AVALIAÇÃO E ACOLHIMENTO EM SAÚDE MENTAL
Por: Maiaras21 • 27/11/2022 • Trabalho acadêmico • 996 Palavras (4 Páginas) • 106 Visualizações
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR
CURSO BACHARELADO DE PSICOLOGIA
AVALIAÇÃO E ACOLHIMENTO EM SAÚDE MENTAL
RENILDE MAIARA SANTANA SANTOS
Resenha realizada como avaliação parcial da primeira unidade da disciplina de Avaliação e acolhimento em Saúde Mental, ministrada no curso de psicologia da universidade católica de Salvador
Salvador - Bahia
2022
Resenha Crítica:
INTRODUÇÃO
O longa-metragem “Sem Tarja” é uma das obras representativas da diretora Rafaela Uchoa, por meio da qual a diretora traz importantes reflexões e questionamentos sobre a saúde mental, e analisa criticamente o processo de medicalização da vida e do sofrimento psíquico. O longa relata as experiências de diversos usuários que usaram medicamentos que continham tarja preta, além de relatos de profissionais da área, que em alguns momentos destacaram os danos que a rotina medicamentosa pode causar.
O documentário começa comparando as falas das pessoas sobre a medicação que tomam durante o dia e seus efeitos colaterais, e isso acontece ao mesmo tempo em que as cenas mostram imagens de cartelas e mais cartelas , o que na verdade é meio assustador porque cria uma sensação de que todo o comportamento que foge um pouco daquele que é considerado “comum” precisam a todo custo ser exposto a medicamentos é mais medicamentos, então o corpo que se desvia é um corpo que é dominado pelas psicofármacos .
Apesar que esse processo de medicalização da vida é algo que é ainda vivenciado nos dias de hoje é um assunto que remota desde os meados do século XIX , sobretudo quando o campo da psiquiatria começou a produzir alguma forma de racionalização da vida cotidiana, que passou a ser controlada e dominada por modelos biomédicos, ou seja, começaram a olhar os padrões do corpo do ponto de vista biológico, e foi a partir disso que alguns intelectuais começaram a se preocupar com algumas questões em torno dos consumos exagerados de remédios para a manutenção de certas doenças ou até mesmo a substituição de certas formas mais saudáveis como por exemplos as terapias e os métodos terapêuticos como por exemplo viagens, passeios, repouso, teatro, passa a ser substituído por remédios químicos.
O filósofo Michel Foucault ele vai representar bem essa questão em alguns dos seus escritos, ele traz justamente essa questão do médico como sendo aquele que pode dizer a verdade sobre a doença e assim fazer com que o sujeito retome a normalidade. Outro nome que podemos citar aqui é o do Birman também cita como a medicalização é privilegiada pela mediação da psiquiatria.
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Análise crítica
Analisando a obra de um ponto de vista crítico, é possível dizer que a construção dos conteúdos contidos no longa é coerente pois o mesmo levanta questões relevantes que são assuntos de grandes discussões no mundo contemporâneo.
De início, é possível fazer um link do que é retratado no longa com os assuntos que foram levantados nas aulas de Avaliação e Acolhimento em Saúde Mental. Foram pontuados nessas aulas a questão de inúmeros diagnósticos precoces que são feitos principalmente em crianças e adolescentes, que muita das vezes acabam sendo rotulados como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Assim, cria-se uma patologização que acompanha a medicalização, ou seja, esses sujeitos ficam sujeitos à indústria farmacêutica. Com isso, crianças ou adolescentes que às vezes relatam que "não gostam de aula" ou que "não conseguem prestar atenção" a esses assuntos passam a usar a droga Ritalina. Há uma parte do longa que menciona que o Brasil é o segundo país que mais usa medicamentos de Ritalina, a partir disso é preciso analisar criticamente se todo o comportamento por algum motivo se desviam do que se chama de "normal" deve ser hipermedicado?
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