As relações entre trabalho e saúde em tempos de reestruturação produtiva
Por: bcfo • 31/1/2017 • Dissertação • 646 Palavras (3 Páginas) • 267 Visualizações
Resumo do texto: “As relações entre trabalho e saúde em tempos de reestruturação produtiva” escrito pela autora Carla Vaz dos Santos Ribeiro.
O texto aborda questões que relacionam o trabalho e a saúde, expondo como o trabalho interfere direta e indiretamente na saúde do homem que exerce uma ocupação profissional. No entanto foi preciso analisar mudanças ocorridas no ambiente de trabalho nas últimas décadas para uma análise coerente.
Foi citado que uma das principais mudanças ocorridas é o fato de as empresas buscarem nos dias de hoje mão-de-obra descartável, isto é, aquele empregado que é facilmente substituível sem causar grandes prejuízos às organizações, como por exemplo, empresas, em que na sua maioria, contratam estagiários sem intuito de uma possível efetivação. Ou empresas que não dão uma assistência ao funcionário, seja ela financeira ou não, uma vez que a mesma tem noção do medo por parte do empregado de perder seu emprego, já que nos dias de hoje está tão difícil conseguir outro. Isso acarreta diretamente na impossibilidade de uma pessoa ser realizada profissionalmente.
E se por um lado estar empregado pode resultar em fatores degradantes para saúde a partir de diversos elementos, por outro, estar desocupado pode ser ainda pior, uma vez que este fato relaciona-se diretamente com a auto-estima do ser humano. Ou seja, todas as formas incidem na saúde do homem, se empregado, pela relação com o ambiente de trabalho e se desempregado, pela relação de valorização que a pessoa confere a si própria.
O texto aborda também o trabalho como não devendo ser visto só como uma forma comercial onde se vende força física e intelectual em troca de uma remuneração. O autor mostra que há também um lado de socialização incluso nesse “pacote”, onde pessoas se conhecem e se relacionam, lembrando que o trabalho toma uma grande fração de tempo diário das pessoas.
E para chegar profundamente nas relações trabalho-saúde foi preciso conceituar saúde não só do ponto de vista físico como também, principalmente, mental. A saúde física pode ser afetada por má condição no ambiente de trabalho, ausência de assistência médica, ausência de segurança, ergonomia não adequada e etc., enquanto que a saúde mental pode ser afetada por diversos fatores tais como: cobrança exagerada, pressão por parte dos superiores, excessivas atribuições, rigidez no horário de trabalho, má relacionamento, imposição de metas impossíveis, exploração, má remuneração, falta de reconhecimento e etc. A verdade é que a saúde mental pode e vai implicar na saúde física a longo ou curto prazo.
O texto questiona se as organizações hoje em dia proporcionam ao funcionário um ambiente favorável no intuito de uma implicação direta na saúde dele. Será que nos dias de hoje o empregado tem direito a participação e discussão para criações, intervenções e/ou inovações que possam fazer diferença nas relações empresa-funcionário buscando, sobretudo um ambiente mais saudável para o colaborador?
De certa forma o modelo de empresa atual, em sua maioria, consiste num controle rígido de alcance de metas quase impossíveis, ou às vezes até impossíveis. Isto para obtenção de resultados unicamente visados em lucro, que é tido como fundamental pela maioria das organizações. Contudo, não fica difícil perceber uma ocorrência, em virtude do fator mencionado acima, que é a inevitável a perturbação mental, psíquica e orgânica do ser humano, ocasionado pelo intenso stress que resulta desta relação conturbada com o trabalho.
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