A SEGURANÇA DOS MODELOS INTERNOS E CONHECIMENTO EMOCIONAL NAS CRIANÇAS DE IDADE PRÉ-ESCOLAR
Por: Gonçalo Correia • 18/4/2022 • Trabalho acadêmico • 2.176 Palavras (9 Páginas) • 147 Visualizações
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Relatório
Psicologia do Desenvolvimento I
Licenciatura em Psicologia
Ano Letivo 2021/2022
A SEGURANÇA DOS MODELOS INTERNOS E CONHECIMENTO EMOCIONAL NAS CRIANÇAS DE IDADE PRÉ-ESCOLAR
Docente
Teresa Almeida Rocha
Discentes
29436- Inês Silveiro
29443- Margarida Paulo
29457- Gonçalo Correia
29484- Catarina Esteves
29515- André Dias
29531- Erica Santos
Turma 1T2LP
Introdução
Evidência Empírica
Conhecimento emocional
Nas primeiras semanas de vida, as respostas tanto fisiológicas como reflexivas face a um estímulo, são endógenas, ou seja, são consideradas pré-emocionais na medida que constituem reações involuntárias e reflexos internos. (Saarni, Mumme, & Campos, 2013)
Já entre os primeiros 3 e 6 meses de idade, as emoções já são mais específicas em relação aos estímulos apresentados. (Izard & Malatesta, 1987)
No entanto, essas reações ainda não são imediatas. Para além de serem respostas emocionais mais gerais, são ainda distintas, pelo que levam um certo tempo a serem formadas. (Carlson & Sroufe, 1995)
Por fim, dos 6 até aos 12 meses, as respostas emocionais já são diferenciadas e imediatas, sendo que estão associadas a estímulos com significado. Nesta fase dá-se o aparecimento das primeiras expressões faciais genuínas e autênticas como a alegria ou a tristeza. As reações emocionais estão relacionadas com a vinculação. (Bridges & Grolnick, 1995)
Vinculação
A vinculação define-se como um tipo de laço específico, em que a criança vai à procura quer de segurança, quer de conforto na relação com o progenitor. A figura de vinculação proporciona à criança um suporte que lhe permite experienciar o mundo onde se encontra. A criança também tem a capacidade de monitorizar de forma constante a proximidade da figura de vinculação e a disponibilidade da mesma. (Maia, Verissimo, Ferreira, Silva, & Pinto, 2014)
Bowlby para explicar as conexões de vinculação ao longo da infância, baseou-se na ideia dos Modelos Internos dinâmicos (MID) que descreve componentes afetivos e cognitivos, que dependendo da extensão, podem aceder à consciência, formando representações mentais do self com a interação dos principais cuidadores. Segundo Bowlby, os MID são consequência da capacidade humana para construir representações da realidade. (Maia, Verissimo, Ferreira, Silva, & Pinto, 2014)
Para Bowlby (1969) a vinculação provém de um conjunto de comportamentos que têm como objetivo desenvolver uma continuidade. A criança ao procurar segurança e conforto na relação com o cuidador, a vinculação será definida à semelhança de um laço afetivo (Ainsworth, 1989 cit, por Cassidy, 1999). Esta pode ainda ser determinada em quatro aspetos dos quais são: monitorização da proximidade, angústia de afastamento, porto seguro e base segura (Hazan e Zeifman,1999). Assim sendo, a imagem de vinculação contribui de modo que a criança investigue o seu ambiente e controle constantemente a flexibilidade da figura de vinculação. O distanciamento para a criança causa ansiedade e desconsolo, uma vez que esta entende como um possível sinal de risco para com a sua figura de vinculação. Porém quando a criança sente que a sua figura de vinculação está perto e é reagente, sente-se novamente segura para descobrir mais sobre o seu mundo. (Sá, 2010)
Teoria
De acordo com o artigo a relação de vinculação é bastante estudada e relaciona-se com vários fatores de desenvolvimento. Deste modo, uma vinculação segura consegue desenvolver o entendimento das emoções. Para este efeito, é necessário existir uma relação positiva com a criança e os cuidadores responsáveis, possibilitando a compreensão de acontecimentos emocionais ocorrendo de forma mais coerente, para conceder à criança mais abertura a uma série de situações emocionais. Caso a vinculação seja insegura a criança depara-se com situações de angústia e com a rejeição dos cuidadores. (Rebelo, Verissimo, Silva, & Malo-Machado, 2013)
Posto isto, o conhecimento emocional é o modo como a criança identifica as suas emoções e as estratégias a utilizar para lidar com as mesmas. Este fenómeno está relacionado com a vinculação, assim sendo, se for positiva as crianças tendem a ter um maior conhecimento das emoções. O contexto familiar é ainda muito importante para o conhecimento emocional, no qual, conversas abertas sobre as emoções desenvolvem crianças com melhores competências sociais, um ajustamento psicológico e uma melhor relação entre pares. (Rebelo, Verissimo, Silva, & Malo-Machado, 2013)
As relações de vinculação seguras e não seguras influenciam o conhecimento emocional da criança (Harris, 1999). Assim, o tipo de vinculação segura proporciona uma melhor compreensão dos eventos emocionais, pelo que possibilita uma maior abertura e elasticidade para a criança, ao vivenciar experiências emocionais negativas. Por sua vez, a vinculação insegura resulta numa menor compreensão das emoções, na medida que em situações quer de angústia ou rejeição, para além de haver uma redução da expressividade emocional negativa, há uma limitação das emoções positivas. (Rebelo, Verissimo, Silva, & Malo-Machado, 2013)
Pertinência
Este estudo torna-se atual e relevante na medida em que existem poucos estudos sobre a relação da vinculação e o conhecimento emocional da criança.
Desta forma, importa estudar a compreensão emocional da idade pré-escolar visto que as crianças com maiores níveis de compreensão emocional têm mais capacidades sociáveis, relações de maior positividade com os seus respetivos pares e ainda uma adaptação psicológica superior, sendo desta forma mais pormenorizado com estudos/investigações futuras.
Hipótese
Prevê-se que as crianças de fase pré-escolar que exponham modelos internos de ligações de vinculação segura, obtenham um maior conhecimento das emoções, do que em relação a crianças que manifestem modelos internos de ligações de vinculação insegura. (Rebelo, Verissimo, Silva, & Malo-Machado, 2013)
Objetivo
Analisar de que modo a segurança dos modelos mentais da relação de vinculação das crianças se associa a uma compreensão superior das emoções na idade pré-escolar. (Rebelo, Verissimo, Silva, & Malo-Machado, 2013)
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