ALFABETIZAÇÃO: UMA NECESSIDADE
Pesquisas Acadêmicas: ALFABETIZAÇÃO: UMA NECESSIDADE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: NETOPINDORETAMA • 9/10/2013 • 9.545 Palavras (39 Páginas) • 640 Visualizações
1.INTRODUÇÃO
A alfabetização tem sido o fico de constantes preocupações, haja vista que contribui para o desenvolvimento cognitivo e do educando que necessita de tal apropriação para poder sentir-se inserido no contexto social e das relações de aprendizagem em sala de aula. Está provado que nos sistemas de ensino muitos dos educandos não se alfabetizam no período certo, o que certamente comprometerá o seu processo de aprendizagem. Algumas das causas desse déficit estão a alunos fora do padrão etário e outros casos se dão por questões como indisciplina e falta de interesse. Historicamente o conceito de alfabetização se identificou ao ensino aprendizagem da “tecnologia da escrita”, quer dizer, do sistema alfabético de escrita, o que, em linhas gerais, significa, na leitura, a capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sons e na escrita, a capacidade de codificar sons da fala, transformando-os em sinais gráficos. A partir dos anos 1980, o conceito de alfabetização foi ampliado com as contribuições dos estudos sobre a psicogênese da aquisição da língua escrita particularmente com os trabalhos de Emília ferreiro e Ana Teberosky. De acordo com esses estudos, o aprendizado do sistema de escrita não se reduziria ao domínio de correspondências entre grafemas e fonemas (a decodificação e a codificação), mas se caracterizaria como um processo ativo por meio do qual a criança desde os seus primeiros contatos com a escrita construiria e reconstruiria hipóteses sobre a natureza e no funcionamento da língua escrita, compreendida como um sistema de representação.
Progressivamente, o termo passou a designar o processo não apenas de aprender e ensinar as habilidades de codificação e decodificação, mas também o domínio dos conhecimentos que permitem o uso dessas habilidades nas práticas sociais de leitura e escrita. É diante dessas novas exigências que surge uma nova adjetivação para o termo alfabetização funcional – criada com a finalidade de incorporar as habilidades de uso da leitura e da escrita em situações sociais e, posteriormente, a palavra letramento.
A preocupação maior nos anos ou séries iniciais do ensino fundamental é em relação à alfabetização com letramento, pois em geral temos percebido no contexto social seres até literados, porém não alfabetizados, quando a premissa mais coesa é a de que o indivíduo deve ser alfabetizado e letrado.
É sabido que a língua é um sistema que se estrutura no uso e para o uso, escrito e falado, sempre contextualizado. No entanto, a condição para o uso escrito da língua, que é a apropriação do sistema alfabético, envolve da parte dos alunos, aprendizados muito específicos, independentes do contexto de usos relativos aos componentes do sistema fonológico da língua e às suas inter-relações entre consoantes e vogais, na fala e na escrita, permanecem as mesmas, independentemente do gênero textual em que aparecem e da esfera social em que circulem: numa piada ou nos autos de um processo jurídico, as consoantes e vogais são as mesmas e se inter-relacionam segundo as mesmas regras.
O estágio atual dos questionamentos e dilemas no campo da educação nos impõe a necessidade de firmar posições consistentes, evitando polarizações e reducionismos nas práticas de alfabetização.
Algumas questões relacionadas aos métodos de alfabetização podem tornar mais acessíveis essas ponderações. A opção pelos princípios do método silábico, por exemplo, contempla alguns aspectos importantes para a apropriação do código escrito, mas supõe uma progressão fixa e previamente definida e reduz o alcance dos conhecimentos linguísticos, quando desconsidera as funções sociais da escrita.
Da mesma forma, os métodos da base fônica, embora focalizando um ponto fundamental para a compreensão do sistema alfabético, que é a relação entre fonema e grafema, restringem a concepção de alfabetização, quando valorizam exclusivamente o eixo da codificação e decodificação pela decomposição de elementos que se centram em fonemas e sinais gráficos.
Por sua vez, os métodos analíticos orientam a apropriação do código escrito pelo caminho do todo para as partes (de palavras, sentenças ou textos para a decomposição das sílabas em grafemas/fonemas) Apesar de procurarem situar a relação grafema/fonema em unidades de sentido, como palavras sentenças e textos, os métodos analíticos tendem a se valer de frases e textos artificialmente curtos e repetitivos, para favorecer a estratégia de memorização considerada fundamental. Essas três tendências podem ser consideradas perseverantes e coexistentes no atual estado das práticas escolares em alfabetização e da produção de livros e materiais didáticos em geral.
As práticas fundamentadas no ideário construtivista, ao longo das últimas décadas, trazem como ponto positivo a introdução ou o resgata de importantes dimensões da aprendizagem significativa e das interações, bem como dos usos sociais da escrita e da leitura, articuladas a uma concepção mais ampla de letramento. Mas em contrapartida, algumas compreensões equivocadas dessas teorias têm acarretado outras formas de reducionismos. Isso se verifica quando essas práticas negam os aspectos psicomotores ou grafomotores, desprezando seu impacto no processo inicial de alfabetização e descuidando de instrumentos e equipamentos imprescindíveis a quem se inicia nas práticas da leitura e da escrita. Essa postura prejudica sobretudo as crianças que vivem em condições sociais desfavoráveis e que por isso só têm oportunidade de contato mais amplo com livros, revistas, cadernos, lápis e outros instrumentos e tecnologia quando ingressam na escola.
Outra questão controversa diz respeito à oposição do construtivismo ao ensino meramente transmissivo, que limita o aluno a apenas memorizar e reproduzir conceitos e regras. O problema é que, em nome dessa crítica, algumas interpretações equivocadas do construtivismo tem recusado a apresentação de informações relevantes ao avanço dos alunos, como se todos os conhecimentos pertinentes à aquisição da língua escrita pudessem ser construídos pelos problemas resultantes de interpretações errôneas do construtivismo tem sido a defesa unilateral de interesses e hipóteses das crianças, o que acaba limitando a ação pedagógica ao nível dos conhecimentos prévios dos alunos. Essa limitação gera fracassos, porque compromete a proposição e a avaliação de capacidades progressivas e acaba sendo usada, pela própria ação pedagógica, como justificativa para o que não deu certo.
Do mesmo modo que as opções por métodos e práticas, algumas orientações inadequadas fundadas no conceito de letramento podem produzir distorções.
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