Educação Corporativa

Educação corporativa, o projeto e sua implantação

A crescente difusão das tecnologias de informação e comunicação (TIC) viabiliza a emergência de novos modelos de educação e de aprendizagem, amparados por novas formas de interação e de colaboração, na conexão com redes globais de organizações e de indivíduos e no estabelecimento de novas dinâmicas para o desenvolvimento e aprimoramento de competências individuais e organizacionais. O pano de fundo para a formulação desses novos modelos de serviços educacionais baseados em plataforma tecnológicas pode ser vislumbrado a partir de duas perspectivas complementares, que focam a demanda e a oferta desses serviços. Do lado da demanda, aumentou significativamente nos últimos anos o número de pesquisas, projetos e linhas de financiamento público e privado, voltados ao desafio do aprimoramento educacional por meio das TIC ou “ICT4E” (information and communication technologies for education). Do lado da ofertam, o impacto das inovações tecnológicas em meio digitais é um dos vetores que trazem para primeiro plano a agenda de internacionalização de serviços educacionais. Como essas iniciativas globais estão voltadas para a ampla liberalização da oferta de serviços, em especial na área educacional, tornam-se prementes para países e organizações a compreensão dos modelos de criação e desenvolvimento de serviços intensivos em propriedade intelectual caso da educação) e a integração competitiva de tecnologias de informação e comunicação aos seus modelos de regulação, pesquisa e desenvolvimento.

Pesquisas que buscam a adaptação do processo de ensino de acordo com os objetivos estratégicos propostos pelas organizações caracterizam uma fronteira do conhecimento atualmente. O projeto PROLIX, financiado pela Comunidade Européia e contando com a participação de algumas dezenas e universidades do continente europeu, tem por objetivo desenvolver ferramentas e métodos capazes de alinhar as competências organizacionais requeridas por empresas de grande porte com programas educacionais fortemente amparados por tecnologias (CAPUANO et AL., 2008). A pesquisa “Tendências e questões sobre casos de boas práticas relacionadas com e-learning” (DTI, 2010) faz parte do “Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV) da Comunidade Européia e apresenta 43 casos considerados como referências de boas práticas para elaboração de serviços tecnológicos educacionais, também no continente europeu. A pesquisa busca analisar se existem condições prévias para desenvolver iniciativas bem-sucedidas, quais práticas podem ser transferidas entre países e quais práticas são especificas ao contexto regional do país. No Brasil, um exemplo é o “Projeto Oficina do Futuro” (PROJETO OFICINA DO FUTURO, 2010), programa realizado por parcerias que envolvem empresas de tecnologias de informação e comunicação (TIC) e instituições de ensino, visando à capacitação profissional de pessoas de nível médio e superior na área de sistemas da informação. A dinâmica proposta para os cursos inclui uma etapa inicial a distância, seguida de módulos presenciais.

Nesse contexto, o design de serviços tecnológicos educacionais apresenta-se como área de importância crescente para as organizações. Além da escolha de softwares e da combinação de mídias de modo eficiente diante da complexidade crescente dos ambientes virtuais de aprendizagem, o design deve identificar combinações de oferta e demanda que façam sentido para gestores, colaboradores e educadores. Pesquisar e desenvolver serviços tecnológicos educacionais equivale a fazer opções instrumentais no âmbito de um roadmap tecnológico, habilitado a levar em conta os aspectos de tecnologia tanto do lado da oferta quanto do lado da demanda, considerando o ambiente ainda instável e muitas vezes disruptivo da regulação global de serviços e propriedade intelectual.

A operacionalização dos serviços tecnológicos educacionais usualmente inclui o estabelecimento do seguinte conjunto de processos relacionados:

• Serviços de gestão de aprendizagem – serviços para aprimorar o processo educacional com a utilização de ambientes virtuais de aprendizagem, envolvendo educadores, estudantes, monitores e tutores, criando e promovendo processos de autoestudo, de comunicação e colaboração assíncrona e estabelecendo conexões com outras redes de ensino e aprendizagem.

• Desenvolvimento de objetos de aprendizagem – serviços que têm por