CLINICA INFANTIL
Pesquisas Acadêmicas: CLINICA INFANTIL. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: RELEONA • 17/8/2014 • 2.459 Palavras (10 Páginas) • 446 Visualizações
CLINICA INFANTIL
Renata da Silva Costa
Resumo
Este artigo tem como objetivo dar alguns subsídios para se pensar sobre a criança sob a ótica da Psicanálise e resgatar um pouco da historia da Psicanalise com criança,bem como em clarear sobre os principais instrumentos no trabalho infantil, a compreensão do brincar como algo mais complexo e rico de significados e o decorrente trabalho de decifrar e interpretar a brincadeira .Fazendo uma revisão das teorias psicanalíticas sobre a criança e o brincar, O estudo aborda ainda a entrevista e o envolvimento dos pais nesse processo.
Palavras-Chave: Psicanálise Infantil, Brincar, Entrevista ,Crianças
Introdução
A prática clínica infantil constitui-se em grandes desafios para o psicanalista. Embora a Psicanálise seja a clínica do sujeito, a clínica com crianças nos coloca frente a algumas questões relevantes
A psicoterapia psicanalítica com crianças é feita por meio do mesmo método do trabalho com adultos – a interpretação, Quando se trata de crianças, a clínica se constitui no entrecruzamento de subjetividades, imprimindo impasses e possibilidades para o paciente, seus pais e o analista .
Sabemos que não existem teorias específicas para analisar o discurso da criança. Freud se refere ao jogo da criança em vários trabalhos, onde se refere a essa atividade, como um discurso onde o inconsciente produz seus efeitos. Trata-se então, não de criar técnicas, mas de escutar esse discurso característico que a criança sustenta nas formações do inconsciente. O objetivo desse trabalho é demonstrar a importância do tratamento psicoterapêutico infantil sob a ótica da Psicanálise, analisando aspectos da teoria psicanalítica sobre a atividade lúdica na infância, o envolvimento dos pais nesse processo, destacando ainda alguns importantes referenciais teóricos.
A psicanálise de criança início-se num momento em que a comunidade analítica discutia a formação do analista e tentava institucionalizar essa formação. Nos anos pós-guerra, a preocupação com o mau uso da psicanálise e o temor do charlatanismo colaborou para a controvérsia sobre a conveniência ou não de autorizar os não médicos a este exercício .
A técnica em Psicanálise infantil passou por várias transformações ao longo do tempo. Desde o método clínico de Klein e de seus seguidores, foi exacerbada a importância do trabalho extenuante de interpretação em análise de crianças. Tendo em vista à decodificação do significado da brincadeira desenvolvida na sessão analítica, encontramos, atualmente, modelos teóricos que expandem ou que modificam essas abordagens originais .
São os conceitos de posição esquizoparanóide e posição depressiva. Estes são períodos normais do desenvolvimento que perpassam a vida de todas as crianças, tais como as fases do desenvolvimento psicossexual criadas por Freud
Outro conceito importante na clínica de Klein foi o de Fantasia. De acordo com Klein, a fantasia pode ser considerada uma estrutura através da qual o sujeito se relaciona com os objetos exteriores. Durante o período inicial da vida, a mente infantil funciona basicamente através de fantasia inconsciente,elas apresentam componentes somáticos e psíquicos, dando origem a processos pré–conscientes e conscientes, Melanie Klein fundamentou toda sua teoria evidenciando as fantasias inconscientes, presentes nas relações objetais primitivas.
Ana Freud considerava as crianças muito frágeis para submeterem-se a uma análise e não acreditava que elas pudessem desenvolver a transferência e nem tão pouco associar livremente, devido a sua imaturidade psíquica, ela defendia que a abordagem psicanalítica deveria vir associada a uma ação educativa
Anna Freud dizia que o analista de crianças além do treinamento analítico propriamente dito, também deveria possuir um segundo componente: o conhecimento pedagógico. Segundo ela, o analista precisa ter habilidade para conduzir o relacionamento entre o Ego da criança e os seus instintos e, esclarece que o Superego da criança é fraco; visto que, as exigências do Superego assim como a neurose acham-se em dependência do mundo exterior. Explica ainda, que a criança é incapaz de controlar os instintos liberados e que o analista precisa dirigi-los. Posteriormente Anna Freud reconheceu as descobertas de Melanie Klein, em que esta comprovou a existência de um campo transferencial na análise de crianças e estabeleceu a correspondência entre a associação livre e as técnicas de jogo .
A Psicanálise da Criança
1 .O Brincar na Psicanálise de Crianças
O “brincar” tem um papel muito importante na análise de crianças, e pode ser considerado um processo análogo as associações livres que ocorrem na análise dos adultos. A sequência de brincadeiras, sua importância e significados, devem ser observados e analisados atentamente.
Um aspecto importante a ser observado é que o brincar da criança não é apenas um ato natural de um determinado momento. Ele traz a história de cada criança, desvendando quais foram os efeitos de linguagem e da fala, sob a forma de uma rede transferencial específica. Para a Psicanálise, não se deve confundir os objetos concretos (brinquedos e jogos), com as suas simbolizações e imagens.
A utilização de atividade lúdica como uma das formas de mostrar os conflitos interiores das crianças foi, sem dúvida, uma das maiores descobertas da Psicanálise. É brincando que a criança revela suas desordens de uma forma muito semelhante que os adultos revelam na fala.
Através do brincar (do jogo) a criança sente-se livre para experimentar tudo o que quiser, ela pode ser tudo e nesse faz de conta, ela imita a vida, o amor, as tristezas ,e desloca para o exterior seus medos, angústias e problemas internos, dominando-os por meio da ação,
O brincar é uma maneira fundamental de se viver, que facilita o crescimento e leva aos relacionamentos em grupo. O brincar aparece no contexto da relação mãe-bebê, a qual segue um encadeamento no processo de desenvolvimento. Primeiramente, a mãe é percebida como um objeto subjetivo, isto é, criado pelo bebê. A mãe, sensível e direcionada para as necessidades de seu filho, torna concreto o que ele está pronto para encontrar, possibilitando a experiência da ilusão e de controle onipotente sobre o mundo.
O brincar se transforma no componente essencial da análise de
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