Afetividade: separação conjugal e suas consequencias
Por: João Gabriel Nogueira • 8/6/2015 • Projeto de pesquisa • 411 Palavras (2 Páginas) • 206 Visualizações
No contexto de separação conjugal, enfatiza-se geralmente a questão financeira, deixando em segundo plano o fator psicológico. Para corroborar essa ideia, basta analisar que o primeiro profissional contatado pelas partes do divórcio é o advogado. Cuidar do emocional e da estrutura mental de um indivíduo deve ser prioridade, uma vez que abalados, estes fatores tem influência determinante nas esferas social, pessoal e profissional.
O sofrimento pós-rompimento com o cônjuge é muitas vezes expressado maior até mesmo do que o sofrimento da morte de um familiar, como afirma Caruso (1986), classificando essa perda do cônjuge - pela separação - como “morte consciente”. Não tratar conflitos pessoais (que podem acarretar a uma depressão) oriundos do rompimento do vínculo afetivo, em muitos casos leva a medidas desesperadas de “anestesiar” o organismo para essas emoções. Assim, pode surgir o abuso de substâncias psicotrópicas ou drogas psicoativas – que tem ação no sistema nervoso central (SNC) -, dentre as quais pode-se citar o álcool, ansiolíticos e antidepressivos.
Segundo Scliar (1997) o aumento do consumo dos chamados “medicamentos de tarja preta” pode ser explicado pelo seguinte pensamento: as pessoas vem apresentando uma distorção do que pode ser chamado propriamente de doença, associando qualquer traço de personalidade, como humor ou tristeza, a um comportamento doentio do organismo. Scliar ainda afirma que pessoas que se utilizam de tais substâncias para “mascarar a alma” devem ter em mente que são “paraísos artificiais” aludindo a obra do francês Charles Baudelaire. As substância citadas podem ter o efeito desejado no momento, mas, logo, eclodirão na dependência medicamentosa e/ou ascensão de quadros depressivos.
Na análise do colapso dos relacionamentos conjugais, caracteriza-se a importância de uma abordagem no viés sistêmico, uma vez que trata-se de uma questão familiar. A partir da terapia familiar é possível buscar meios de tratar não somente os divorciados, mas também os filhos, a fim de manter o convívio (mãe, pai e filho) de forma salutar, ainda que não seja possível preservar a união do casal. No caso de abuso de substâncias atuantes no SNC, é apresentado como possível meio de resolução do problema o Projeto de Terapia Singular (PTS), que visa tratar cada paciente de forma única, deixando de seguir um modelo estabelecido todos os casos. Ou seja, cada indivíduo deve ser analisado pela historicidade do seu conflito, levando em consideração que cada pessoa tem as suas próprias questões e experiências, sendo sua relação com a droga totalmente pessoal e subjetiva.
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