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A TRANSCRIÇÃO DE ATENDIMENTO

Por:   •  6/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  662 Palavras (3 Páginas)  •  234 Visualizações

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UNAMA – UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CCBS – CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

PRECEPTORIA EM PSICOLOGIA CLÍNICA  

PRECEPTOR: LORENA MARIA DA CUNHA BEZERRA

DISCENTE: LORENA OLIVEIRA RICKMANN

DATA: 21 DE FEVEREIRO DE 2019.

TRANSCRIÇÃO DE ATENDIMENTO

(1ª CONSULTA)

Paciente J.C., 19 anos, sexo masculino. Diz sentir-se depressivo, ansioso e “ouvir vozes”, embora alegue ter havido melhora do quadro com uso de medicação controlada e acompanhamento psicológico realizado na CLIPSI em períodos anteriores ao deste atendimento.

Estima que com aproximadamente 12 anos tenham começado a se manifestar os primeiros sintomas, que ele descreveu como sendo, uma absoluta indisposição para realizar as atividades do dia-a-dia, “ansiedade” e vozes que chamavam pelo seu nome, mas que não eram ouvidas por mais ninguém.

Descreve a si mesmo como uma pessoa “tímida”. A mãe, pouco antes do atendimento, queixou-se da dificuldade do filho em relacionar-se socialmente. “Não tem amigos, não tem namorada e abandonou a faculdade de Direito por ter sofrido bullying. Até pra vir pra consulta foi uma dificuldade, não quer mais sair de casa”, relatou ela preocupada.

Quando perguntado sobre que tipo de bullying sofreu e desde quando, afirmou ter sido vítima desta prática desde cedo, na escola, durante todo o Ensino Fundamental e Médio, bem como na faculdade, logo no primeiro período letivo. “Por isso saí do curso”, emendou. Disse que, no Fundamental, um amigo, que se sentia “superior” em função de sua condição social e seu “status”, lhe atribuía apelidos maldosos.

Na faculdade afirmou ter tido um péssimo rendimento por “influência” de um outro amigo, nas palavras do próprio J.C, “má companhia” para ele, mas que saiu logo no primeiro semestre do curso, tendo ficado o paciente sozinho e sem amigos, visto que não mantinha contato com nenhum outro colega da classe.

Próximo de casa tem dois amigos. Um deles o convidou para conhecer sua religião (protestante) e frequentar a igreja Quadrangular, para a qual vai todo final de semana. Isso não o impediu de continuar professando sua fé católica e acompanhando sua mãe nas idas à Basílica. Diz ser batizado na Igreja Católica, bem como toda sua família.

Mora com a mãe, o pai, a irmã e uma prima. Embora seja mais velha, 22, a irmã fica sob seus cuidados quando os pais saem para trabalhar, pois é autista e por conta da doença não goza de plena autonomia. Nessas ocasiões, J.C. põe músicas para ela escutar ou joga xadrez com a mesma, a fim de se distraírem.

Em seu tempo livre, escuta música, meche no celular e escreve textos literários, como poesia e textos em prosa. Diz que desde que desenvolveu a depressão passou a se “esconder no celular” e no mundo virtual, o que chamou a atenção da sua mãe e a levou a suspeitar de que algo estranho vinha acontecendo, embora o filho se recusasse a revelar o que estava sentindo. “Guardava tudo pra mim”, explicou.    

Diz também gostar de viajar, embora nunca tenha “ido muito longe”. “Nunca saí do estado, mas tenho vontade. Inclusive de passear pra fora do país, Amsterdã, Berlim, Roma, Iraque, Afeganistão”, enumerou ele sonhador. Aqui no Pará, já foi para Salvaterra, Peixe-boi, Salinópolis e Mosqueiro, onde costuma se hospedar em hotéis na companhia da família. Neste primeiro tem parentes, por isso sempre que viaja se instala em sua residência.

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