DISCIPLINA: ESTÁGIO ESPECÍFICO EM CLÍNICA PSICANALÍTICA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO IPOJUCA – UNIFAVIP/ DEVRY

CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: ESTÁGIO ESPECÍFICO EM CLÍNICA PSICANALÍTICA

KAMILLA BATISTA

FICHAMENTO DO TEXTO: AS ATUAÇÕES (ACTINGS)

CARUARU

2016[pic 1]

As Atuações (Actings)

        Os actings são uma forma de comunicação não verbal, que se apresentam de diversas maneiras, assumindo diferentes significações.

        É uma atuação inerente a qualquer processo analítico muda de intensidade e frequência, mas sempre está presente, podendo ser benéfica ou maléfica, bem como acontecer dentro ou fora do setting.

        No inicio Freud acreditava que o acting não passava de uma forma de resistência, onde inconscientemente o paciente impedia o acesso de determinados conteúdos à consciência, cabendo ao analista interpretar essas atuações. Mas ganhou outro olhar, totalmente negativo, sendo comparado à perversão e delinquência.

        Na atualidade não carrega mais essa definição, pois observa-se todo o contexto no qual os actings se apresentam, considerando-os como um instrumento para a analise, e preservando a singularidade de cada individuo.

        O acting nada mais é, do que uma maneira de expressar o que está reprimido seja um conflito ou uma angustia que está recalcada e não pode ser verbalizada, mas não cessa de se inscrever, pois é latente.

        Freud ilustra bem quando traz o caso Dora, onde ela atua no setting junto ao terapeuta o abandono, ao invés de falar, pois não recorda o que  está reprimido,apenas atua de forma inconsciente, não como lembrança, apenas repetindo e transferindo seus afetos para o analista.

        Para Freud, o Acting ocupa o lugar da recordação, onde o paciente revive situações e experiências, ressignificando-as, pois para ele “a melhor maneira de esquecer é lembrar”.

        Segundo M. Klein, a memória não se constitui apenas de fatos ocorridos, pode ser constituída também de sentimentos gerados a partir dos fatos, os quais possivelmente são expressos através das atuações.

        Para Bion, os actings podem assumir várias formas, entre elas está a necessidade de externar sensações primitivas e experiências emocionais que ainda não foram elaboradas, podendo ocorrer para dentro ou fora do corpo, sob a forma de somatizações (interno), ou choro (externo).

        O acting se inscreve na incapacidade do sujeito, substituindo-a, o que causa danos ao ego, pois o sujeito torna-se incapaz de pensar, somatizar, recordar, verbalizar e tudo mais que o traga para a realidade.

        Os actings também podem ocorrer por inadequação do analista, quando não faz com que o paciente sinta-se acolhido e compreendido ou quando faz interpretações selvagens, fazendo o paciente sentir-se culpado e desqualificado.

        O principal responsável por desencadear as atuações dos actings são os traumas, as experiências primitivas, a sensação de desamparo.

        É através da atuação que o paciente busca preencher o vazio provocado pela vivencia do desamparo.

        É importante saber diferenciar uma ação de uma atuação; na ação, surge o desejo que vem seguido de uma reflexão para avaliar as consequências e só assim tomar uma decisão. Já na atuação o desejo é seguido apenas de impulso para realizar a ação, sem pensamento critico, seguida de atos onde as consequências não são avaliadas.