Brincadeira E Jogo Serio
Trabalho Escolar: Brincadeira E Jogo Serio. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gbsantana • 27/3/2015 • 2.001 Palavras (9 Páginas) • 493 Visualizações
Brincadeira é Jogo Sério
Flávia Moretto de Oliveira1
Luciane Canto Vargas2
Resumo
A infância é fascinante, durante a vida é neste período que exteriorizamos nossos
sentimentos, nossas experiências e fundamentalmente nossa criatividade da forma mais
espontânea que existe: BRINCANDO. Através do jogo a criança interage com a realidade
e estabelece relações com o mundo em que vive.
Palavras chaves: Criança, Jogo, Desenvolvimento
Brincadeira é Jogo Sério
“Como se fosse brincadeira de roda...”
Através dos tempos, brincar é uma manifestação que reflete a expressão cultural
das diversas sociedades. Mesmo que o conceito de cultura tenha sofrido mudanças e
mesmo que não haja um acordo quanto ao que abrange, já que existem múltiplas
concepções e visões, uma coisa não mudou: brincar.
Algumas brincadeiras são universais, como brincar de roda ou jogar bola. Outras
podem ter o significado de rito de passagem, como se jogar do alto de uma árvore preso a
um cipó em sociedades tribais. Mas, em qualquer situação ou época, o desenvolvimento
físico e mental se faz presente e, mais do que isso, a criatividade e a diversão garantida.
Mas, brincar, mais do que diversão, é uma forma de interagir com a realidade,
principalmente para as crianças. É pela brincadeira que a criança recria, interpreta e
estabelece relações com o mundo em que vive.
Segundo Winnicott (1975), o brincar facilita o crescimento e, em conseqüência,
promove a saúde. O não-brincar em uma criança pode significar que ela esteja com
algum problema, o que pode prejudicar seu desenvolvimento. O mesmo pode-se dizer de
adultos quando não brincam ou quando proíbem ou inibem a brincadeira nas crianças,
privando-as de momentos que são importantes em suas vidas, e nas dos adultos também!
O histórico do jogo infantil tem como base fundamental toda experiência lúdica da
criança, e quando aqui falamos em jogo nos referimos a toda atividade recreativa que a
criança utiliza para brincar.
1 Professora de Educação Física da Rede Municipal de Porto Alegre, Pós-Graduanda no curso de Psicomotricidade
Relacional na UNILASALLE – favinhamo@yahoo.com.br.
2 Professora de Educação Física da Escola Adventista Marechal Rondom, Pós-Graduanda no curso de Psicomotricidade
Relacional na UNILASALLE.
A importância do brincar tem sido pesquisada através dos tempos, muita
estudiosos tem se detido a este tema. No início do século XX, Henry Wallon, destacou-se
ao realizar estudos sobre a relação entre o brincar e o desenvolvimento infantil.
O jogo para Wallon é espontâneo e expressivo. A partir da imitação da realidade a
criança simboliza suas observações. É no brincar que a criança expressa seus
sentimentos, a identificação com determinadas pessoas leva a criança a assumir papéis,
buscando saciar sua curiosidade com relação ao mundo que a cerca. Não são todas as
pessoas ou situações que são imitadas, apenas aquelas que a criança considera
importante, podemos desta forma afirmar que há uma carga afetiva na brincadeira infantil.
Negrine em seu livro “Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil”, destaca que “para
Wallon o jogo se confunde muito com toda atividade global da criança”... e ainda “...o jogo
para as crianças é expansão, e nesse sentido se opõe à atividade ‘séria’ que é o trabalho”
(1994, p. 29).
Em sua teoria Vygotsky também faz referência à imitação da realidade, porém o
mais importante é a imaginação da criança. Se para Wallon a imitação é a regra do jogo,
para Vygotsky a regra é a imaginação. Ao brincar a criança cria uma situação imaginária,
com regras próprias. Vygotsky considera que toda brincadeira ou jogo tem símbolo
(imaginário) e regra. Inicialmente as regras podem não estar explícita, com a evolução da
brincadeira estas passam a ser clara. Segundo Negrine, Vygotsky e Piaget diferem nesta
questão. Para o primeiro o jogo evolui do jogo de regras ocultas ao jogo de regras
manifestas, já para o segundo, a evolução se dá do símbolo para o jogo de regras.
Piaget afirma ser o jogo puramente assimilação predominando sobre a
acomodação. Diverge dos autores citados acima em alguns pontos, um deles, quando
fala que só haverá regras se a criança não estiver sozinha, e também a partir do momento
que ela entra no processo de socialização. Ele ainda classifica o desenvolvimento da
criança em vários estágios, e falando em jogo, separa as fases em que a criança apenas
realiza o exercício (jogo sensório-motor), sendo substituído pelo jogo de símbolo e este
por sua vez, pelo jogo de regras.
Na visão de Airton
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