As Causas Dos Problemas Disciplinares Dos Alunos Na Escola
Artigos Científicos: As Causas Dos Problemas Disciplinares Dos Alunos Na Escola. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: IvoneVic • 18/10/2013 • 5.968 Palavras (24 Páginas) • 1.578 Visualizações
As causas dos problemas disciplinares dos alunos na escola
Na atualidade, a disciplina tem sido discutida e pesquisada por pais, professores e especialistas da educação, e tem sido colocada como um dos principais entraves à realização do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula. As causas da indisciplina estão entrelaçadas com a sociedade, envolvendo os alunos e a sua família, a escola e o professor e o aluno. E ocorrem diversos problemas para concorrer para essa situação: problemas familiares, carências, influências da TV, de toda a mídia, o que demanda uma atuação organizada e articulada em todas as frentes.
Nas palavras de Aquino (2003), a indisciplina escolar não apresenta uma causa única, pois reflete uma combinação complexa de causas. As diversas causas da indisciplina escolar podem ser reunidas em duas vertentes: as causas externas e as causas internas à escola.
Nas causas externas está a influência dos meios de comunicação, a violência e o próprio ambiente. Nas causas internas está o ambiente escolar, as condições de ensino-aprendizagem, o relacionamento humano, o perfil dos alunos e a capacidade de se adaptar ou não aos esquemas da escola (AQUINO, 2003).
Em muitas escolas a indisciplina já virou caso de polícia, como explicam Fiamenghi & Ximenez Filho (2001):
Em muitas escolas, principalmente aquelas da periferia, a indisciplina já virou caso de polícia, com professores sendo agredidos ou ameaçados de morte por alunos pertencentes a gangues de rua, em geral, ligados às drogas (FIAMENGHI & XIMENES FILHO, 2001, p. 33).
Conforme Vinha (2003), a intervenção disciplinar deve ser resolvida pelo professor e pelo corpo gestor da escola:
Em geral, conflitos são encarados como sendo antinaturais e desviantes da função do professor; assim é comum tanto o deslocamento do “problema” para ser resolvido por outro especialista, encaminhando os infratores ao diretor, orientador... Quanto à transferência dos conflitos, que não raro deveria ser da competência dessa instituição educativa, para a família solucionar, ao contar aos pais ou escrever na agenda do aluno o que ele fez de errado, retirando os envolvidos da resolução dos mesmos (VINHA, 2003, p. 9).
La Taille (1996), a respeito da indisciplina, analisa que:
Crianças precisam sim aderir a regras e estas somente podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os ‘limites’ implicados por estas regras não devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo: o que não poderia ser feito ou ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentido positivo: o limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum espaço social – a família, a escola, e a sociedade como um todo (LA TAILLE, 1996, p. 9).
Para Aquino (2003, p. 51), “a indisciplina traduzir-se-ia numa espécie de efeito de inconformidade, por parte do alunado, aos anacrônicos padrões de comportamento nos quais as escolas ainda parecem inspirar-se”. Isto quer dizer que sempre haverá alunos que protestam e fogem às regras, manifestando-se contra, por lhes parecer arbitrárias.
Segundo Vasconcellos (2009), a família e a escola mudaram muito, pois antes a família era cúmplice da escola, porém, hoje é diferente, porque a família transferiu suas funções e responsabilidades para a escola, com um agravante: a família critica muito o papel da escola e dessa forma, os alunos vêm para a escola sem os limites necessários para a convivência em grupo. E a escola, que quer formar o cidadão responsável e autônomo, perde essa chance em meio à indisciplina.
Segundo Vygotsky (1987) a educação tem papel crucial sobre o comportamento e o desenvolvimento das funções psicológicas das crianças, ou seja, a disciplina deve ser aprendida pelos alunos, assim como a educação e dessa forma, o problema da indisciplina deve ser encarado como parte da família e da escola.
Para Vasconcellos (2009), a educação não se faz sem autoridade, pelo simples fato de o aluno necessitar do referencial do professor como base para a construção do seu próprio referencial. E o professor que não consegue impor a disciplina geralmente não consegue conquistar a autoridade perante os alunos, sendo que o respeito tem que ser conquistado pelo professor. O professor precisa exercer sua autoridade nos seguintes domínios:
a) Intelectual: precisa ser capaz de refletir, rever pontos de vista, demonstrando inteligência no trato com a realidade, sem se limitar apenas ao senso comum;
b) Ético: precisa ter princípios, estabelecer parâmetros e ser coerente, além de apresentar traços de firmeza de caráter e ter compromisso com o bem comum;
c) Profissional: precisa ser competente, ter domínio da matéria e da metodologia de trabalho, empregando com segurança os conceitos e técnicas, demonstrando interesse no que faz e preparando muito bem as suas aulas, buscando sempre estar atualizado;
d) Humano: precisa ser capaz de perceber e respeitar o outro como pessoa.
Aquino (2003) destaca ainda a importância da relação existente entre os educadores e os alunos e a intervenção disciplinar praticada pelos educadores para conter a indisciplina dos alunos e buscar atingir conscientemente um objetivo: a construção da disciplina em sala de aula.
Conforme Luna (1991, p. 69) citado por Vasconcellos (2009, p. 55), a respeito do perfil do professor:
O professor com autoridade é também aquele que deixa transparecer as razões pelas quais a exerce não por prazer, não por capricho, nem meso por interesses pessoais, mas por um compromisso genuíno com o processo pedagógico, ou seja, com a construção de sujeitos que, conhecendo a realidade, disponham-se a modificá-la em consonância com um projeto comum (VASCONCELLOS, 2009, p. 55).
Para Vasconcellos (2000), o aluno que não está integrado ao processo de ensino e aprendizagem apresenta comportamentos que causam preocupação à escola, como a agitação em sala de aula, descomprometimento com as matérias estudadas, chegando até mesmo a agressividade, ou seja, a disciplina é o conjunto de normas que são impostas para que haja uma melhoria no ambiente.
Vasconcellos (2009) afirma ainda que as manifestações de indisciplina são inevitáveis de acontecer no contexto escolar, já que a educação dos alunos deve ser dividida entre a escola e a família, mas com os paradigmas atuais, a escola surge como grande responsável pela educação no sentido amplo, assim, ultrapassando os limites do âmbito pedagógico.
O ideal seria uma
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