Bullying na Escola
Por: tassmann • 3/12/2016 • Seminário • 1.476 Palavras (6 Páginas) • 377 Visualizações
UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL- UNISC
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Acadêmicas: Jéssica Fell e Thartieri Assmann
Disciplina: Psicologia Escolar I
Professor: Eduardo Saraiva
Tarefa realizada a partir da proposta do professor Eduardo Saraiva da disciplina de Psicologia Escolar I do Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul- UNISC. Tarefa onde discutimos, através de artigos pesquisados, sobre práticas escolares que envolvam habilidades sociais, como empatia, intolerância, respeitos e valores nas temáticas do bullying e violência na escola.
Diante da proposta, deparamos-nos com vários materiais sobre a temática do Bullying, no entanto, selecionamos dois artigos, onde foi possível fazer uma junção de ambos para a realização dessa atividade , são eles: Bullying na sala de aula: percepção e intervenção de professores e Bullying: compreensão e intervenção – experiências internacionais. Percebemos que os mesmos se complementavam, visto que um traz experiências internacionais e o outro traz uma experiência de intervenção realizada no Brasil.
Inicialmente consideramos ser pertinente, abordarmos o que os artigos trouxeram sobre o que é bullying. O artigo que traz sobre percepções e intervenções de professores citam (Wynne & Joo, 2011) na qual se referem ao bullying como uma forma de comportamento agressivo entre pares, que ocorre principalmente nos períodos da infância e adolescência. Complementam com Lopes Neto ( 2005, p. 165) definido como “todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudante contra outro(s), causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder”. Seguindo essa lógica, o artigo que traz uma experiência internacional cita Dan Olweus (pioneiro nos estudos sobre Bullying – 1973, p.81), onde descreve lá em 2006 que em termos gerais bullying é uma conduta de assédio escolar que pode ser definida como: “um comportamento negativo ( que causa danos/sofrimento) intencional e repetido realizado por um ou mais alunos dirigido contra outro que tem dificuldades para se defender”. De acordo com esse autor, essas definições são bem aceitas pelos pesquisadores e profissionais da área e que pode ser descrito esse fenômeno como um comportamento agressivo ou com a intenção de ferir; que ocorra repetidas vezes e por fim, em uma relação interpessoal caracterizada por um desequilíbrio real ou imaginário de força ou poder.
Sob o ponto de vista das experiências, o artigo que aborda questões internacionais relata que segundo Fante e Pedra (2008) 160.000 alunos americanos faltam às aulas por medo de sofrer bullying. Middelton-Moz e Zawadski ( 2007) apresentam estatísticas no mínimo estarrecedora: um em cada quatro crianças sofre bullying por outra na escola no período de um mês; 81% dos alunos pesquisados admitiram exercer bullying sobre seus colegas; dois terços dos atacantes em 37 episódios de tiroteio em escolas cometeram seus crimes como vingança em razão das constantes perseguições que sofriam por parte de seus colegas. E ainda que as provocações e rejeições estão no topo das listas dos fatores que desencadeiam intenções de suicídio. ( NUNES, HERMANN E AMORIM, 2008, p.11933.) Esse mesmo artigo, na parte prática, mostra nas pesquisas realizadas em diferentes países, as diferentes classificações de intervenções, denominados de modelo moralista, modelo legalista ou punitivo e modelo ecológico ou humanista segundo Avilés (s/d). O modelo moralista tem como foco de atuação quem exerce a agressão e a proposta é levar o agressor a refletir os aspectos morais de sua conduta, ignorando a vítima e as testemunhas. O segundo modelo é denominado legalista ou punitivo, se caracteriza por aplicar a lei sobre aqueles que rompem algum preceito do regulamento do regime interno, ou código disciplinar. O terceiro modelo é denominado de ecológico ou humanista. Convoca a todos os envolvidos: agressor, vítima, testemunhas, pais, professores e outros profissionais da escola. Seu foco está nos sentimentos das pessoas. Compreende que, mais do que identificar culpados, se trata de comprometer a todos para encontrar uma solução e que se finalize o bullying. Nesse sentido, Cunha (2009) alerta para o fato de que diversos programas pontuais tem tido sucesso a curto e médio prazo, os resultados a longo prazo das intervenções são limitados, pois a violência está além das fronteiras da escola. Foi possível verificar na conclusão desse artigo, que “construir e consolidar a autoestima dos estudantes parece ser uma estratégia tão importante quanto o treino em habilidades sociais. Sobre esse viés traz referenciais que englobam, exercícios, práticas e estratégias para minimizar as incidência de bullying, em especial nas escolas.
Em relação ao artigo que traz percepções e intervenções de professores, o mesmo foi realizado na cidade de Uberaba-MG, em uma escola pública que oferece Ensino Fundamental 1 (período vespertino) e 2 (período matutino) e Educação de Jovens e Adultos – EJA (período noturno), que no total atendem, em média, a 1.200 alunos, distribuídos nos três turnos. Foram convidados 12 professores que lecionavam no 6º ano, porém somente dez aceitaram. Os mesmo, responderam um questionário contendo questões aberta e fechadas (estruturado em três partes) previamente elaborado pelos pesquisadores. No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) demonstrou que 30,8% dos alunos já foram vitimizados por bullying alguma vez (IBGE, 2009). Com esse estudo, foi possível verificar várias questões referentes ao bullying na percepção desses professores e com base nas intervenções, permaneceu a dúvida dos professores em intervirem ou não de imediato nas situações, mesmo sendo ofensas verbais antecedentes aos ataques físicos, numa perspectiva de prevenir o agravamento do problema. Os participantes apresentaram um conhecimento fragmentado em relação à definição do bullying, bem como de suas principais características. Em razão disso, confundem atos de indisciplina, brincadeiras típicas da adolescência, agressões esporádicas e o bullying. As intervenções que realizam geralmente ficam circunscritas ao contexto estrito da situação ocorrida ou ao espaço da classe, ou são encaminhadas à direção da escola.
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