Autismo e sindrome de asperger
Por: janalima2017 • 24/7/2017 • Trabalho acadêmico • 7.538 Palavras (31 Páginas) • 469 Visualizações
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AUTISMO E A SÍNDROME DE ASPERGER
CURITIBA/PR
2016
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
CRISTIANE APARECIDA ROLDAN
AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AUTISMO E A SÍNDROME DE ASPERGER
Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Altas Habilidades ou Superdotação, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
Orientador (A):______________________________
CURITIBA/PR
2016
FOLHA DE APROVAÇÃO
RESUMO
Em meados dos anos de 1943 Léo Kanner e Hans Asperger, ambos médicos estudavam crianças que eram facilmente rotuladas de retardas, pois apresentavam problemas sociais e emocionais, porém suas pesquisas afunilaram, Kanner dedicou-se a estudar o autismo, enquanto Asperger direcionou-se para a forma mais branda do distúrbio, desde então denominada Síndrome de Asperger, também conhecida como Transtorno de Asperger, considerada como um dos vários subtipos anteriormente separadas de autismo, entretanto, atualmente é denominada de transtorno do espectro do autista, com a publicação do manual de diagnóstico DSM-5 em 2013. Como se vê não há como desvincular a Síndrome de Asperger do Autismo, todavia cada um desses transtornos possui características individuais que os determinam. As crianças e adolescentes com autismo ou qualquer de suas vertentes que se caracterizam como transtorno invasivo de desenvolvimento, apresentam uma série de alterações graves, que na maior parte dos casos, começam na infância e raramente vão cedendo. São alterações qualitativas das interações sociais, das modalidades de comunicação e do repertório de comportamento. Portanto estudantes com Autismo ou com a Síndrome de Asperger são encarados como desafio para profissionais da educação, principalmente no que diz respeito a criar rotinas em sala de aula e ampliar seus relacionamentos com os demais alunos. Partindo dessa ideia o trabalho objetivou discorrer sobre as principais características destes com o intuito de contribuir para melhorar a qualidade de vida dos portadores e ampliar conhecimentos.
Palavras-chave: espectro autista, interação social, neurodesenvolvimento.
1. INTRODUÇÃO
A síndrome de Asperger é nova, na CID-10 e no DSM-IV, foi descrida pela primeira vez no início dos anos de 1990 e recentemente no ano de 2013, foi classificada como Espectro Autista, portanto, sua validade científica sempre deu margem à confusão.
Poderia ele ser classificado como um transtorno próximo do autismo, todavia com características diferentes dele? Ou uma entidade clínica que não se diferencia do autismo de alto nível? Dúvidas complexas que circulam na cabeça de todos, pois é difícil responder de maneira definitiva a essa questão, de um lado, porque as pesquisas disponíveis sobre a síndrome nem sempre utilizaram diagnósticos precisos e semelhantes e, de outro, porque faltam estudos de acompanhamento para determinar se o curso do desenvolvimento dos dois transtornos e seus prognósticos são diferentes.
Em contrapartida, enquanto o debate prossegue, um número crescente de publicações mostra que o autismo de alto nível e a síndrome de Asperger apresentam muito mais semelhanças do que distinções. Pelo menos três razões explicam sua similaridade, entre elas, o fato de que a síndrome de Asperger e o autismo têm a tendência a aparecer nas mesmas famílias; as diferenças que os demarcam, quando existem, são essencialmente de ordem quantitativa, e não qualitativas, necessárias a um diagnóstico distinto; muitas crianças diagnosticadas com síndrome de Asperger preenchem os critérios diagnósticos do autismo, porque, mesmo não apresentando problemas significativos de linguagem, têm dificuldades de comunicação, de relações sociais e de comportamento que não se distinguem muito daquelas do autismo de alto nível.
Diante desse impasse em determinar o autismo e a síndrome de Asperger o trabalho, tem por objetivo elencar as principais características de cada distúrbio, para maior esclarecimento. Partindo do princípio que o autismo, da mesma forma que diversos transtornos, não inibe, mas sim desorganiza toda a estrutura de desenvolvimento da criança. Portanto, há vários comportamentos que não têm origem no autismo propriamente dito, mas está ligado em questões como a genética familiar, o temperamento, cujas características são herdáveis, as primeiras relações com a mãe, a dinâmica familiar, a educação doméstica e a cultura, as experiências com o coletivo como escola, ou seja, as características que são da própria pessoa e, portanto, únicas.
É importante o exercício de identificar e separar a origem desses comportamentos para que fique mais claro o que se trata, onde investir as energias terapêuticas e como orientar familiares e profissionais de escola. Quando há um diagnóstico preciso é muito mais fácil encaminhar essa criança para o tratamento adequado, inclusive suas chances são maiores, pois o adolescente terá diversos comportamentos típicos da idade independente do grau de comprometimento causado pelo autismo ou pela limitação intelectual.
2. CONCEITO DE AUTISMO
Durante o século XX as patologias psiquiátricas da infância e da adolescência foram, grosso modo, subdivididas em quadros deficitários, representados pelas oligofrenias e pelas demências, e em quadros de transtornos de conduta que se preocupavam, principalmente, com a questão da delinquência. Em 1938 Potter descreve um quadro que ele denomina de esquizofrenia Infantil. Entretanto, é em 1942, que Kanner descreveu sob o nome “Distúrbios Artísticos do Contato Afetivo” um quadro caracterizado por autismo extremo, obsessividade, estereotipias e ecolalia e que, em curto espaço de tempo, se transformou em um dos transtornos mais estudados em toda a Psiquiatria Infantil. O conjunto de sinais foi por ele descrito como uma doença específica relacionada a fenômenos da linha esquizofrênica (KLIN, 2006).
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