Cif instrumento de avaliaçao
Por: smm25 • 3/12/2015 • Trabalho acadêmico • 1.594 Palavras (7 Páginas) • 323 Visualizações
CIF
Classificação Internacional da Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde e Deficiência
A CIF é considerada “um quadro de referência ideal para apoiar o
desenvolvimento e implementação de uma avaliação abrangente do processo de
necessidades em educação” (DGIDC, 2008). Entre essas características e funções destacam-se: a sua capacidade de identificar as necessidades e os pontos fortes do aluno, bem como
os obstáculos e os fatores facilitadores do ambiente; o facto de considerar não só a
capacidade funcional do aluno, mas também as suas limitações no que se refere à realização
de atividades; a sua linguagem neutra (contrariando o que acontece nos sistemas de
classificação que enfatizam, sobretudo, os défices); e a possibilidade de identificação dos
fatores do meio que podem ser modificados mediante intervenção.
Opondo-se às caracterizações estáticas e dicotómicas próprias do modelo
segregador (que incide sobre as limitações do funcionamento do aluno) e do modelo social
(cujo enfoque se restringe à mudança no ambiente), a CIF baseia-se numa conceção
biopsicossocial do desenvolvimento humano, o que faz com que seja fortemente
recomendada internacionalmente. A par da sua utilização na identificação de necessidades,
avaliação de progressos e planeamento da intervenção, tem tido, igualmente, um papel
relevante no desenvolvimento de políticas sociais e no planeamento dos sistemas de
segurança social e legislação referente à incapacidade (DGIDC, 2008).
A CIF, como modelo consensual de classificação da funcionalidade, traduz a
interação entre a disfunção, a limitação face a determinadas atividades (área de
intervenção da educação) e factores ambientais que podem ser facilitadores ou barreiras
(área de intervenção social). É um modelo de análise generalizável à saúde, educação,
segurança social, emprego, etc. A utilização da CIF concretiza-se através de uma prática
cooperativa – transdisciplinar, organizando a participação e colaboração dos diferentes
atores (DGIDC, 2008).
Segundo OMS (2004), a CIF é uma classificação com múltiplas finalidades
elaborada para servir a várias disciplinas e sectores diferentes. Os seus objectivos
específicos podem ser resumidos da seguinte maneira:
• Proporcionar uma base científica para a compreensão e o estudo dos determinantes da
saúde, dos resultados e das condições relacionadas com a saúde;
• Estabelecer uma linguagem comum para a descrição da saúde e dos estados relacionados
com a saúde, para melhorar a comunicação entre diferentes utilizadores;
• Permitir a comparação de dados entre países, entre disciplinas relacionadas com os
cuidados de saúde, entre serviços, e em diferentes momentos ao longo do tempo;
• Proporcionar um esquema de codificação para sistemas de informação de saúde.
Desde a sua publicação como versão experimental, em 1980, a ICIDH tem
sido utilizada para vários fins, por exemplo:
•Como ferramenta estatística – na recolha e registo de dados;
•Como ferramenta na investigação – mensuração de resultados, qualidade de vida ou
fatores ambientais;
•Como ferramenta clínica – na avaliação de necessidades, aptidões profissionais,
reabilitação e resultados;
•Como ferramenta de política social – no planeamento de sistemas de segurança social e
no desenvolvimento de políticas;
•Como uma ferramenta pedagógica – na elaboração de programas educacionais, para
incrementar a consciencialização e realizar acções sociais.
De acordo com a OMS (2004), a CIF engloba aspetos da saúde humana e
ainda alguns componentes considerados relevantes para a saúde e que estão relacionados
com o bem-estar. Assim, estes aspetos são descritos, respetivamente, em termos de
domínios de saúde e domínios relacionados com a saúde. Podem ser descritos através da
CIF todos os estados relacionados com a saúde, uma vez que (e ao contrário do que, muitas
vezes, erroneamente se pensa) esta classificação se aplica a todos os indivíduos, e não só
àqueles que têm algum tipo de incapacidade. Por este motivo, considera-se que a CIF tem
uma aplicação universal. No que se refere à forma como estrutura a informação, a CIF
divide-a em duas partes :
1) Funcionalidade e Incapacidade – na qual está presente o componente Corpo (funções
dos sistemas orgânicos e estruturas do corpo) e o componente Atividades e
Participação (aspetos da funcionalidade, a nível individual e social)
2) Fatores Contextuais – estando englobados os Fatores Ambientais (do ambiente mais
imediato do indivíduo até ao ambiente geral) e os Fatores Pessoais (não classificados na
CIF devido à grande diversidade social e cultural associada aos mesmos).
Num primeiro momento, possibilitou dar a conhecer aos colegas uma visão
mais clara e sequencialmente lógica das fases do processo de preenchimento da CIF, o
que acabou por ser muito positivo também para o grupo. Permitiu estar mais perto da
vertente prática do conhecimento e aplicação da CIF, envolvendo materiais reais e
fidedignos gentilmente cedidos pela professora de Educação Especial com quem
contactámos. Através da elaboração do role-play foi-nos consentido o conhecimento
específico de um caso real (que posteriormente conhecemos realmente através da
observação).
Para além disso, o grupo considera que disponibilizou tempo suficiente
para preparar um bom role-play. Esta preparação deu-se com recurso a pesquisas teóricas
e encontros com a professora de Educação Especial, o que nos permitiu alcançar um
melhor domínio da CIF e a obtenção de uma apresentação auto-avaliada como bastante
positiva, segura e dinâmica.
Os momentos de observação tiveram lugar nos dias 21, 27 e 28 de
novembro, e 4 e 5 de dezembro, o que equivale, aproximadamente, a 5 horas de
observação. O espaço em que os mesmos decorreram foi a sala da turma de Educação
Especial da Escola Básica Santa Clara, localizada em Évora.
Os dados que obtivemos a partir das nossas observações revelaram que a
Rita (nome fictício) demonstra algumas dificuldades ao nível da escrita – no que se
refere a exercícios de descrição de imagens e cópias –, da leitura – aspeto verificado por
meio da leitura que a Rita fez, a determinada altura, de uma notícia – e do cálculo – em
problemas práticos (e.g. exercício por ela realizado em que tinha de “fazer compras”
através de uma revista e utilizar).
Com os dados recolhidos, conseguimos preencher alguns pontos da
checklist por referência à CIF (a qual se encontra mais adiante no portefólio). A
possibilidade de observarmos uma criança com necessidades de ensino especial,
permitiu-nos estar em contacto com essa realidade, sendo que foi igualmente benéfico o
facto de o grupo se ter articulado de forma a cumprir certos aspetos como os dias e as
horas previamente combinados com a professora de Educação Especial para realizar as
observações. Consideramos que estes momentos permitiram-nos adquirir um maior
conhecimento da área da Educação Especial, o que, consecutivamente, poderá contribuir
de forma positiva para a nossa futura prática profissional. Além de nos ter possibilitado a
observação de um caso em específico, permitiu-nos observar, em simultâneo, outros
casos (dado que a Rita se encontrava, em grupo, com outros colegas nas aulas em
questão).
Por fim, é importante referir que sentimos algumas dificuldades no que
diz respeito à obtenção de alguns dados acerca do sujeito observado apenas com base
nos momentos de observação, tendo sido essencial as informações prestadas pela
professora de Educação Especial.
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