A Saúde Mental
Por: Adriana Lopes • 16/5/2018 • Trabalho acadêmico • 1.589 Palavras (7 Páginas) • 232 Visualizações
Amarante (2014) aponta que, a questão do que vem a ser saúde mental e em qual contexto ela está inserido gerava muitas dúvidas pela sua complexidade, mas no seu sentido amplo saúde mental significa área de conhecimento e atuação técnica no plano das políticas públicas de saúde.
Amarante (2014) além disso diz que a saúde mental ao contrário da maioria dos outros campos de conhecimento é caracterizado por ter se baseado em vários tipos de conhecimento e é realizada de forma multidisciplinar, por isso muitas vezes a dificuldade de se estabelecer limites onde começa ou termina. Sendo assim, não é correto restringir esse campo ao tratamento de doenças mentais, ela engloba a filosofia, antropologia, sociologia, a história, a geografia, entre outros.
(Amarante apud Laing, 2014, p.8) observa que:
O homem pode em particular se visto como pessoa ou coisa. Ora, o mesmo objetivo, focalizado de diferentes pontos de vista, da origem a duas descrições inteiramente diversas, e essas provocam teorias inteiramente diversas, que resultam em dois grupo inteiramente diversos de ação. A forma inicial de ver uma coisa determina todas as nossas relações subsequentes a ela.
Amarante (2014) diz que diante disso percebe-se que não se deve ter uma visão dualista, certo e errado, mas que se possa abrir a mente para um pensamento mais complexo, em termos de simultaneidade em relação a saúde mental.
Amarante (2014) observa que muitas pessoas usam o termo saúde mental apenas para dizer que é o oposto de doença mental, ou seja, tem sentido de um estado mental sadio, normal, sem qualquer forma de desordem mental, porém a saúde mental é o “estado completo de bem estar físico, mental e social” e não só a inexistência de doença; Mas um debate feito dentro desse assunto é se há alguém em estado Completo de bem- estar atualmente.
Cardoso e Galera (2011) afirmam que a humanidade desde antigamente tem dificuldade em lidar com as diferenças, com aquilo que sai do que a população está acostumada a vivenciar. Na psiquiatria, o tratamento da loucura por vezes foi baseado na rigidez em relação aos doentes, os prendendo para proteger o povo, tamanha insensibilidade.
Amarante (2014) porém, destaca que houve um progresso quanto a ideia de saúde mental, pois atualmente não se relacional mais essa área a trabalhar em hospícios, manicômios e com loucos agressivos.
Deste modo, é importante ter a compreensão de como se deu este progresso com fundamental participação da Psicologia, visto que surge o aumento do crescimento urbano, agravamento de problemas sociais, transformações da economia, da saúde e da educação (ANTUNES, 2001).
Surgem então, os primeiros hospícios brasileiros. Dentre aqueles que eram inseridos nas instituições, muitas vezes não apresentavam de fato um transtorno mental, visto que muitos eram encaminhados por não corresponder as exigências sociais da época comparada com a maior parte da população. Porém, por meio dos hospícios começa-se a desenvolver ainda mais a Psiquiatria e a Psicologia (ANTUNES, 2001).
Foram denúncias apresentadas desde a segunda guerra mundial sobre o modelo de exclusão presente na assistência à saúde mental que desencadearam as transformações significativas na luta ao cuidado aos portadores de transtornos psíquicos (BRASIL, 2005).
Os manicômios tinham como característica a separação entre os internos e a relação social, com excesso de medicalização, a falta de possibilidade de relacionamentos pessoais satisfatórios e a expressiva falta de assistência humana básica, de modo que a terapia e seus recursos eram nada além de métodos punitivos, muitas vezes na tentativa de esconder problemas ou danos sociais, abusando de sedativos e outros medicamentos a fim de manter o sujeito de maneira passiva, como aborda Moraes (2008).
Surgiram pelo mundo, inclusive no Brasil, movimentos objetivando a reforma psiquiátrica, impulsionados por essas questões, com o principal foco em reestabelecer uma assistência humanizada ao sofredor psíquico, possibilitando o seu direito em possuir seus laços sociais e afetivos, respeitados pelos direitos humanos (FEITOSA; SILVA; SILVEIRA; JÚNIOR, 2012).
No final da década de 70, o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), constituído por profissionais da saúde e com apoio de sindicatos e familiares, obteve destaque aqui no Brasil, com sua contribuição significativa na construção de uma crítica ao saber psiquiátrico e ao modelo de assistência aos portadores de transtornos mentais. Com isso, influenciou a formulação da Lei Federal no 10.216 que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtorno psíquico e a desativação das instituições de modelo asilar (BRASIL, 2005).
Essa mudança atinge a antiga ideia de segregação dos indivíduos em sofrimento psíquico, fazendo com que o objeto de atenção da psiquiatria deixe de ser a doença e volte a ser o sujeito em seu contexto social, focando no indivíduo em sua totalidade, como diz Amarante (1998).
Porém, como diz Miranda (1999), ainda existe uma cultura em que se diz haver a necessidade da internação psiquiátrica e do modelo hospitalocêntrico, cultura essa atravessada pelos âmbitos social, familiar e assistencial. Muitos profissionais durante a formação acadêmica expericiam o modelo tradicional da assistência decorrente do hospital psiquiátrico, como o uso abusivo de medicações e a contenção mecânica. Mas no contexto atual, nos deparamos com novas práticas de assistência à saúde mental, práticas essas alicerçadas nos princípios da reforma psiquiátrica (MONTEIRO, 2006).
No contexto atual do Brasil, as políticas públicas são regidas, segundo a lei, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cujo objetivo é a promoção, manutenção e proteção da saúde relacionada também a saúde coletiva (BRASIL, 2006).
Para o desenvolvimento da saúde foi necessário estabelecer segundo Boing e Crepaldi (2010), um trabalho interdisciplinar entre os profissionais para uma visão mais ampla e contextual do problema apresentado, possibilitando uma maior compreensão e facilitando assim a sua resolução.
Passa-se então em 1990, na declaração de Caracas, buscar à reestruturação da área psiquiátrica veiculada a uma atenção de saúde primária junto de serviços e apoios comunitários e sociais com o intuito de novos modelos de promoção da saúde mental e de práticas desse estabelecimento de melhorias. Apesar das novas atribuições da Rede de Atenção Psicossocial(RAPS) de 2011, ainda pode-se afirmar que hoje em dia existe um grande desafio entre unir a saúde
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