CORPO PERCEPÇÃO E CONHECIMENTO EM MERLEAU PONTY

Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty

Autora da obra: Terezinha Petrucia da Nóbrega 

Ano: 2008

A autora da obra possui graduação em filosofia e mestrado e doutorado em educação. Este artigo é fruto de um estudo teórico sobre a fenomenologia de Merleau-Ponty, tem como objetivo apresentar essa revisão conceitual sobre a percepção, o diálogo com a arte e a ciência, configurando noções e conceitos em torno de uma fenomenologia do conhecimento.

A ciência afirma que a percepção é algo diferente da sensação, nesse sentido, a percepção é o ato pelo qual a consciência percebe um dado objeto, utilizando as sensações para realizar tal ato.

A percepção é o ponto de partida da Gestalt que entende que é importante a disposição em que são apresentados à percepção os elementos unitários que compõem o todo. Uma de suas formulações bastante conhecidas é a de que "o todo é diferente da soma das partes". Ou seja, a percepção que temos de um todo não é o resultado de um processo de simples adição das partes que o compõem. A indissociabilidade da parte em relação ao todo permite que quando vemos o fragmento de um objeto ocorra uma tendência à restauração do equilíbrio da forma, proporcionando assim o entendimento do que foi percebido.

É importante entender a noção de sensação para entender a percepção. A percepção está relacionada à atitude corpórea. A percepção é um acontecimento da corporeidade e, com isso, da existência.

Nosso corpo sempre está sentindo algo, eu, agora, sentada realizando essa resenha, consigo sentir meus pés encostando no chão, meus dedos tocando o teclado e com isso todo o meu corpo tem uma intencionalidade sobre o mundo.

Na experiência estética, a percepção é mediada por uma sensibilidade imaginativa. Desse modo, é uma experiência que proporciona as pessoas expandir seu olhar diante da realidade, transcendendo os esquemas perceptivos que condicionam nosso olhar cotidiano, muitas vezes mediado por preconceitos e crenças limitadoras. A arte muitas vezes propõe questões para o espectador e o desafia a olhar determinada coisa por outros ângulos, mobilizando nele a potência criativa que iniciada no olhar pode ser estendida para o plano das atitudes, pensamentos e ações.

O conhecimento é co-extensivo ao mundo e não podemos substituir o ato de ver pelo pensamento de ver. Aquilo a que chamamos ideia está necessariamente ligado a um ato de expressão, é um objeto da cultura, um meio de expressão e de comunicação e, portanto, uma produção da subjetividade.

O corpo representa uma intencionalidade, apresenta series de tecnologias (nossos 5 sentidos) e esses sentidos se articulam com a nossa mente dando significado ao mundo. O corpo ao longo da história da filosofia sempre foi desprezado, Merleau ponty, traz um novo status a corporeidade, demonstrando que o corpo também é fonte de conhecimento, o corpo se articula com a mente produzindo significado.

Há uma conexão entre o nosso corpo e a nossa mente. O corpo a partir das suas percepções do sentido ao mundo e, portanto, é impossível separar o corpo da alma. A consciência dos sentidos, mostra que o nosso corpo sempre dá sentido/ captura o mundo.

O artigo trouxe de forma bem sucinta os conceitos de corpo, percepção e conhecimento para Merleau Ponty,

Referências

Nóbrega, T. P. (2008). Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty. Estudos de Psicologia (Natal), 13(2), 141-148. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2008000200006

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