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Análise do Livro “O Alienista” com o filme “Um Estranho no Ninho”

Por:   •  3/9/2018  •  Resenha  •  1.248 Palavras (5 Páginas)  •  788 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Este trabalho é uma análise comparativa entre duas Obras: O livro “O Alienista”, escrito por Machado de Assis e o filme “Um Estranho no Ninho”, dirigido por Milos Forman, utilizou-se como objeto de estudo para o desenvolvimento deste trabalho.

No livro “O Alienista”, o Dr. Simão Bacamarte tem por objetivo dedicar-se inteiramente à ciência, passando a estudar a loucura humana, onde fora associada aos comportamentos tidos como inaceitáveis pela sociedade da época, até mesmo pelo próprio Alienista que, agia incontroladamente, na angustia de explicar algumas atitudes dos moradores da cidade de Itaguaí, com base na sua ciência, pois aqueles que agiam fora dos padrões coerentes para a sociedade, atribuíam-se a titularidade de “louco”. Com os fatos atuais, estudava substâncias que pudessem auxiliar na cura, ou controle do comportamento dos “loucos”, mas tudo foge do seu controle novamente, fazendo com que desista de provar suas teorias, passando a se trancar sozinho em sua própria instituição. Já no filme “Um Estranho no Ninho”, é possível perceber no início do filme quando o ator principal chamado de McMurphy é entrevistado pelo Dr. John que lhe explica que a verdadeira razão por ele ter ido para o hospital psiquiátrico, ao invés, de ir para a cadeia, é avaliar se ele é um doente mental ou não, sendo que em sua ficha constava que ele era agressivo, falava sem ser autorizado, não gostava de trabalhar, era preguiçoso, capaz de quebrar normas e que pensam que ele fingi tais comportamentos, para escapar do trabalho. Na Instituição Psiquiátrica ele era considerado perigoso apesar de não ser visto como um doente mental, recebia tratamento insensível igual aos outros internos, baseado principalmente em medicações diárias vistas como mecanizadas, como também terapia em grupo orientado pela enfermeira chefe da instituição, não tinham autonomia nenhuma, pois eram reprimidos quase que diariamente por estarem felizes e se sentirem livres, recebiam também métodos terapêuticos como, eletrochoques e lobotomia, o que seria mais uma ilustração da rigidez na normatização representada pela Instituição. As duas obras, tinham como o objetivo de tratamento, domesticar as pessoas para que obtivessem comportamentos aceitáveis nos padrões da sociedade da época.

A loucura só vem a ser objeto de intervenção por parte do Estado no início do século XIX, com a chegada da Família Real ao Brasil, depois de ter sido socialmente ignorada por quase trezentos anos. Nesse período de modernização e consolidação da nação brasileira como um país independente, passa-se a ver os loucos como “resíduos da sociedade e uma ameaça à ordem pública”. Aos loucos que apresentassem “comportamento agressivo não mais se permitia continuar vagando nas ruas, principalmente quando sua situação socioeconômica era desfavorável, e “seu destino passou a ser os porões das Santas Casas de Misericórdia, onde permaneciam amarrados e vivendo sob péssimas condições de higiene e cuidado” (PASSOS, 2009a, p. 104).

Na obra analisada de Machado de Assis “O Alienista” traz uma abordagem clara sobre a forma como a sociedade e a ciência do século XIX, tratava a loucura no Brasil. A narrativa se passa numa vila brasileira do século XIX, chamada Itaguaí, interior do Rio de Janeiro. Conta a história do Dr. Simão Bacamarte, um grande estudioso brasileiro, que aos trinta e quatro anos, tinha grande fascínio pela ciência e pelos mistérios da mente humana, retorna ao Brasil para se dedicar totalmente a ciência após concluir seus estudos nas universidades de Coimbra e Pádua. Bacamarte casa-se com uma brasileira, a senhora D. Evarista da Costa e Mascarenhas na esperança desta lhe dar um filho, o que não acontece e com isso aprofunda –se em seus estudos. Em Itaguaí, Dr. Bacamarte percebe que os doentes mentais são afastados da sociedade e vivem isoladamente, foi a partir daí que ele tem a ideia de construir uma casa especial, inicialmente chamado de “asilo”, depois é renomeado de  Casa Verde, onde toda a população com problemas mentais, pudesse ser assistida, tinha como função excluir um “transtorno” existente, não apenas o indivíduo cientificamente diagnosticado como doente mental, mas também, todo o indivíduo tido como o “diferente”, entres eles moradores de rua, órfãos, alcoólatras, onde todos deveriam ser afastados do convívio social. O Dr. Bacamarte também chamado de o Alienista, ao classificar todos como “loucos”, começou então um árduo estudo comportamental desses indivíduos. O Alienista de um modo inesperado, começa a internar todas as pessoas que ele considera desequilibradas e loucas, provocando uma revolução na cidade de Itaguaí, onde todos aqueles que se rebelaram são presos no hospício, trazendo de volta o prestígio do Alienista. Ao perceber que quase toda a cidade estava internada, ele muda drasticamente o seu método, invertendo os critérios de internação, passando a trancafiar a minoria: os sinceros, leais, respeitosos e honestos, mas percebe, que o que ocasionava o desequilíbrio mental ainda continuava a aparecer, foi então que o Alienista começa a analisar a situação e chega à conclusão de que é o único homem sadio na cidade. Por conta disso, ele mesmo se internou na Casa Verde e faleceu exatamente dezessete meses depois.

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