Behaviorismo Ensino Fundamental
Por: wilson santana da silva • 3/6/2023 • Resenha • 964 Palavras (4 Páginas) • 77 Visualizações
Cliente
Pedro (nome fictício), 07 anos, sexo masculino. Cursando a primeira série do Ensino Fundamental em escola particular. Filho único, morava com a mãe e com a prima. O pai separado da mãe morava em outra cidade, via o filho poucas vezes por ano.
Queixa
A primeira queixa relatada pela mãe de Pedro foi relativa às dificuldades da criança com as tarefas escolares, segundo ela, o menino era desatento e não admitia seus erros, não sabia lidar com eles. Citou como exemplo um dia em que o filho deveria escrever numa linha inteira de caderno a letra “o”; ele escreveu as primeiras letras de forma correta, porém, preencheu o resto da linha com rabiscos e começou a dar risada. A mãe disse que não era aquilo que ele deveria fazer, e apagou a linha anteriormente feita para que ele a refizesse. Porém, a criança se recusou a refazer, disse que não sabia, não conseguia fazer.
A mãe disse que organizava bem a rotina de estudos da criança, que estudava sempre no mesmo horário pela manhã, em local adequado e bem iluminado, longe de seus brinquedos e da televisão. Porém, mesmo assim Pedro apresentava dificuldades, e demonstrava ser muito inseguro, tinha medo de errar, e por isso acabava fugindo das tarefas escolares. Outro fato relatado pela mãe foi que a criança perdia com freqüência seus lápis e borrachas, utilizados na escola. Segundo ela, a professora era muito atenciosa e já havia dado três novos lápis a ele, pois não tinha com o que escrever na escola. Apesar de admirar a atenção e bondade da professora, a mãe não sabia ao certo se esse comportamento era bom para seu filho ou não, já que ele não tinha nenhuma conseqüência ruim ao perder seu material, pois sempre ganhava outro. Certa ocasião a mãe conversou com a criança, dizendo que se ele continuasse perdendo seus materiais ela não iria comprar outros, e ele não iria mais escrever.
Na escola, ao contrário do ano anterior, quando ia para a escola desmotivado e por vezes nem queria ir, a criança estava indo para a escola com entusiasmo. A mãe relatou ter ficado insatisfeita com a escola, que mudou seu filho de turma, separando-o de seus amiguinhos. No prédio em que moravam não havia crianças e o menino não tinha amiguinhos ou parentes de sua idade, logo, os coleguinhas da escola eram seus únicos amigos. Apesar da insatisfação da mãe, Pedro não reclamou nenhuma vez por ter mudado de sala e nem diminuiu seu interesse pela escola. Por isso e por ter gostado muito da professora, que era muito atenciosa, a mãe não tomou nenhuma atitude em relação à escola.
Análise do caso
Havia inicialmente um excesso de cuidados da mãe pelo filho, o que provavelmente dificultou o desenvolvimento de comportamentos que estavam dentro da classe de respostas “independência” (fazer sozinho, ser capaz de avaliar seu próprio desempenho, conquistar suas próprias amizades). A mãe, provavelmente numa tentativa de amenizar a culpa pela ausência do pai (eram separados e o pai morava em outra cidade) não conseguia discriminar os momentos apropriados em impor limite aos comportamentos inadequados do filho, reforçando-os positivamente, fornecendo assim conseqüências positivas para o mau comportamento.
Outro fator que contribuía para a manutenção dos comportamentos de queixa era a interação constante com o filho, provavelmente dispensando reforçadores de maneira contínua. A própria mãe relatou que, quando mudou-se para a cidade, passava muito tempo com o filho, fazendo atividades que ele gostava, assim o acesso a reforçadores era contínuo.
Porém, este tempo de contato diminuiu bruscamente quando a mãe engajou-se em seu trabalho, com uma rotina atarefada, passando pouco tempo de qualidade como o filho. Houve uma queda abrupta na freqüência e tempo da interação, e conseqüentemente e do acesso às conseqüências reforçadoras. Alguns comportamentos não produziam mais conseqüência. Isso caracterizava um processo de extinção, o que gera variabilidade comportamental e subprodutos emocionais. Portanto, a criança passou a emitir diversos comportamentos com a função de ter acesso a conseqüências reforçadoras, sendo um deles as dificuldade na escola.
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