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CASO DE ANNA O. DA PSICANÁLISE PELA VISÃO DE CHRISTIAN DUNKAN

Por:   •  3/4/2022  •  Monografia  •  558 Palavras (3 Páginas)  •  144 Visualizações

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Segundo Christian Dunkan, o caso de Anna O. é de grande relevância. Uma jovem que adorava dançar, queria ir à bailes, sair de casa e seus pais a impediam-na de expressar-se, escrever e ter autonomia em suas ações, sendo obrigada a reprimir muitas de suas emoções. Seus sintomas surgem por sofrer um controle excessivo por parte de seus pais, sintomas dos quais se destacam pela sua forma como, por exemplo, quadros alucinatórios, onde os ponteiros do relógio se deformavam; ver cobras no jardim; não conseguir ingerir outro líquido que não fosse suco e até mesmo sofrendo alterações de seus órgãos dos sentidos, como o desenvolvimento de um estrabismo convergente, enaltecendo ainda mais o quadro de histeria.

Segundo o autor, Breuer dominou-a histeria de retenção, onde os encontros da vida determina a agir, por conta da normatividade social, de maneira reprimida de afeto, e este conteúdo é retido e convertido a um sintoma.

Dunkan retoma a visão de Freud frente ao caso, dissertando sobre uma maior especificidade na teoria; ao invés de generalizá-la, Freud aponta que há causas específicas na história do sujeito para o surgimento da histeria, e que essa é relacionada ao campo das ideias, emoções e afetos de natureza sexual. Logo, a histeria vem como uma defesa dessas ideias e vontades patógenas.

Para reforçar essa visão, Christian dá ênfase ao surgimento do sintoma de não ouvir quando alguém entrava na sala e que levava Anna O. a um estado de dispersão; remete a primeira vez em que seu pai entrou na sala e ela não prestou atenção, sendo repreendida por estar desatenta. Uma vez sendo repreendida, Dunker supõe que ela nutriu sentimentos hostis com relação ao pai mas não reagiu, ela reteve, desviando sua reação de tal maneira que mais a frente produziu o sintoma.

Conforme o tratamento com a hipnose prosseguia e os sintomas eram curados, novos sintomas surgiam, como um mecanismo de deslocamento; o que possibilitou estudar a formação desta consciência segunda, deste rebaixamento que não era apenas produzido pelo hipnotismo, mas em uma espécie de disposição inata da consciência de Anna O, segundo Breuer.

Durante o tratamento, Freud começa a perceber que a paciente está se envolvendo com Breuer, desenvolvendo sentimentos ambíguos em relação à seu médico, havendo momentos em que Anna deseja mais sua proximidade, e outros em que se irrita por não aparecer, ou se atrasar. Houve então uma separação entre Breuer e Freud.

O caso de Anna O. é apresentado como um caso de restabelecimento de cura pelo método catártico e hipnótico, mas há estudos que dizem que, no fundo, Anna não melhorou tanto assim; ela continuou sem poder sair de casa, sem poder dançar e se expressar. Conforme os anos após o tratamento passaram, ela adquire uma prática de escrita, publicando um livro muito bonito, segundo Dunkan, e se dedicando na sua vida a uma função muito importante, a qual foi a fundação e convívio com os membros de uma instituição que acolhia jovens grávidas abandonadas pela sua família e parceiros, e que ficavam relegadas a uma condição subalterna à Viena da época.

Para Christian Dunkan, o caso mostrou como há uma reversibilidade dos sintomas de histeria, de como os sintomas tem a ver com cenas originárias, com relações onde determinados afetos e reações são reprimidos, com dissociação entre o que se pensa e sente, o que se quer fazer e que realmente é feito.

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