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A construção do eu na modernidade

Por:   •  16/4/2015  •  Resenha  •  829 Palavras (4 Páginas)  •  1.079 Visualizações

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OS PROCEDIMENTOS DE CONTENTÇÃO DO EU

A nova valorização do ser humano e a imposição de que ele construa sua existência, levarão à tentativa de criação de mecanismo para o domínio e formação do eu.

Fica claro que se tem dificuldade em criar uma identidade. A dúvida do que se deve ou não fazer, do que é certo e o que é errado influencia nas escolhas do ser humano que, a partir da liberdade que Deus da, são responsáveis pelas suas escolhas e terão que responder por elas sendo certas ou erradas. Sendo assim, o livre-arbítrio pode ser um meio de Deus mostrar que ficamos perdidos com a liberdade e precisamos dele para nos guiar.

Para Santo Ignácio de Loyola, a resposta vem de Deus e podemos usar exercícios espirituais para alcança-la.

Para ele o valor era retornar a Deus, e para Maquiavel, o valor era o homem em si. Talvez por isso ainda não temos uma definição certa do eu.

A POSIÇÃO DE CRITICA A APARENCIA

O autor menciona vários autores que usaram de textos críticos para falar sobre a pretensão do homem em ser tão ideal.

Montaigne, diante da instabilidade e insegurança de tudo, faz renascer: o ceticismo. Um dos aspectos no período é o “fideísmo” que implica no valor crescente atribuído ao homem, mostrando sua insignificância. Para Montaigne, o “eu” é algo inconstante e sempre inacabado que se forma continuamente num processo reflexivo.

Erasmo, em seu texto, trata de desnaturalizar os costumes tomados como naturais e mostra, em outras obras, como o corpo passa a ser alvo de autocontrole.

Elias, que trabalha com o conceito de civilização, observa o constrangimento em meio às expressões de desejos e emoções intensas e os olhos passam a ser uma forma de contato essencial.

Santi cita também “Hamlet” uma obra de Shakespeare, onde ele se recusa a ocupar o papel que lhe é reservado e prefere ser autor de si mesmo.

O DISCURSO DO MÉTODO

Nesta parte, vemos que é necessário encontrar um ponto de referencia confiável sobre o qual edificar a existência. A razão humana buscara encontrar a ordem das coisas para dominá-las e dominar a si mesma.

A solução encontrada por Descartes foi refletir sobre cada coisa que há no mundo, procurando saber se ela lhe poderia fornecer uma verdade segura. Ele tomou o principio de que aquilo que fosse falso ou incerto seria tomado como falso, e somente o que fosse seguro passaria pelo seu crivo.

Depois de duvidar de todas as coisas ele pensa que, se a uma atividade de duvidar deveria haver também um “eu pensante”. Desta forma, Descartes chega a uma conclusão que originou a frase: “eu penso, logo existo”.

Com isso temos o ponto máximo do humanismo onde o homem já era o centro do mundo, mas e Deus? Deus é deduzido como importante para a existência do homem, sendo assim, qual dos dois é mais importante? Com isso, a ideia de Montaigne que o eu é algo inconstante e sempre inacabado, mais uma vez fica evidente.

Para Descartes, só é verdadeiro aquilo que passa pelo crivo da razão humana. Sendo assim, o lugar da verdade é as crenças do eu e não mais a bíblia.

O EU E NÃO EU

Parece que até o século XVII a loucura não era vista como hoje. Por se acreditar que a ordem do mundo e as certezas vinham de Deus, era considerado que alguém que perdia suas razões e alucinava poderia estar possesso por demônios e não ofereciam riscos a sociedade.

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