dos resultados obtidos, pode-se considerar a aposentadoria como um momento de transição muito importante registrada por várias mudanças e ambiguidades, dependendo do sujeito o sucesso ou não nesta transição, pois a aposentadoria exige do indivíduo uma adaptação e reorganização na sua estrutura de vida pessoal e social, caso o sujeito não esteja preparado para sua nova realidade, a aposentadoria poderá causar sérios danos ao sujeito.
Palavras-chave: Trabalho, Identidade e Aposentadoria.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 6
2. OBJETIVOS 8
2.1 Objetivos Gerais: 8
2.2 Objetivos Específicos: 8
3. REVISÃO DE LITERATURA 9
3.1. Conceito Histórico do trabalho: 9
3.2. Conceitos de Identidade 14
3.3 Aposentadoria 17
4. MATERIAL E MÉTODOS 24
5. SINÓPSE DO FILME AS CONFISSÕES DE SCHMIDT. 25
6. ANÁLISE DO FILME AS CONFISSÕES DE SCHMIDT. 28
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 35
8. REFERÊNCIAS 38
- INTRODUÇÃO
Prefiro ser, essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Sobre o que é o amor, sobre o que eu nem sei quem sou. (Raul Seixas, Musica do álbum Krig-Ha, Bandolo,1973).
No mundo contemporâneo a vida está praticamente pautada na atividade laborativa do ser humano, indicando a posição do indivíduo perante a sociedade capitalista classificando em ativo ou inativo, o incluso ou excluído.
Por isso, é de extrema importância compreender o significado do ‘trabalho’ na vida do ser humano e assim entender os motivos em que a aposentadoria se torna um momento ambíguo para o sujeito, ou seja, ao mesmo tempo em que o indivíduo trabalhador sempre almejou pela sua aposentadoria, com a sua chegada percebemos algumas situações de conflitos e dificuldades devido às transformações causadas por essa “nova” condição. (Santos, 1990)
Zanelli e Silva, (1996) indicam que essas transformações estão relacionadas com o modo de viver de cada um, onde o trabalho ocupa uma parte considerável do tempo na vida do trabalhador e atua como regulador.
A perda do papel profissional implica na perda da significação do sujeito, pois também se perde a identidade pessoal, este fato é ocasionado pelo trabalho possuir um papel central na vida de cada ser humano, o afastamento da vida profissional provoca também a perda de status, responsabilidades e prestigio, gerando grandes impactos no processo da aposentadoria. (Zanelli e Silva, 1996).
Tendo em vista, que o trabalho através dos séculos foi um dos grandes percursores nas transformações do homem e da sociedade atual, ele exerceu um poderoso significado na construção da identidade do indivíduo, sendo assim, a intenção deste trabalho é realizar uma investigação que possa proporcionar conhecimento sobre a relação do trabalho e identidade do indivíduo, e os processos de ressignificação da identidade profissional dos sujeitos.
Portanto, o modo de produção capitalista, o qual idolatra a produção e o lucro alienando o trabalhador, a aposentadoria é comumente vivida como a perda do próprio sentido da vida, uma condição de morte social, na qual Santos (1990) afirma que se valoriza apenas aqueles que produzem, depreciando-se o sujeito aposentado.
Zanelli e Silva (1996) indicam que é no trabalho que o indivíduo reconfigura a percepção de si mesmo e do ambiente construindo o seu crescimento e desenvolvimento pessoal.
Para Zanelli (2000) a aposentadoria apresenta-se como um momento de transição que pode proporcionar condições para a ampliação pessoal, descobrindo fontes de prazer, maturidade e crescimento, porém, se esta transição acontece bruscamente sem uma elaboração anterior, esta pode ser potencializada negativamente gerando problemas na estrutura social afetando o plano pessoal, econômico e emocional, nota-se principalmente estes problemas quando há diferenças de hierarquia entre operário e trabalhadores com maior prestigio indicando como fator de relações sociais.
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