A violência verbal nas escolas públicas
Por: Giulia Camilo • 22/11/2016 • Ensaio • 2.921 Palavras (12 Páginas) • 310 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
PROJETO DE PESQUISA
VIOLÊNCIA VERBAL NAS ESCOLAS PÚLICAS
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Gabriel Rodrigues Giulia Camilo Juliana Oliveira Vanessa Lee | B93CFE-4 B583FC-6 C2593D-8 C14ICH-4 |
Apresentação
A proposta geral do projeto de pesquisa foi identificar os mecanismos de desenvolvimento prático de ensino, apresentando os resultados e possíveis melhorias que podem ser inseridas nesta escola. Este trabalho é uma pesquisa em grupo que envolveu uma escola pública da rede estadual de ensino em São Paulo, com o objetivo de estudar a violência verbal e como ela é estruturada no cotidiano escolar.
Inicialmente são apresentados alguns estudos sobre o tema escolar escolhido. Em seguida, descrevemos nosso entendimento sobre o tema e os procedimentos para a pesquisa em campo (entrevista com profissional da escola). Finalmente, os resultados do estudo são discutidos, tendo por base entrevista realizada e o levantamento teórico reunido pelo grupo.
O professor deve reconhecer e ser ciente sobre as consequências de suas ações na prática escolar, contudo, percebe-se que o professor ainda não consegue identificar na cultura escolar algumas fontes de violência, inclusive aquelas geradas pela sua própria prática enquanto professor. Portanto, a intenção básica deste estudo é revelar que, na dinâmica das relações interpessoais do professor-aluno, dentro da instituição escolar, ocorre uma forma de violência que não deixa marcas explícitas, identificáveis, – a violência que se revela através das palavras, dos gestos e que pode ser denominada violência verbal.
Assim, se torna importante o desenvolvimento de propostas de intervenção na área de psicologia escolar que percebam o cotidiano e o processo educativo em suas múltiplas dimensões (social, política e econômica), a fim de colaborar com ações mais condizentes com as demandas verificadas na realidade escolar. A adoção da concepção crítica sobre a realidade educacional contribui para que o trabalho com alunos, pais e educadores supere as análises descontextualizadas e preconceituosas relacionadas ao aluno e as suas dificuldades na escola.
Levantamento bibliográfico sobre o tema
Entendemos por violência uma realização determinada de força tanto em termos de classes sociais quanto em termos interpessoais. Podemos considerar a violência em dois termos: em primeiro lugar, como um contraste perante uma relação hierárquica de desigualdade, com fins de dominação, de exploração e de opressão (KOEHLER, 2008, p. 03), isto é, a conversão dos diferentes em desiguais e a desigualdade em relação entre superior e inferior. Em segundo lugar, como a ação que trata um ser humano não como sujeito, mas como uma coisa. Esta se caracteriza pela inércia, pela passividade e pelo silêncio de modo que, quando a atividade e a fala do outro são impedidas ou anuladas, há violência.
O artigo “Os tipos de violência” (Abramovay, 2009) classifica a violência por como ela é exposta. Assim, se segue alguns tipos de violência pertinentes ao tema do trabalho:
Violência Psicológica: A violência psicológica ou agressão emocional, tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada pela rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. É uma violência que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente provoca cicatrizes para toda a vida. Existem várias formas de violência psicológica, como a mobilização emocional da vítima para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e de importância, ou como a agressão dissimulada, em que o agressor tenta fazer com que a vítima se sinta inferior, dependente e culpada.
Violência verbal: A violência verbal não é uma forma de violência psicológica. A violência verbal normalmente é utilizada para oportunar e incomodar a vida das outras pessoas. Pode ser feita através do silêncio, que muitas vezes é muito mais violento que os métodos utilizados habitualmente, como as ofensas morais (insultos), depreciações e os questionários infindáveis.
Deste modo, entende-se que a violência verbal pode se tornar em uma violência psicológica a partir do momento em que tal violência crie uma ferida no psicológico do agredido.
A escola é dada como um ambiente de formação da ética e da moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários (Barros, 2012). Assim, este ambiente está constantemente sujeito a interações sociais entre tais indivíduos e, são estas interações que levam a escola a ter frequentes ocorrências de indisciplina (PINGOELO & HORIGUELA, 2010, p.01), sendo que esta indisciplina é um dos principais fatores que levam os alunos a cometerem atos violentos.
De acordo com o boletim publicado por Nicolilelo (2009), no Brasil, os professores gastam 17% do tempo em sala de aula tentando manter a disciplina dos alunos, mesmo índice da Malásia. No mundo, a média é de 13%. Em países como Bulgária, Estônia, Lituânia e Polônia, o percentual não passa de 10%. Assim, a partir do momento em que o professor tenta manter a ordem na sala de aula, esta prática leva, propositalmente ou não, a uma hierarquização: o professor se impõe ou é imposto acima do aluno. E justamente esta relação não igualitária que pode levar a formas de resistência e contestação por parte dos estudantes, desde atividades que atrapalhem a aula até agressões físicas ou verbais.
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