A Relação entre a vulnerabilidade do adolescente e o papel
Por: alquimar • 3/5/2018 • Trabalho acadêmico • 2.088 Palavras (9 Páginas) • 295 Visualizações
A relação entre a vulnerabilidade do adolescente e o papel
da saúde pública
The relationship between adolescent vulnerability and
public health
Resumo
Este trabalho tem como objetivo abordar a importância que as ações de Saúde pública podem exercer diante das questões relacionadas a vulnerabilidade do adolescente, sendo assim a proposta deste trabalho é articular o estágio realizado na UBS Cachoeira com as experiências vivenciadas na prática e a teoria previamente abordada até o momento na presente graduação, tendo como objetivo se referir um novo olhar sob a perspectiva psicológica dentro do Nasf.
Palavras chave: Adolescente, Atenção Primária,Vulnerabilidade
Abstract
This work aims to address the importance that Public Health actions can exert on the issues related to the vulnerability of the adolescent, so the proposal of this work is to articulate the stage realized in UBS Cachoeira with the experiences lived in the practice and the theory previously addressed until the present graduation, aiming to refer a new look from the psychological perspective within Nasf.
Keywords: Adolescent, Primary care ,Vulnerability
Vivemos em mundo contemporâneo, porém falar sobre adolescência é ainda desafiador. Segundo o ECA adolescência é a etapa da vida compreendida entre a infância e a fase adulta, marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. Durante essa transição o adolescente passa por momentos conflituosos, de questionamentos e diversas transformações, físicas e psicológica denominada por Erick Erikson de Estágio crise de identidade. Segundo o autor, o adolescente precisa se sentir seguro diante dessas transformações, e essa segurança ele irá encontrar na maneira que ele construiu sua identidade nos estágios anteriores. Esses Estágios são considerados essenciais na construção da sua identidade, sendo a partir daí que o individuo poderá adquirir um ego forte, ou um ego fragilizado.
Segundo Aberastury e Knobel, “a busca incessante de saber qual a identidade adulta que se vai constituir é angustiante, e as forças necessárias para superar esses microlutos e os lutos ainda maiores da vida diária obtêm-se das primeiras figuras introjetadas, que formam a base do ego e do superego desse mundo interno do ser” (Aberastury e Knobel, 1989, p. 35).
Este momento é vivenciado pelo adolescente de maneira intensa, provocando sentimentos desconhecidos e contribuído para que este se sinta desestruturado, e perdido em algumas decisões importante na qual lhe são exigidas socialmente: como a inserção para o mercado de trabalho, um curso superior, uma escolha profissional, decisão sexual, elementos este que podem causar grande impacto.
É importante enfatizar que esta fase ainda é demarcada por um momento de crise vivenciado pelo adolescente, devido as transformações físicas e psicológicas que acontecem e a preocupação de encontrar um papel social, contribuindo para este apresente uma vulnerabilidade mais fragilizada, e consequentemente favorecendo a situações de risco como: uso e abuso de drogas ilícitas, gravidez indesejada, exploração sexual, prostituição, sexualidade precoce e sem proteção, adoecimento psíquico e instabilidade emocional decorrentes do aumento de hormônios referentes a puberdade.
Embora todos adolescentes estejam susceptíveis a vulnerabilidade para situação de risco, há fatores sociais e econômicos que propiciam que eles vivenciem isto de uma maneira mais concreta, devido a situações precárias de sobrevivência, impossibilitando que o sujeito tenha condições a garantia do básico como alimentação, moradia, saneamento básico, emprego que são elementos essenciais e necessários para garantia de uma qualidade de vida.
De acordo com este contexto de desigualdade social, o adolescente consequentemente acaba sendo afetado e excluídos de oportunidades que deveriam ser direito de todos, contribuindo para que este, seja afetado pela vulnerabilidade intrínseca relacionados com apropria condição de vida, e pela vulnerabilidade circunstanciais decorrentes de pobreza, de falta de acesso à educação, dificuldades geográficas, doenças crônicas e endêmicas, discriminação entre outros.
A partir da década de 80, e enfatizando a constituição federal de 1988, é que começa a ter um olhar diferenciado para o adolescente, dando maior ênfase as questões integradas a saúde e vulnerabilidade do adolescente. Podemos detectar isso no Art 277
“ É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”,
Em 1955, o ministério da Justiça cria a Política de Promoção e Proteção Integral da Infância e da Adolescência, que tem como objetivo ofertar recursos sociais que visem garantir que os jovens tenham direito ao ensino educacional. Já na década de 90, dentro de um contexto de conflito nasce a ESF (Estratégia de saúde da família) que tem como perspectiva compreender a Família, considerando todos os aspectos sociais, econômicos, político, e em conjunto construir ações que não visem apenas a cura, mas ações que visem a prevenção, proteção e promoção a saúde. Dentre as várias atribuições destes profissionais vale ressaltar a importância para uma participação ativa do processo de territorialização e mapeamento da área da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos exposto a risco e vulnerabilidade.
A partir deste contexto e da necessidade de intervenção de outros profissionais, foi criado o NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) que em conjunto com a ESF, buscam construir ações referentes às necessidades territoriais, de uma forma mais ampla, sob olhar de vários profissionais, compreendendo e agindo de maneira mais ativa em prol da promoção e saúde da população. Durante a experiência de estágio foi possível observar que a Ubs Cachoeira, é bem localizada, porém o ambiente apresenta uma estrutura antiga, que não se adequa as condições de trabalho da equipe, poucos consultórios, sendo necessário que o profissional se desloque diversas vezes para realizar
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