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Analíse do Documentário: A casa dos esquecidos: holocausto brasileiro

Por:   •  24/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.082 Palavras (9 Páginas)  •  2.848 Visualizações

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                                  UNIVERSIDADE PAULISTA

                                   

 

   

                         NOME

         

 

                                 

       

 

                               

A CASA DOS ESQUECIDOS: HOLOCAUSTO BRASILEIRO

                                                           SOROCABA-SP

                                                          2015

                                     NOME

                                                                  

      

A CASA DOS ESQUECIDOS: HOLOCAUSTO BRASILEIRO

                                                                                     

               

 

ATIVIDADE COMPLEMENTAR PARA A DISCIPLINA DE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA DO PRIMEIRO SEMESTRE DO CURSO DE PSICOLOGIA APRESENTADO UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

       

                                                                      Orientador:

                                                              SOROCABA-SP

                     

                                                            2015

     A CASA DOS ESQUECIDOS: HOLOCAUSTO BRASILEIRO

Uma comparação entre o livro de Daniela Arbex e o documentário de Roberto Cabrini de 2013

Fica claro que as coisas não mudaram muito com o passar dos anos após a leitura do livro Holocausto Brasileiro da Daniela Arbex (2013) e ao assistir o documentário do Roberto Cabrini (2013) “A casa dos esquecidos”.

Neste livro Arbex (2013) tenta devolver o nome, a história e a identidade daqueles que, até então, eram registrados como “Ignorados de tal”, conforme o prefácio escrito por Eliane Brum. E conforme o documentário de Cabrini observa-se que ainda há pessoas sem nomes, história ou identidade e esquecidas pela sociedade.

Ao assistir o documentário lembrei-me de muitos trechos do livro, pois Arbex (2013) descrevia que o local onde se internavam pessoas sem nenhum critério médico era fétido, isolado e sem muita higiene por parte dos esquecidos e funcionários. Arbex fala dos esquecidos de uma forma que além não existir tratamento adequado, há uma forma de exclusão social e não critérios médicos que indiquem que a pessoa necessita de um tratamento:

A teoria eugenista, que sustentava a ideia de limpeza social, fortalecia o hospital e justificava seus abusos. Livrar a sociedade da escória, desfazendo-se dela, de preferência em local que a vista não pudesse alcançar. (ARBEX, p.21, 2013)

Contudo, no documentário percebe-se que o abandono afeta não somente o paciente, mas toda sua família, pois muitos vivem internados porque a família não consegue ou não sabe como agir com eles, todavia desconhecem que neste local são mal tratados. Neste caso, cito o exemplo de uma mãe, que estava neste Hospital citado no documentário - Hospital Psiquiátrico Vera Cruz de Sorocaba/SP e ficou desesperada ao se deparar com a situação sofredora de seu filho, ao ver que seu filho estava sofrendo maus-tratos, decide leva-lo para casa onde ela tentará cuidar melhor. Porém, infelizmente é difícil, pois mesmo com o carinho e cuidado da mãe, mas sem os recursos necessários como os medicamentos entre outros seu filho se torna agressivo. E, desta forma necessita de cuidados médicos e internação adequada. Mas como confiar em outro hospital depois de ter visto a realidade do local onde seu filho permaneceu esquecido e mal tratado?A realidade vista neste hospital e relatada no documentário é triste e revoltante, pois além dos maus-tratos, quando falecia algum paciente não se sabia o diagnóstico ou causa de sua morte, ou melhor, a verdadeira causa não era revelada.

Neste caso, vemos que o paciente necessitava mesmo de tratamentos psiquiátricos; estava desorientado e agressivo, sendo indicada a internação, apenas o hospital que não era indicado. Mas, antigamente como afirma Arbex (2013) dos internados no manicômio muitos não apresentavam sintomas alguns, eram apenas diferentes, ou seja: desafetos, homossexuais, militantes políticos, mães solteiras, alcoolistas, mendigos, negros, pobres, pessoas sem documentos e todos os tipos de indesejados, inclusive os chamados insanos, porém todos eram mal tratados, abandonados e excluídos da sociedade.

Nesta perspectiva se observa que o caos em que se encontram os hospitais psiquiátricos não é apenas causado pelos diretores, médicos, enfermagem e funcionários que em geral maltratam os pacientes. O problema tem sua origem no descaso com que o Governo trata a saúde pública, pois não há humanização no tratamento do paciente, fiscalização quanto aos maus-tratos e verbas suficientes para atender a demanda.

Infelizmente, a forma tradicional, conhecida por muitos, de se tratar a loucura é caracterizada principalmente pelo isolamento e exclusão. Quando alguém com transtorno mental é levado para ser internado em um hospital psiquiátrico digamos que este fica como propriedade do hospital, onde ele não  tem voz nem qualquer direito, e é o que acontecem em muitas instituições psiquiátricas no Brasil , muitos desses acontecimentos é resultado de uma sociedade que prefere deixar em baixo dos panos ao invés de tomar alguma atitude e procurar resgatar os direitos humanos.

É como se fossem algo repressivo que a sociedade impõe para excluir os doentes ou pobres aqueles que não vão contribuir para o crescimento de uma sociedade se ele não traz nenhum benefício, algo que seja considerado produtivo aos olhos da sociedade simplesmente ele é excluído.

Constantemente o repórter Cabrini (2013) fazia a seguinte pergunta para os funcionários do hospital: “É normal esse tipo de tratamento?” ou “Você acha isso normal?” E a resposta por incrível que pareça era “Sim, é normal.” Pode-se entender, portanto, que para eles o normal se confunde ao comodismo ou negligência. Estão tão acomodados e preocupados com suas próprias vidas que aquela situação precária e desumana havia se tornado normal aos seus olhos.

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