Analise do filme Pecados Íntimos
Por: thaismaio • 10/5/2015 • Resenha • 2.227 Palavras (9 Páginas) • 930 Visualizações
FACULDADE UNIÃO DE CAMPO MOURÃO
PSICOLOGIA
Thaís Machado de Maio
ANÁLISE DO FILME PECADOS ÍNTIMOS SEGUNDO A TEORIA HUMANISTA DA PERSONALIDADE DE CARL ROGERS
Campo Mourão
2014
Thaís Machado de Maio
ANÁLISE DO FILME PECADOS ÍNTIMOS SEGUNDO A TEORIA HUMANISTA DA PERSONALIDADE DE CARL ROGERS
Trabalho apresentado como requisito parcial de aprovação na disciplina Teorias Humanistas da Personalidade, sob orientação do professor Antônio Gonçalves Ferreira Júnior.
Campo Mourão
2014
INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca relatar sobre a teoria humanista da personalidade na visão de Carl Rogers, chamada de Teoria Centrada na Pessoa, da qual, com a ajuda do terapeuta, o indivíduo procura o seu desenvolvimento pessoal, motivado pela sua tendência a autorrealização. Serão abordados seus principais conceitos e como eles se encaixam na vida do indivíduo.
Para compreender melhor esses conceitos, será feito uma correlação com o filme Pecados Íntimos, mostrando a importância de cada termo, na vida do personagem Brad.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A teoria humanista da personalidade, também chamada de terceira força da psicologia, surgiu para se contrapor a psicanálise e o behaviorismo, pois segundo Hall, Lindzey e Campbell (2000) essas duas abordagens eram deterministas e fragmentadas, e a teoria humanista, é mais otimista em relação ao ser humano, acreditando que qualquer um possui dentro de si, um potencial para o desenvolvimento sadio e criativo, e que o fracasso que acontece em sua vida, se dá pelo meio em que vive, como a educação que recebeu ou as pressões sociais, por exemplo, porém, se a pessoa estiver realmente disposta, ela pode mudar e melhorar sua vida, buscando sua autorrealização.
Um dos grandes teóricos dessa teoria é Carl Rogers, nascido em 08 de janeiro de 1902 e fundador da terapia centrada da pessoa. Sua teoria não foi desenvolvida por experimentos laboratoriais, e sim, a partir de sua própria experiência com os clientes. Como o próprio nome diz, essa terapia acredita de fato, que é a própria pessoa que é capaz de realizar a mudança que deseja em seu interior, o terapeuta tem o papel fundamental de apenas facilitar tal mudança. Ele acreditava que todos os indivíduos são motivados por um processo de crescimento, em busca da autorrealização, tanto que o foco de sua teoria é essa tendência para a realização. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2013).
Para Rogers, nossa consciência é feita através de alguns elementos, sendo eles, as sensações, percepções, pensamentos, sentimentos e afetos, também chamados de campo fenomenal, sendo a estrutura de referência do ser, que só pode ser conhecida por ele próprio. E a nossa consciência se divide em experiências simbolizadas, que é quando o indivíduo reconhece, percebe e realmente sente as suas próprias experiências tanto internas quanto externas, e em experiências não simbolizadas, que é ao contrário da primeira, quando o sujeito não reconhece essas experiências. (Hall, Lindzey e Campbell, 2000).
A palavra mais importante dessa teoria é self, que significa o eu do indivíduo, como o termo ego para a psicanálise. E esse self, se desenvolve de forma congruente ou incongruente no indivíduo. Hall, Lindzey e Campbell (2000) comentam que o self é congruente, quando o indivíduo tem suas experiências verdadeiramente simbolizadas e está em equilíbrio e em harmonia com o seu mundo interno e externo. Quando o sujeito tem suas experiências não simbolizadas, há um desequilíbrio psíquico, o que ele sente não condiz com a sua realidade, então o seu self está incongruente.
O que leva o self a ser congruente ou incongruente é a estima positiva condicional e a estima positiva incondicional. A estima positiva condicional acontece quando uma pessoa impõe a outra, condições desejáveis em seu comportamento ou jeito de ser, para que essa possa ser amada, aprovada ou aceita. É uma condição de merecimento, que Rogers diz ser:
Uma crença de que somos dignos de aprovação apenas quando expressamos comportamentos e atitudes desejáveis e nos privamos de expressar aqueles que causam desaprovação por parte dos outros; similar ao superego freudiano. (SCHULTZ; SCHULTZ, 2013, p. 289)
Esse tipo de estima enfraquece o self do indivíduo, deixando sua autoestima sempre baixa. Schultz e Schultz (2013) abordam que por sentirem uma necessidade de estarem sempre vigiando os seus próprios comportamentos, e de agir contra a sua vontade, as pessoas não conseguem atualizar e desenvolver plenamente o seu self, inibindo o seu jeito de ser para viver de acordo com o que os outros esperam e desejam.
Já a estima positiva incondicional ocorre quando o indivíduo é aceito sem condição alguma, sem se impor nada a ele, há uma confiança mútua. Dando o exemplo de uma criança, Cloninger (1999) diz que dar uma consideração positiva incondicional a uma criança:
Significa amá-la seja qual for o seu comportamento. Isso permite que a criança explore todos os seus potenciais. [...] É claro que Rogers não defendia que os pais abdicassem de suas responsabilidades de orientar e ensinar seus filhos; mas ele sustentava que sentir-se amado, plena e incondicionalmente, é essencial para o desenvolvimento saudável. Essa é a experiência mais importante que os pais podem proporcionar aos filhos. (p. 466)
Um outro termo bastante utilizado por Carl Rogers é pessoa de pleno funcionamento. Para ele, segundo Schultz e Schultz (2013) as pessoas de pleno funcionamento possuem consciência de todas as suas experiências e estão abertas a sentimentos tanto positivos quanto negativos; apreciam de fato todas as experiências; confiam em seus próprios comportamentos e sentimentos; possuem liberdade de escolha, sem inibições; são criativas e espontâneas e necessitam se desenvolverem constantemente, em busca da maximização de seus próprios potenciais.
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