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Estudo de caso: Entendimento do caso de Jonas

Por:   •  8/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.649 Palavras (7 Páginas)  •  528 Visualizações

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                                UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

                    CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO

                                                     PSICOLOGIA

                                   

                                    TAINÁ DE ANDRADE SIPPE

Entendimento do caso de Jonas

Pode-se entender que Jonas, recebeu o apoio necessário desde cedo. Crianças com síndrome de Down alem de atrasadas no seu desenvolvimento e com a necessidade de programas facilitados, possuem um perfil de aprendizagem especifico com características fortes e fracas - podendo citar aqui que um ponto forte de Jonas é sua psicomotricidade. A grande maioria apresenta dificuldades na fala e na linguagem, e começam a falar apenas após os três anos. Conforme o estudo de Jonas, ele já começa a usar a linguagem aos dois, apesar da mesma ser muito limitada e com varias defasagens.

É papel da escola, juntamente com professores e profissionais das áreas especificas que se unam para garantir um melhor aprendizado da criança com Down, especialmente da professora juntamente com a fonoaudióloga, pois uma grande dificuldade do Down é a dificuldade na linguagem. Sem o auxilio da fonoaudióloga a professora não consegue se comunicar com seu aluno, conseqüentemente gera um mal rendimento do mesmo. Quando o professor entende o que seu aluno diz a convivência melhora, não apenas com o professor, mas com os colegas também.

 O atraso na aquisição da fala é um dos maiores problemas das crianças com síndrome de Down. Realmente, como consequência da anomalia genética, elas têm algumas características que as predispõem a uma defasagem no seu desenvolvimento global. Defasagem que atua negativamente no aprendizado da linguagem que nada mais é do que o resultado da interação de vários fatores, uns agindo sobre os outros desde os primeiros dias de vida: orgânicos, ambientais e psicológicos (Werneck, 1992, p. 121)

Quando Jonas entrou no fundamental, compreendia o que lhe era falado, porem sua comunicação era pouca, ainda apresentava grandes defasagens, se comunicava principalmente através de gestos. Aos sete anos verbalizava algumas palavras. Se torna importante olhar aqui, o fato de que essas verbalizações aconteciam, sobretudo quando não lhe era exigido algo. Frente a demandas, inibia-se e a expressão verbal sumia. O mesmo acontecia em relação à aprendizagem, quando lhe era proposto ou exigido algo, não mostrava interesse. Conseguia expressar-se melhor quando não lhe era imposto algo e demonstrava interesse pelas coisas quando sozinho.

Com essas informações, podemos pensar que sua dificuldade na linguagem, não se da apenas por fatores orgânicos e/ou ambientais, mas, também emocionais. Jonas pode ter certa insegurança e ansiedade diante de uma situação ameaçadora ou alarmante para si e ao ser confrontado com esses estímulos considerados para si pavorosos, considera que suas habilidades são insuficientes para lidar com a situação.

Foi de suma importância, não apenas o trabalho conjunto da professora com a fonoaudióloga, mas também o tratamento psicanalítico, para que pudessem ajudar  Jonas do ponto de vista pessoal, visando um melhor comportamento frente ao que lhe era exigido na escola, em sociedade e para que houvesse uma melhora na sua aprendizagem e também na suas relações interpessoais.  É muito importante estimular desde cedo que o aluno se conheça para um melhor entendimento de suas potencialidades (importantes para Jonas lidar com sua insegurança) e relação com o outro.

Assim como é citado por Gama APUD Gardner:

Inteligência intrapessoal - Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprias, a capacidade para formular uma imagem precisa de si própria e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva. Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas simbólicos das outras inteligências, ou seja, através de manifestações lingüísticas, musicais ou cinestésicas.

Como é descrito no estudo de caso de Jonas, era importante trabalhar com maneiras que facilitassem sua interação com os colegas e pensar em formas de lhe ensinar sem que lhe parecesse uma exigência. Com isso, foi proposto atividades em que ele pudesse ser responsável por sua produção, mas com o adulto orientando de modo que pudesse ser aprimorado sua capacidade criativa e expressão simbólica.

Segundo o psicólogo Vygotsky, todo aprendizado é mediado, assim se torna mais ativo o papel do professor no ensino. Mas, o aluno também deve ser incentivado a pensar  no seu processo de estudo, e a conduzi-lo de uma maneira que possa ser internalizado, tornando-o voluntario e independente.

O psicólogo considerava ainda que todo aprendizado amplia o universo mental do aluno. O ensino de um novo conteúdo, não é apenas um conjunto de informações, vai alem disso, serve para ampliar as estruturas cognitivas da criança.

Também trabalharam com aquilo que Jonas tinha como ponte forte: psicomotricidade. Tanto o teatro, como aulas de educação física, foram uma proposta de ensino que favoreceram muitas conquistas de Jonas. Tornou-se menos inibido quanto a demanda de aprendizagem que lhe era feita, interessando-se cada vez mais pelas atividades grupais – considerando sua insegurança, podemos acreditar que trabalhar com suas potencialidades, elevou sua autoestima e segurança em si.

Mesmo considerando os progressos de Jonas os profissionais da escola decidiram que Jonas precisaria de mais tempo para sua aprendizagem. O processo de aprendizagem do Down é mais lento, se requer mais tempo e pensando nas fases de desenvolvimento da criança segundo Piaget, Jonas se encontra no estagio de operações concretas, onde uma de suas características é o pensamento ligado ao concreto. O ensino proposto pelo segundo ano era mais puxado e não era tão centrada na produção lúdica e simbólica, sendo assim, a decisão tomada foi a mais adequada para que sua aprendizagem, ainda primaria, fosse consolidada.

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