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ATPS: Objetos e conceitos de treinamento

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Por:   •  31/5/2014  •  Seminário  •  1.700 Palavras (7 Páginas)  •  445 Visualizações

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INTRUDUÇÃO

A aprendizagem é o processo através do qual a criança se apropria ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que o seu grupo social conhece. Para que a criança aprenda, ela necessitará interagir com outros seres humanos, especialmente com os adultos e com outras crianças mais experientes. Nas inúmeras interações em que envolve desde o nascimento, a criança vai gradativamente ampliando suas formas de lidar com o mundo e vai construindo significados para as suas ações e para as experiências que vivem. Com o uso da linguagem, esses significados ganham maior abrangência, dando origem a conceitos, ou seja, significados partilhados por grande parte do grupo social. A linguagem, além disso. Irá integrar-se ao pensamento, formando uma importante base sobre a qual se desenvolverá o funcionamento intelectual. O pensamento pode ser entendido, desta forma, como um diálogo interiorizado.

Objetos e conceitos existem, inicialmente, sob a forma de eventos externos aos indivíduos. Para se apropriar desses objetos e conceitos é preciso que a criança identifique as características, propriedades, e finalidades dos mesmos. A apropriação pressupõe, portanto, gradativa interiorização. Através desse processo, é possível aprender o significado da própria atividade humana, que se encontra sintetizada em objetos e conceitos. Assim, ao se analisar uma mesa, pode-se notar que ela resume, em si, anos de trabalho e tecnologia: é preciso maquinário apropriado para lixar a madeira, instrumentos como o martelo e chaves de fenda para monta-la, apetrechos para refina-la, como lixa e verniz. Entender o que se significa uma mesa implica conhecer as suas principais características e finalidades – mesa para jogar, comer, estudar etc -, compreendendo o quanto de esforço foi necessário para concebe-la e realiza-la.

A Psicologia da Aprendizagem estuda o complexo processo pelo qual as formas de pensar e os conhecimentos existentes numa sociedade são apropriados pela criança. Para que se possa entender esse processo é necessário reconhecer a natureza social da aprendizagem. Como já foi dito, as operações cognitivas (aquelas envolvidas no processo de conhecer) são sempre ativamente construídas na interação com outros indivíduos.

Em geral, o adulto ou a criança mais experiente fornece ajuda direta à criança, orientando-a e mostrando-lhe como proceder através de gestos e instruções verbais, em situações interativas. Na interação adulto-criança, gradativamente, a fala social trazida pelo adulto vai sendo incorporada pela criança e o seu comportamento passa a ser, então, orientado por uma fala interna, que planeja a sua ação.Nesse momento, a fala está fundida com o pensamento da criança, está integrada às suas operações intelectuais.

Reconhece-se, dessa maneira, que as pessoas, em especial as crianças, aprendem através de ações partilhadas mediadas pela linguagem e pela instrução. A interação entre adultos e crianças, e entre crianças, portanto, é fundamental na aprendizagem. A Psicologia da Aprendizagem, aplicada à educação e ao ensino, busca mostrar como, através da interação entre professor e alunos, é possível a aquisição do saber e da cultura acumulados.

O papel do professor nesse processo é fundamental. Ele procura estruturar condições para ocorrência de interações professor-alunos-objeto de estudo, que levem à apropriação do conhecimento. De maneira geral, portanto, essa visão de aprendizagem reconhece tanto a natureza social da aquisição do conhecimento como o papel preponderante que nela tem o adulto. Estas considerações, em conjunto, têm sérias implicações para a educação: procede-se, na aprendizagem, do social para o individual, através de sucessivos estágios de internalização, com o auxílio de adultos ou de companheiros mais experientes.

Etapa 1

QUAL A IMPORTANCIA DA PSICOLOGIA PARA PEDAGOGIA?

A relação entre Educação e Psicologia data do reconhecimento dessa última enquanto ciência, no século XIX. Desde então essas duas áreas do conhecimento humano estabelecem diálogos íntimos, que ganham contornos diferentes de acordo com o contexto no qual se desenrolam.

Na área da Educação Infantil o contrato inicial estabelecido com a Psicologia pregava a definição de normas de comportamento, o estabelecimento de parâmetros de classificação e as condições de normalidade relacionadas ao desenvolvimento humano, elegendo a Psicologia como uma área “dona de um saber específico” imprescindível à Educação.

Ao conhecer as diferenças individuais e estabelecer os parâmetros de normalidade, a Psicologia estabeleceu uma parceria ideológica com a Educação ao reforçar a ideia de um indivíduo isolado do meio social, a histórico e dotados de características naturais próprias da sua espécie.

Alguns momentos na evolução da relação Psicologia-Educação podem ser facilmente detectados. Um primeiro momento revelou uma relação que propunha um olhar diagnóstico para o aluno. Foi o primado da psicologia das diferenças individuais, pautada na visão inatista de desenvolvimento e aprendizagem. Na escola os testes psicométricos (Q.I.) revelavam gênios, medíocres e incapazes profetizando o futuro escolar das crianças. Tal futuro se auto realizava partir das crenças suscitadas pelos números obtidos nos testes e aceitos pela escola como sentenças de sucesso ou fracasso. A Psicologia apoiava a escola na culpa do aluno pelo não aprender e as questões institucionais não eram discutidas e nem, ao menos, tocadas. Termos médicos como hiperatividade, dislexia, déficit de atenção e outros invadiram o cotidiano escolar e rotularam comportamentos e dificuldades de aprendizagem.

A Educação, endossada pela Psicologia, passou a lidar mais facilmente com questões como indisciplina, desmotivação e dificuldades de aprendizagem, uma vez que tais questões estariam diretamente ligadas a fatores médicos, localizados no indivíduo. A relação pedagógica, o papel da escola e as relações sociais estabelecidas dentro dela ficavam, portanto, não passíveis de análise, já que as explicações sobre o “mal” comportamento e a “não aprendizagem” encontravam-se na própria criança. Os rótulos livravam a escola de uma análise mais comprometida e a poupavam de ter que enfrentar questões nas quais o óbvio não é dado à priori e as explicações não se encontra nos consultórios médicos, mas sim numa revisão do cotidiano escolar.

Um segundo momento caracterizou-se pelo olhar diagnóstico para a família e para as diferenças de

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