ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA NO PERÍODO 2000-2004 E IMPLICAÇÕES SOCIAIS E ÉTICAS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Por: Lilian Guedes • 8/3/2017 • Artigo • 2.131 Palavras (9 Páginas) • 331 Visualizações
FACULDADE SOCIAL DA BAHIA
LILIAN CRISTINA DA SILVA GUEDES
TESTES PSICOLÓGICOS:
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
NO PERÍODO 2000-2004 E IMPLICAÇÕES SOCIAIS E ÉTICAS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
SALVADOR
2016
LILIAN CRISTINA DA SILVA GUEDES
TESTES PSICOLÓGICOS:
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
NO PERÍODO 2000-2004 E IMPLICAÇÕES SOCIAIS E ÉTICAS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Resenha apresentada como requisito
para obtenção de nota parcial da disciplina
Técnicas Psicométricas em Psicologia,
ministrada pelo docente Luiz Lopes, ao
curso de Psicologia, na Faculdade Social . da Bahia.
SALVADOR
2016
TESTES PSICOLÓGICOS: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA NO PERÍODO 2000-2004 E IMPLICAÇÕES SOCIAIS E ÉTICAS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Souza Filho, M. L., Belo, R., & Gouveia, V. V. (2006). Testes psicológicos: análise da produção científica brasileira no período de 2000-2004. Psicologia: Ciência e Profissão, 26(3), 478-489.
O texto em comento, referente a testes psicológicos dentro da produção literária científica brasileira, dialoga com implicações éticas da avaliação psicológica, trazendo de forma enfática questões estruturais e conjeturais a cerca desses testes dentro de um contexto moderno.
Os testes psicológicos surgem e se desenvolvem no século XIX, com o objetivo de efetivar tentativas para a diferenciação objetiva de variáveis psicológicas, assumindo, dentro da psicologia, um caráter emblemático. Associando, até certo ponto, a figura do psicólogo e a administração de testes realizada pelo grande público com o intuito de justificá-las. O Código de Ética Profissional do Psicólogo indica em seu Princípio Fundamental, que a prática deste profissional deve estar embasada na Declaração Universal dos Direitos Humanos visando à “promoção da liberdade, da igualdade e da integridade do ser humano” (CFP, 2005. p.7). São diversas as possibilidades de atuação do psicólogo e de forma ampla. Dentro de toda essa diversidade, é difícil pensar em qualquer atividade desempenhada por ele que não envolva Avaliação Psicológica (AP). Seja na clínica, na empresa, na escola, na comunidade, etc. sempre que o psicólogo promove a leitura de uma determinada situação empregando o conhecimento científico, está avaliando com o objetivo de propor uma intervenção que vise o bem comum, a melhoria/superação daquele contexto. Segundo Van Kolck, um teste psicológico é um instrumento de medida, um procedimento por meio do qual se busca medir um fenômeno psicológico. Anastasi e Urbina definem um teste psicológico como a medida padronizada e objetiva de uma amostra comportamental, ou seja, um teste que busca medir a ansiedade, por exemplo, deve conter questões que contemplem todo o contínuo do conceito ansiedade. De modo geral, um teste psicológico se predispõe a medir as diferenças entre indivíduos ou as reações do mesmo sujeito em momentos distintos, sendo os conhecimentos em Psicologia baseados essencialmente em evidências empíricas e não somente em meras especulações. A partir desta explanação, especificamente sobre a área de Avaliação Psicológica, o pano de fundo da ética esteve sempre em questão, muitas vezes por falta de conhecimento da área, por julgamentos precipitados e porque não dizer, pelo próprio processo de desenvolvimento do saber científico. Não é errado pensar que, nas cinco primeiras décadas do século XX, a falta de estudos nacionais acerca dos instrumentos e a consequente falta de normatização nacional, por si só era uma falta ética, afinal, pessoas foram avaliadas com base em parâmetros inadequados.
Nos últimos anos, a maioria das denúncias por procedimentos com infrações éticas ao Conselho Federal de Psicologia é referente ao exercício da AP (Avaliação Psicológica), como uso inadequado de técnicas, encaminhamentos incoerentes e falta de respaldo teórico em laudos (Anache & Reppold, 2010). Esta constatação indica que não se trata da área de conhecimento, mas sim da falta de preparo por parte dos profissionais, o que caracteriza a necessidade de uma formação permanente tendo em vista os avanços teóricos. No que diz respeito ao processo de profissionalização do psicólogo brasileiro, pode-se afirmar que o interesse pelos testes psicológicos frequentemente esteve presente. Ao decorrer do “período de profissionalização” (1990-1975), a testagem e as dimensões mensurativas e classificatórias estiveram fortemente presentes como caracterizadoras da prática do psicólogo. Em outra via, Pasquali, ao relevar os instrumentos de avaliação psicológica como essenciais para o progresso do conhecimento psicológico brasileiro, faz uma densa crítica aos psicólogos e pesquisadores que não lidam adequadamente com a sua utilização, atribuindo tal situação a uma deficiência na formação profissional, que não capacita efetivamente o profissional da Psicologia em aspectos de manejo desse material. Porém, alguns valores hoje empreendidos a favor dos testes, comprovam que existe um interesse manifesto por grupos de profissionais bastante qualificados pela mensuração e avaliação em Psicologia. Existe no Brasil, em termos de organizações, o IBAP (Instituo Brasileiro de Avaliação Psicológica) e a SBRo (Sociedade Brasileira de Rorschach e outras Técnicas Projetivas); já em termos de laboratórios de pesquisa, podem ser citados, entre outros, o LabPAM (Laboratório de Pesquisa em Avaliação e Medida / UNB), etc.
A partir do estudo dos testes psicológicos na produção científica brasileira nos anos de 2000 e 2004, espera-se poder traçar um panorama geral da utilização desses testes no contexto atual da produção de artigos científicos, notadamente, a prevalência do seu uso, a forma como são abordados bem como aspectos demográficos e institucionais vinculados à elaboração dos artigos analisados. Tendo como objetivo principal a verificação da expressividade do uso dos testes no cenário nacional, analisando particularmente a produção de artigos científicos na área da Psicologia. A partir de tal análise, busca-se examinar o predomínio da utilização dessa ferramenta, bem como as especificidades demográficas e institucionais relacionadas ao interesse dessas produções. Também levando em consideração os objetivos específicos dentro desse contexto, que foram: analisar a proporção que há entre as publicações de outras temáticas e as que envolvem os testes psicológicos; analisar a natureza (teórica ou empírica) desses artigos; verificar como se distribui a produção quanto ao tipo de instituição (federal, estadual, privada, etc.) bem como observar quais são as instituições que mais têm artigos direcionados aos testes psicológicos, e, finalmente, observar a predominância dos autores quanto ao sexo, analisando também as frequências de autoria única e coautoria na elaboração desses artigos.
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